Sem abrir muito o jogo, mas com convidados de peso como o próprio primeiro-ministro do país, o presidente da Câmara de Lisboa e o fundador e líder do Web Summit, a Mercedes-Benz apresentou Lisboa como o local para o primeiro centro de fornecimento de serviços digitais e de soluções globais de software de empresa a nível mundial.

E o que é que vai ser este Digital Delivery Hub? Sabe-se que está a contratar 125 engenheiros nas áreas de desenvolvimento de software, programação para App, big data, cloud computing, Java, Java script e desenvolvimento em AEM (se pretende candidatar-se, pode fazê-lo neste link). E que será peça essencial na estratégia CASE: Autónomo, Conectado, Partilha&Serviços e Propulsão Elétrica.

Sabine Scheunert, vice presidente Digital & IT Marketing e Vendas, disse que “qualquer pessoa que tenha uma telemóvel é um potencial cliente da marca”.

Conrad Fritzsch, responsável de Digital Marketing, avançou que poderá ser uma loja online e que a Mercedes-Benz tem que passar de uma marca de automóveis para uma marca de mobilidade de luxo. E ainda que, globalmente, a marca tem vários frontends para as sua aplicações locais e websites, mas que o back-office deveria ser o mesmo. Um dos exemplos é o Mercedes me, uma aplicação móvel de ligação entre o cliente e o seu carro, que dá desde informação sobre a viatura, a marcação de operações de manutenção ou mesmo o estado do financiamento da viatura.

 

Outras Apps Mercedes

A Mercedes-Benz tem vindo a mostrar a sua visão para o que será o futuro da mobilidade. Recentemente, no Salão IAA, apresentou uma série de apostas que está a fazer em start-ups nesta área, nenhuma delas destinada a fazer desenvolvimento de produto. O objectivo é antes encontrar serviços diferenciadores em logística e distribuição e para isso investiu 5 milhões de euros.

Nos ligeiros, as aplicações vão ser parte essencial da eletrificação das viaturas e do seu funcionamento em rede. No Salão de Paris, em 2016, Wilko Stark, vice-presidente para estratégia, mostrou como as App vão ser fundamentais para saber o estado do carregamento, onde carregar e gerir esse carregamento à distância, apenas como exemplos conhecidos do potencial destas aplicações.

Outra forma onde essa aplicações poderão ser importantes é na economia partilhada. “Com o sucesso de empresas como a Uber, acreditamos que a partilha vai ter um papela determinante na forma como os clientes utilizam os seus carros”, disse Stark numa entrevista para o Business Insider. “Isto coloca a seguinte questão para os construtores: queremos oferecer estes serviços da nossa parte ou oferecer modelos adaptados para essas aplicações?”. A resposta pode ter começado em Lisboa.