Qual o impacto que o novo Coronavírus (COVID-19) está a ter no mercado europeu de veículos usados?

Qual o impacto que pode ter em revendedores, fabricantes, rent-a-car e gestoras de frotas, avaliando o que aconteceu na recente crise que abalou a economia europeia há menos de 10 anos, e como é que as consequências então verificadas podem voltar a repetir-se?

Tendências para as quais o White Paper publicado pelo INDICATA procura antecipar respostas, analisando os efeitos a curto, médio e longo prazo que o COVID-19 poderá vir a ter no mercado europeu de usados e nos principais players do sector(1):

  • GESTORAS DE FROTA: O desafio será gerir a atual volatilidade do mercado. É possível que não haja recuperação de curto prazo nos valores residuais. Considerando que há o risco de os preços dos usados se manterem baixos durante um período mais longo, o prolongamento dos contratos pelas gestoras “pode não ser o ideal”, refere o estudo do INDICATA, lembrando o sucedido durante a crise de 2008/2009.

Será essencial às gestoras de frota identificarem as mudanças nos mercados e segmentos, monitorizarem a dinâmica do mercado de retalho e expandirem os canais de escoamento.

  • RENT-A-CAR: Uma vez que as empresas de aluguer automóvel já têm a maioria das aquisições anuais contratualizada, têm de se focar agora nos contratos atuais.

O INDICATA vai mais longe e avisa que há muitos casos nos quais os contratos não serão cumpridos devido à queda da procura no sector de aluguer.

Os fabricantes ficarão com um stock de veículos novos não matriculados e em alguns casos mesmo com veículos matriculados prontos para entrega que a indústria de aluguer não quer.

Segundo conclusões do White Paper, as operações de remarketing das empresas de aluguer devem, para fazer frente a esta crise, ser flexíveis na capacidade de expansão da base local de compradores e encontrar novos canais, como é o caso do online. Além disso, devem ser capazes de identificar o que se passa no mercado através da monitorização da procura.

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  • REMARKETING/COMÉRCIO DE USADOS

Os profissionais de comércio de usados acelerar a rotatividade para defender a sua rentabilidade num ambiente de mercado que se avizinha hostil.

Por se trata de um mercado muito exposto à queda de preço e procura, os revendedores devem focar-se em manter as suas políticas de preços. Devem ainda garantir que o veículo não “envelheça” e, consequentemente, perca competitividade no preço.

Os responsáveis pelo White Paper deixam ainda um conselho: “comprar os carros certos para stock e rever os preços constantemente será a chave para o sucesso”.

Haverá menos pessoas nos stands e os principais compradores utilizarão outras plataformas para compra – online. Por isso, acredita-se que o aumento de leads efetivos da Web será essencial para iniciar o processo de vendas.

  • FABRICANTES E FINANCEIRAS DA MARCA

São desafios distintos, refere o INDICATA, considerando que “tomar uma decisão rápida para escoar os veículos antes que as medidas de distanciamento social impactem os preços dos usados exigirá ações ousadas”.

O desafio pode mesmo surgir junto dos concessionários, que encontrarão um aumento do volume e uma diminuição da capacidade de escoamento da rede.

O INDICATA conclui que fragmentar os volumes por uma ampla gama de operadores não franchisados protegerá melhor os valores residuais, do que estabelecer acordos de volume com grandes operadores.

No que respeita às Financeiras de Marca, é necessária identificar novos canais de venda, valorizando questões como o histórico de manutenção para assegurar a retenção do residual.

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A responsabilidade acrescida de Construtores e Financeiras de Marca quanto à manutenção do valor residual exige da parte destas duas linhas de ação importantes, diz o White Paper do INDICATA:

  • Propor aos clientes a rápida troca de veículo para ajudar a minimizar o risco de valor residual
  • Criar novos canais de escoamento potencialmente fora das redes franchisadas.

(1) A pesquisa inclui a análise a nove milhões de anúncios diários de veículos usados ​​em toda a Europa. A amostra refere que o norte da Europa registou uma queda de 21,5% entre 11 e 18 de março, enquanto a sul, incluindo a Itália, a queda foi de 44% no mesmo período.

Pode descarregar o White Paper completo do INDICATA aqui