A Locarent é conhecida como a locadora dos bancos BES e CGD. Os mais de três mil clientes que tem em carteira provêm todos da rede bancária destas instituições.
Com 70 colaboradores, a Locarent gere atualmente mais de 15 mil viaturas. O número de clientes mostra claramente o posicionamento desta empresa. São três mil clientes, que se traduzem numa média de cinco viaturas por cliente. As pequenas e médias empresas são o grosso das suas contratualizações. No entanto, aparecem grandes frotistas, como os bancos accionistas.
Maurício Marques e Martim Gomes estão há dez e seis anos na Locarent. No ano em que a empresa comemora o seu décimo aniversário, estes gestores deram uma entrevista publicada na edição de Junho da FLEET MAGAZINE. (Ler também “Locarent optimista com o mercado de frotas“)
E explicam porque o renting pode ser a melhor solução para as PME.Â
O produto renting está sempre em concorrência com outros modelos de financiamento das viaturas que existem na vossa rede. Como é que se gere isto?
Martim Gomes: O renting e o leasing são produtos concorrenciais mas também complementares. Cada um tem as suas vantagens. O que [a Locarent] permite é que o gestor bancário tenha mais uma solução para os seus clientes. Como o fornecedor do produto, temos todo o interesse em que se faça renting. Mas a empresa foi criada para poder oferecer mais uma solução para os seus clientes. Os clientes Locarent são clientes dos bancos. Daí que não vejamos o leasing como concorrência mas como complementaridade.
Havendo mais pressão comercial no renting, ao balcão do banco, isso não beneficiaria a Locarent?
Maurício Marques:. Os próprios bancos não invocam estes modelos de financiamento per si, mas integram-nos numa abordagem ao financiamento da frota dos seus clientes. O nosso papel é fornecer ao gestor do banco informação sobre o produto para que este depois possa apresentar propostas para os seus clientes. E assumimos que o renting será a melhor solução para os clientes PME. De toda a forma, a nossa intenção é que o renting fique no mesmo patamar de importância do leasing. Os dados da ALF indicam que o renting tem-se ajustado à produção de leasing.
Qual é a possibilidade de progressão do produto renting?
Maurício Marques: Acho que é claramente positiva. Basta ver as quotas no resto da Europa, mesmo com a resistência dos países latinos à manutenção de posse destes bens, mas poderemos trilhar um caminho como a Europa Central tem trilhado.
Têm sentido mais pressão sobre o preço?
Martim Gomes: Sim, as próprias marcas estão a oferecer condições muito melhores do que se praticava há alguns anos atrás, para manter a sua quota no mercado. Isso significa que os clientes conseguem condições mais atrativas. Ao mesmo tempo, há uma quebra nos valores de usados. Hoje em dia, temos margens menores do que há seis anos atrás.
Essa tendência irá continuar?
Martim Gomes: A verdade é que o mercado reduziu. Acreditamos que este ano o mercado vai crescer, vamos ver é que crescimento será esse.
Neste momento, o mercado está mais disciplinado. Os clientes estão mais atentos e mesmo as gestoras de frota estão mais cautelosas. Se não houvesse esta disciplina, provavelmente entraríamos numa loucura de preços. É ainda importante dizer que as gestoras que estão hoje no mercado entraram por uma via de confiança dos clientes, para assumir aquilo que são riscos operacionais.
A nível de prazos, continua a assistir-se a uma extensão de contratos ou isso está a abrandar?
Maurício Marques: Está a abrandar. Há uma altura em que a elasticidade tem um limite. A flexibilidade que este produto tem tornou-se reconhecida. Hoje, faz parte de muito do que é a negociação da frota.
Tema relacionado: “Locarent optimista com o mercado de frotas“.