rede car_sharing_fleet_magazine_ptHá precisamente um ano (edição n.º 17, Junho de 2013, ler AQUI), a FLEET MAGAZINE publicou um trabalho em que apresentou a Mobiag e revelou o método de funcionamento em rede do software desenvolvido pela empresa de João Félix.

Doze meses depois é o sorridente CEO da mobiag quem apresenta o primeiro operador a trabalhar sobre o seu sistema para car-sharing: a empresa City Drive, que arranca com um projeto piloto até Setembro.

Para início de atividade, a City Drive conta com 40 viaturas, vinte das quais são os novos Opel ADAM decorados a preceito.

Juntamente com a Leaseplan, parceira do negócio e fornecedora da frota, a Opel viu aqui uma boa possibilidade para promover o novo citadino da marca, como adiantou Daniel Camacho, diretor de marketing da Opel: “é uma possibilidade para mais pessoas experimentarem uma viatura jovem, que está à vontade em ambiente urbano”.

Nesta fase inicial, esta nova rede de car-sharing vai operar numa zona compreendida entre a baixa de Lisboa (Chiado) e o eixo Entrecampos/Campo Grande. Aqui ou em redor do Príncipe Real, Amoreiras ou Marquês de Pombal, consideradas zonas empresariais da capital, os potenciais interessados podem tomar o volante de qualquer viatura que esteja disponível nas proximidades.

Mas para fazê-lo, os utilizadores terão obrigatoriamente que efetuar um registo em www.citydrive.pt e optar pelo sistema pós-pago ou pré-pago.

Após a aceitação do registo e detetado o veículo mais próximo, a partir do sistema GPS do smartphone ou do mapa presente no site desta empresa, o desbloqueio ou bloqueio dos carros é feito através do smartphone ou de um cartão fornecido pela City Drive.

Tão simples quanto isto.

As tarifas anunciadas são igualmente atraentes: 0,29 cêntimos por minuto de viagem (num máximo de 20 km por cada hora), com um valor máximo de 9,9 euros por hora e 20 Km de viagem. Cada quilómetro a mais tem um custo adicional de 0,29 cêntimos por quilómetro. Períodos de tempo mais dilatados têm outros valores. Por exemplo, o custo máximo diário é de 69,90 euros, com 200 km incluídos.
Estes valores englobam o combustível e o estacionamento pago nas áreas da EMEL.

Após a utilização (por exemplo, uma viagem entre o Chiado e o Saldanha poderá custar menos de 5 euros, dependendo do trânsito), basta o utilizador estacionar a viatura num local permitido e seguir os preceitos de bloqueio da mesma. Se não o fizer, pode retomar a condução desse mesmo carro mais tarde. Nesse caso, durante o tempo em que a mesma estiver inativa é cobrado apenas metade do valor, 0,14 cêntimos por minuto.

Embora seja permitido o uso das viaturas fora do concelho de Lisboa, o abandono dos carros fora das áreas de atuação é uma das várias razões porque os utilizadores podem ser penalizados. No caso, 50 euros por cada 50 km de distância cobrem os custos de deslocação do pessoal da City Drive para recuperar o automóvel. Multas, perda de chave ou mau uso do carro, são outros fatores penalizadores.

Automóvel, um mero instrumento de mobilidade

rede car_sharing_mobiag_fleet_magazine_ptJoão Félix, o CEO da mobiag acredita que Lisboa tem um potencial para cerca de 400 carros. Extrapola esse número da densidade apresentada por serviços congéneres em diversas cidades europeias.

Para este jovem empresário, uma rede desta dimensão seria incomportável para um único operador. É aí que entra a plataforma criada pela mobiag, que ele próprio compara à rede SIBS. “Utilizamos o cartão multibanco em qualquer banco, independentemente de sermos ou não cliente desse mesmo banco. Com o nosso sistema acontece o mesmo: o utilizador pode detetar e utilizar qualquer viatura que esteja no seu raio de interesse, independentemente da empresa que está a gerir o carro que vai ser utilizado”.

Ao fornecer o “know how”, leia-se software necessário para a exploração comercial do serviço, João Félix acredita na entrada de mais players na rede. Inclusive empresas de rent-a-car, que podem desta forma rentabilizar os custos de utilização de alguns modelos, nomeadamente em períodos de menor procura.

Não descarta também a oferta de veículos comerciais, bicicletas ou até viaturas elétricas. Mas se os primeiros poderão ser procurados por pequenas empresas ou até por quem deseja, por exemplo, abastecer-se em lojas como o IKEA, os últimos têm como principal obstáculo as dificuldades de carregamento. Quanto a motociclos, além da rentabilidade, a principal contrariedade está na partilha do capacete.

O envolvimento da Leaseplan visa acompanhar esta nova tendência das cidades europeias e norte-americanas. António Oliveira Martins, diretor geral da LeasePlan, acredita que uma nova geração de condutores começa a encarar o automóvel mais de um ponto de vista da mobilidade e menos como uma propriedade. Esta pode, afinal, ser uma boa razão para a participação da maior gestora de frota do País: depois de oferecer os seus serviços ao mercado empresarial, hábitos como o car-sharing podem ajudar a criar uma nova mentalidade em novos utilizadores, para quem, a exemplo do que acontece com as empresas, o uso de um automóvel pode representar apenas mais um serviço ou um meio para suprir as necessidades de mobilidade.