Dados recentes revelados pela Federação de Concessionários Automóveis (Faconauto) de Espanha, indicam que sete em cada dez veículos vendidos naquele país têm apoio público.
Há dias, o governo espanhol renovou por mais um ano o plano de incentivos à compra de veículos novos mais eficientes (PIVE 6), dotando-o com mais 175 milhões de euros. Calcula-se que este apoio permitirá uma poupança anual de 60 milhões de litros de combustível.
Beneficia da ajuda do Estado quem adquirir um veículo de passageiros ou comercial ligeiro cujas emissões de CO2 não ultrapassem as 120 g/Km, independentemente de ter motor do tipo de combustível, ser híbrido ou modelo elétrico. O preço de compra não pode exceder os 25 mil euros, exceto em veículos adaptados para deficientes. Para garantir este benefício é necessário entregar em troca um modelo de passageiros com mais de dez anos, ou sete no caso de se tratar de um comercial ligeiro.
Estima-se que os cinco planos anteriores tenham posto a circular em Espanha 540 mil veículos “mais limpos”.
Além dos efeitos sobre o sector automóvel, cálculos da Federação espanhola apontam para uma receita fiscal extra de 500 milhões, como resultado direto das vendas até agora verificadas ao abrigo destes planos.
Instado pela FLEET MAGAZINE a comentar estes dados, Hélder Pedro, secretário-geral da ACAP começou por lembrar que, em 2010, ultimo ano de vigência do Programa de Incentivos ao Abate em Portugal, beneficiaram deste incentivo 37.117 veículos ligeiros. Valor que correspondeu a 14% do total das vendas de veículos novos nesse ano.
Sobre quais as medidas que a associação tem vindo a tomar para sensibilizar o governo das vantagens de um plano desta natureza, Hélder Pedro referiu que, no passado mês de abril, como resultado de uma petição pública entregue pela ACAP, o assunto foi discutido em Plenário e recolheu o apoio de todos os grupos parlamentares. “Entretanto”, reforça o secretário geral da ACAP, “apresentámos esta proposta à comissão para a reforma da fiscalidade verde que foi criada recentemente pelo Governo. Todavia, e em sede do próximo Orçamento de Estado a última palavra cabe ao Governo e, concretamente, à Ministra das Finanças”.