Em 2013, a sinistralidade rodoviária em Portugal voltou a aumentar em Portugal, depois do ligeiro recuo verificado em 2012.
Nesse ano, o número de veículos seguros também diminuiu face a 2011. Dos valores apurados não é possível extrapolar se essa diminuição se deveu mais a clientes particulares ou empresariais.
Apesar do crescimento contínuo do número de viaturas com seguro a circularem em Portugal (com exceção de 2012) e até do facto do total de sinistros registados ter aumentado em 2013, o valor global dos prémios pagos pelos condutores continua a descer.
Segundo a APS, Associação Portuguesa de Seguradores, que revelou estes dados, o preço médio do prémio anual por veículo foi, em 2013, de 213 euros. Em 2012, esse valor foi de 229 euros e em 2011 de 240 euros.
Há 10 anos, cada segurado pagava, em média, 214 euros.
Mas se o valor médio dos prémios está a descer, o custo por sinistro também. Aliás, um e outro estão, naturalmente, relacionados.
Em quatro anos de exercício, entre 2010 e 2014, o valor médio por cada sinistro diminuiu cerca de 130 euros.
Para a redução registada no valor pago por sinistro contribuiu não só o facto de estes assumirem menor gravidade, como as seguradoras ganharem maior controlo sobre os custos dos mesmos.
Tirando partido das novas tecnologias e de regulamentos europeus mais favoráveis às seguradoras na regulação de sinistros (o Block Exemption é um dos casos), a APS destaca o papel regulador do mercado que foi desempenhado pelas empresas seguradoras. Um maior controlo por parte destas e maiores exigências na transparência dos custos oficinais resultaram numa maior eficiência e em mais rigor, inclusive fiscal.
O aumento da concorrência, quer entre seguradoras como entre oficinas, não foi também alheio à redução do valor dos prémios.
Para fazer subir o valor médio dos prémios, além do seguro obrigatório de responsabilidade civil, muitas seguradoras têm vindo a incluir serviços complementares: vidros, furto, assistência jurídica ou em viagem, etc.
A APS lamenta não haver estatísticas corretas que permitam aferir o número de veículos a circularem em Portugal. Sabendo que o parque automóvel envelheceu devido à situação económica recente e que a cilindrada média é bastante reduzida, não é, contudo, de prever que estes fatores possam influenciar o valor total dos custos com sinistros. É que, embora carros mais antigos sejam mais propensos a acidentes, a tendência é para circularem menos. Além disso, os valores pagos em caso de sinistro são também, geralmente, mais baixos, por causa da natural desvalorização que sofrem.
Contudo, apesar da tendência decrescente tanto do valor dos prémios como dos custos, é de prever que, em 2015, deixe de existir margem para a redução dos prémios. Além disso, os números do primeiro quadrimestre de 2014 mostram um claro aumento do número de acidentes, ao qual não deverá ser alheio as más condições climatéricas verificadas nos primeiros meses deste ano.
Um fator pode baralhar alguns destes números. É o facto de certos acidentes rodoviários poderem ser tratados também como acidentes de trabalho, uma vez que, ou resultam da atividade profissional, ou acontecem quando o trabalhador se desloca para ou do trabalho.