Apesar dos alertas do presidente da ACEA e também CEO do segundo maior fabricante europeu de automóveis, apesar do anúncio do lançamento de novos motores eletrificados assentes em arquitetura a gasóleo, as mecânicas diesel ameaçam ser banidas de cada vez mais cidades europeias.
Depois da decisão da justiça alemã, que se pronunciou a favor do direito das cidades poderem decidir pela proibição de circulação de carros a gasóleo, assim como os anúncios de o mesmo vir a acontecer em Paris e Roma, o jornal El País anunciou a intenção do governo espanhol aumentar a carga fiscal que incide na venda e na utilização de carros a gasóleo, assim como sobre os veículos mais poluentes.
Incluindo por via do preço do combustível e ainda pelo equivalente ao nosso Imposto de Circulação, apesar de esta decisão caber aos governos autónomos.
Esta suposta intenção penalizadora do governo espanhol tem igualmente a ver com as sucessivas reprimendas comunitárias em relação aos impostos baixos praticados por Espanha em matéria ambiental, que fazem muitos portugueses irem abastecer-se ao mercado vizinho.
A partir de maio de 2018, as inspecções periódicas obrigatórias em Espanha (ITV) vão passar também a ser mais rigorosas e mais severas, sobretudo no que respeita à aferição das emissões poluentes.
No caso dos carros em que seja possível o acesso à unidade de controlo eletrónico através de ficha OBD, qualquer deteção de alteração ou fraude implicará a reprovação automática da viatura.
Especial atenção vai ser dada a manipulações nos sistemas de tratamento e exaustão de gases, assim como à instalação de sistemas de deteção de radares de velocidade.
E em Portugal?
A este propósito, recordem-se os repetidos avisos deixados por diversos governantes nacionais, no sentido de promover uma convergência de preço dos combustíveis e dos impostos que ainda beneficiam os motores a gasóleo.
O que poderá bem acontecer depois de setembro, altura em vão passar a vigorar as novas regras do WLTP e na antecipação da apresentação do Orçamento de Estado para 2019.
Quanto às inspeções periódicas, a entrada de novos operadores neste mercado, com maiores dotações técnicas e financeiras, poderá vir a facilitar idêntica implementação, de forma a permitir o rápido cumprimento das recomendações europeias no que concerne à redução de circulação dos carros com motor diesel.