É opção face ao D3 a gasóleo?

A autonomia elétrica não é muita, mas o facto de ser plug-in e, por isso, beneficiar de um regime fiscal mais favorável, além de utilizar um motor a gasolina mais compacto com vantagens para o IUC, tornam-no interessante para empresas. Desde que os condutores tenham consciência de que a potência total anunciada não serve para tornar este XC40 num desportivo

À Volvo cabe o mérito de ter desenvolvido um SUV compacto que não é uma mera redução dos modelos maiores da marca, no que à silhueta diz respeito.

O que lhe confere características e identidade próprias, apesar de estarem presentes particularidades identitárias importantes da marca, da grelha dianteira ao desenho da iluminação.

O XC40 será assinalado com o modelo que estreou uma nova plataforma preparada para receber todos os tipos de mecânica, incluindo eletrificadas. Esta versão é a primeira a poder ligar-se à ficha, devendo a totalmente elétrica chegar em 2021.

Com uma posição de condução naturalmente mais elevada, a habitabilidade, a versatilidade e a tecnologia que propõe apontam-no para um consumidor menos conservador, mais urbano e, de certo modo, mais individualista.

Já o tínhamos testado na versão D3 com motor a gasóleo que, analisando objetivamente ambas as versões, continua a ser a preferida por razões de economia. Porém, o diesel já encontra resistência em algumas empresas e, praticamente pelo mesmo valor, balanceado na possibilidade de dedução do IVA (permitindo aos PHEV abaixo dos 50 mil euros) e na redução na taxa de Tributação Autónoma para 10% (em vez de 27,5%), esta versão acrescenta também um outro enorme fator de atração: 262 cv, em vez dos 150 cv do D3, e eles estão lá para quem pretender retirar partido da ação conjunta dos motores.

Tributação Autónoma: perguntas e respostas

Apesar do maior peso do conjunto e do ponto de partida ser um motor a gasolina de três cilindros, a verdade é que nada disto se evidencia em termos de comportamento, ruído ou vibrações inconvenientes. A suspensão “segura-o” bem no que concerne ao conforto e mantém-no na estrada com confiança, mas de todo os 262 cv devem levar o condutor a encará-lo como um carro desportivo. Sob pena de toda a eficiência e contenção de custos de utilização se desvanecerem em consumos que facilmente podem chegar aos 10 litros… de gasolina.

Esta versão do XC40 permite selecionar vários modos de condução, incluindo uma “off-road” que aumenta as capacidades de tração em condições mais difíceis de terreno: por defeito, o modo híbrido faz a gestão automática das duas mecânicas em função da condução (com a entrada em ação do motor a gasolina a manifestar-se de forma quase impercetível), um modo puramente elétrico enquanto a energia acumulada na bateria o permitir e ainda um modo desportivo, para o máximo desempenho dinâmico.

Existe ainda a possibilidade de utilizar o motor de combustão como gerador de energia.

Galeria de imagens

 

Impressões

Nos mais de 400 km de ensaio feitos maioritariamente em estrada e com uma condução que tentou retirar partido da pouca energia que foi regenerando após uma carga inicial completa (que ficou aquém dos 54 km de autonomia elétrica homologada) o computador de boro assinalava 5,9 litros de consumo médio de gasolina. Alguns valores intermédios de 7,4 litros mostram que é possível manter o consumo controlado utilizando-o somente no modo híbrido, mas, para isso, torna-se necessário saber dosear a aceleração e efetuar uma condução que consiga antecipar as condições de circulação.

O XC40 permanece um dos SUV compactos mais agradáveis e confortáveis de conduzir, com a suave transmissão automática de sete velocidades desta versão plug-in a concorrer para amplificar ainda mais tais sensações. Sobretudo quando se circula em cidade ou trânsito intenso. O espaço traseiro não é muito mas a mala conserva uns interessantes 460 litros de capacidade (no fundo, o mesmo espaço das versões a gasóleo ou a gasolina), apesar da instalação da bateria de 10,7 kWh. A potência de carregamento é de 3,7 kW, pelo que precisa de cerca de três horas para completar a carga ligado a uma wallbox, através de uma ficha de tipo 2/Mennekes, com essa capacidade de fornecimento de energia.

O interior deste XC40 é vincadamente Volvo. A qualidade evidencia-se nos detalhes e nos acabamentos, e presente continua também o vistoso ecrã digital tátil de 12,3”, ao alto e bem ao centro do tablier, a partir do qual se comandam o sistema de som, a ventilação, a navegação e as variadas ajudas à condução incluídas nesta versão, bem como se perceciona o funcionamento do sistema híbrido ou se visionam as imagens da câmara traseira.