A ALF, Associação Portuguesa de Leasing, Factoring e Renting, alerta que as projeções da atividade do leasing para 2021 são bastante incertas e dependem muito do timing de lançamento do pacote da União Europeia para a recuperação económica e da delineação do próximo Quadro Financeiro Plurianual Europeu para o período de 2021-2027.
“O impacto da segunda e, possivelmente, de uma terceira vaga de COVID-19, bem como a possível generalização de vacinação em 2021 tornam difícil prever o comportamento do setor para o ano que agora se inicia”, refere Alexandre Santos, presidente da ALF.
O setor do Leasing tem vindo a expandir-se desde 2014.
Mas as perspetivas positivas que faziam de 2020 mais um ano de crescimento foram rapidamente dissipadas com o início da pandemia em março, e o forte impacto sobre a economia diminuiu as perspetivas de crescimento para 2020 e 2021.
Por isso, as previsões finais para 2020 a nível europeu e nacional antecipam reduções na casa dos 20%.
A produção total de Leasing no primeiro semestre de 2020 correspondeu a 125,6 mil milhões de euros, menos 24,1% do que no mesmo período de 2019.
A locação financeira de veículos diminuiu 27,8%, a de equipamentos 17,1%, e o Leasing imobiliário teve uma queda de 30,1%. A retração do Leasing foi generalizada nos países europeus.
No segundo trimestre de 2020, o setor observou uma deterioração considerável dos indicadores em comparação com o período homólogo, exceto no que toca à relação custo/receita que permaneceu relativamente estável.
“É importante realçar que a flexibilidade das locadoras tem apoiado os clientes, provavelmente evitando uma desaceleração ainda mais severa”, realça o presidente da ALF.
O número de contratos em curso manteve-se, apesar da quebra no volume de novos negócios, sendo que os locadores responderam rapidamente à crise, reduzindo custos e assumindo posições mais conservadoras no que diz respeito às provisões para perdas com financiamentos, refletindo o ambiente económico altamente incerto, de acordo com o Leaseurope Index – um inquérito trimestral da federação às empresas europeias de Leasing.
“A procura pelo Leasing como financiador de investimentos empresariais permanece clara e o setor continuará a cumprir o seu papel no apoio às empresas, sobretudo às PME, durante a sua recuperação, incluindo o respeito pelas moratórias”, assegura Alexandre Santos.
Todos os anos, a Leaseurope, federação que representa a indústria europeia de Leasing, produz um relatório com base em inquéritos realizados aos seus 46 membros, entre as quais a (ALF).
O resultado de 2019 revela que o mercado do Leasing atingiu os 415 mil milhões de euros em 2019, um aumento de 6% face ao ano anterior.
A maioria dos países envolvidos na análise estatística apresentou resultados positivos.
Portugal foi uma das excepções, juntando-se à Estónia, Itália, Lituânia, Polónia, República Checa e Turquia nos resultados negativos.