Os acidentes de viação nas estradas portuguesas estão a aumentar desde o início do ano.
Os números mostram que, entre 1 de janeiro e 21 de novembro, as autoridades contabilizaram mais 1.381 acidentes de viação do que em igual período de 2018.
E embora o número de vítimas mortais tenha descido, o de vítimas graves cresceu uma centena.
De facto, o total de vítimas mortais é inferior em comparação a 2018 (desceu de 442 para 429 pessoas), mas o de feridos graves subiu de 1.898 em 2018, para 1.998 em 2019.
Distritos com mais acidentes registados
Os valores acumulados de 2016 a 2019 indiciam que o número de acidentes registados pela PSP e pela GNR aumentou cerca de 5%.
Ora se este valor pode não parecer muito significativo, numericamente, representam mais 5.561 ocorrências registadas durante este período.
Os distritos de Lisboa, Porto, Braga e Faro continuam a ser aqueles onde se verifica o maior número de sinistros rodoviários.
E, com exceção da capital, todos os restantes distritos registaram mais acidentes do quem igual período de 2018.
Porto e Braga são, destes quatro, as regiões onde aumentou o número de mortos na estrada. Em Braga, por exemplo, o valor cresceu de 26 para 34 em relação a 2018.
O maior número de vítimas mortais aconteceu nas regiões do Porto (52) e de Lisboa (42), seguindo de Braga (34), Santarém (32), Aveiro (31) e Beja.
Este distrito alentejano destaca-se por ser o que apresenta a desproporção entre o número de acidentes (1.958) e de vítimas mortais (31), em grande parte por causa das vias rápidas que atravessam a região.
A análise à tabela compilada pela Autoridade Nacional de Segurança Rodoviária (ANSR) mostra ainda que Bragança (6) e Vila Real (8) são os distritos onde, até 21 de novembro, se registam menos vítimas mortais em resultado de acidentes de viação.
Origem dos acidentes
Mais viaturas em circulação podem, em parte, justificar o aumento do número de acidentes.
Consequência da retoma da economia, do acesso mais fácil ao financiamento automóvel e de uma maior necessidade de mobilidade das empresas, nomeadamente aquelas que operam no sector da distribuição urbana mas não só, a pressão sobre algumas estradas nacionais e sobre os condutores têm potenciado situações de desrespeito das mais elementares regras de segurança rodoviária, aliadas à inaptidão de muitos condutores.
Quanto à principal causa dos acidentes, mantém-se a má condução, geralmente caracterizada por distração ao volante, excesso de confiança e ausência de comportamento cívico ou responsável.
O uso de telemóvel, a velocidade excessiva para as condições de visibilidade ou acima do limite legal e álcool a mais ao volante continuam a liderar a lista de factores mais comuns para o apuramento da origem dos sinistros rodoviários no nosso País.