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1.
Novos escalões de Tributação Autónoma entraram em vigor logo no início de Janeiro.
Esta foi mesmo considerada a medida mais penalizadora do Orçamento de Estado de 2014 para as empresas, segundo um estudo da Delloite.
Por isso, algumas foram obrigadas a rever a dimensão das frotas ou optar por um downsing da cilindrada e respetivos custos, como demonstrou um inquérito feito pela Mercer, destinado a avaliar o comportamento de 40 grandes empresas a nível nacional.
2.
O próprio Estado anunciou uma redução média de 30% da despesa com a frota automóvel, obtido através de um downsizing da tipologia.
O orçamento para 2015 evidencia vontade de reduzir ainda mais o parque oficial, incentivando também o car-pooling e o car-sharing institucional e das empresas, através de benefícios fiscais à mobilidade.
3.
Acompanhando uma tendência europeia, ao longo de 2014 o mercado automóvel em Portugal conseguiu manter o crescimento evidenciado a partir do segundo semestre de 2013.
Em Agosto de 2014, as vendas acumuladas de ligeiros em Portugal ultrapassaram as 100 mil unidades e os valores totais de 2012, enquanto em Setembro foram superados os de 2013.
4.
O crescimento do mercado automóvel em Portugal, ao longo de 2014 excedeu as melhores expectativas.
Em termos percentuais, foi mesmo aquele que mais cresceu a nível europeu. Grande parte desse aumento é responsabilidade das empresas, reconheceu Hélder Pedro, secretário-geral da ACAP, em entrevista dada à Fleet Magazine no início de Junho.
Pela mesma altura, Alfredo Amaral, diretor-geral da Peugeot, uma das marcas que mais tem crescido em Portugal, afirmava: “Mercado das frotas está dinâmico”
5.
A necessidade de controlar custos obrigou muitas organizações a encontrar ou incrementar soluções, como a tributação do uso pessoal das viaturas aos colaboradores, bem detalhado por Renato Carreira da Deloitte num painéis da 3.ª Conferência Gestão de Frotas organizada pela Fleet Magazine (galeria de imagens).
Mas também a dedicar maior atenção a ferramentas que facilitam a gestão, em tempo real, dos custos de utilização dos veículos. Acompanhando essa necessidade, as gestoras lançaram serviços de controlo mais transparente para os clientes: o Smart Experience da Arval e o Relatório de Níveis de Serviço da Leaseplan.
6.
Outro contributo importante para o crescimento do mercado foi o regresso do crédito para particulares e empresas.
Dados revelados pela ASFAC ao longo do ano mostram um aumento significativo da sua procura principalmente para a aquisição de meios de transporte.
Na mesma linha, o CVO de 2014, publicado pela Arval, revelou que as empresas contavam aumentar a frota, o que não acontecia desde 2008.
7.
O car-sharing começou a aparecer também como uma solução para as empresas. Não só como uma forma de controlar custos como também ambiental, como a Fleet Magazine demonstrou na edição de Julho.
“O carsharing revela potencial para se tornar parte integrante de uma solução de mobilidade urbana”, declarou o secretário-geral da ACEA, Associação Europeia de Fabricantes de Automóveis, num relatório que aborda as tendências, oportunidades e desafios do carsharing na Europa e no mundo.
Em Setembro a ALD lança a primeira solução carsharing exclusivamente para empresas, mas já antes, em Junho, tinha arrancado a fase-piloto da CityDrive, uma solução car-sharing com vocação para o mercado empresarial, resultado de uma parceria entre a mobiag e a Leaseplan.
8.
Sinal importante da recuperação da economia europeia, 2014 foi pródigo no lançamento de novos modelos ou versões comerciais.
Na edição de março da Fleet Magazine foi publicado um especial que aborda o modo como funciona este mercado.
A necessidade de ajustar motores às normas ambientais em vigor deu também uma ajuda à renovação: Ford Transit, Renault Trafic, Opel Vivaro, Mercedes Vito, Citroen Jumper e Peugeot Boxer foram algumas novidades apresentadas ao longo do ano.
Sem esquecer outra renovação importante, a da Fuso Canter. Da oitava geração do comercial fabricado no Tramagal nasceram uma dezena de Fuso Canter E-Cell, protótipos 100% elétricos que foram entregues para testes, em condições reais de utilização, a entidades públicas e empresas nacionais.
9.
Para contornar a tributação autónoma, em 2014 houve empresas que optaram por viaturas N1.
Mas Novembro trouxe a notícia de que o Orçamento de Estado para 2015 vai passar a tributar autonomamente esta classe de veículos. De fora continuam os comerciais ligeiros.
10.
Grande parte das medidas relacionadas com o sector automóvel incluídas no Orçamento de Estado para 2015 provêm das conclusões da comissão para a Reforma da Fiscalidade Verde, reveladas no início de Julho.
Todos os efeitos do documento final apresentado pelo governo foram detalhados pela Fleet Magazine ao longo de vários trabalhos individuais: tributação autónoma, IRC, ISV, IVA…
No global, não traduzem grandes vantagens para as empresas, revelou um trabalho de análise efetuado pela ALD. Mas conclui que poderá haver apenas algum benefício com a utilização de viaturas bi-fuel.
11.
Em alguns postos de abastecimento, o preço do gasóleo desceu abaixo de um euro por litro, facto que não acontecia desde 2009.
Mas apesar do preço do barril de Brent manter-se historicamente baixo, o preço dos combustíveis vai subir já a 1 de Janeiro de 2015, por efeito do agravamento das taxas sobre produtos petrolíferos, outra das medidas incluídas no OE para 2015.11. O ano não fecharia sem se conhecerem algumas mudanças nos importadores, como a Hyundai e da Mitsubishi. A distribuição em Portugal vai passar, nos dois casos, a ser controlada por grupos espanhóis: Alintio International e Bergé Automoción, S.L., respetivamente, o último já presente em Portugal através da Kia e da Jeep.
12.
Apesar de ainda não ter sido fechada a contabilidade dos números de 2014, tudo leva a crer que as vendas de veículos novos atinjam as 168 mil unidades projetadas pela Fleet Magazine no início de Junho. A concretizar-se, isto significa que o mercado automóvel em Portugal cresceu mais de 35% face ao ano anterior.