O Estado e mais concretamente alguns organismos da Administração Pública já receberam as primeiras unidades das 170 adquiridas em 2017, no âmbito da primeira fase do plano que prevê a aquisição de 1.200 viaturas elétricas até 2021.

Recorde-se que este plano, enquadrado no Programa de Apoio à Mobilidade Elétrica na Administração Pública (AP), engloba o financiamento de veículos elétricos (VE), o apoio à aquisição de pontos de carregamento e os respetivos sistemas de georreferenciação e monitorização.

A principal fonte de financiamento é o Fundo Ambiental (FA), que transitou do extinto Fundo Português de Carbono (FPC).

À primeira fase do projeto concorreram 91 entidades, do qual resultou a seleção de 52 organismos do Estado onde vão ficar distribuídos os 152 Renault Zoe e 18 Nissan Leaf.

As restantes 115 viaturas elétricas serão entregues entre março e maio de 2018.

O financiamento prevê ainda a instalação de postos de carregamento, até 5.000 euros para postos convencionais, até 10 mil euros para postos abastecidos com energia renovável.

As viaturas estão sob aluguer operacional gerido pela Leaseplan, a 48 meses/80 mil quilómetros, com valores médios de renda, que inclui o sistema de monitorização e georeferenciação, de 350 euros.

O custo estimado da primeira fase desta operação de mobilidade elétrica na administração pública é de 2,9 milhões de euros para as viaturas e de 950 mil euros para os postos de carregamento.

Objetivo: neutralidade carbónica

Este programa de renovação da frota cumpre metas europeias de redução de emissões, além de uma melhoria geral do desempenho ambiental e da descarbonização dos veículos do parque do Estado.

Na apresentação foram mostrados alguns resultados da fase piloto que englobou a utilização de 30 Peugeot iOn por 12 entidades do Ministério das Finanças (MF) e do Ministério do Ambiente, Ordenamento do Território e Energia (MAOTE).

Destinaram-se à renovação de 30 unidades com mais de 10 anos.

O valor médio das rendas destas viaturas é de 608,85 euros, mais sistema de monitorização, num total de 876,744 euros.

Esta fase piloto incluiu ainda a instalação de 25 pontos de carregamento.

O acompanhamento e a monitorização do programa concluiu:

  • Em 233.813 kms percorridos
  • E 38.599 viagens
  • O consumo médio de energia foi de 0,12kWh/km
  • O custo por quilómetro foi de 3 cêntimos
  • De que resultou uma poupança de 10.574,88 euros
  • E uma poupança CO2 de 19.550 Kg

Mas além da natural redução dos custos operacionais da frota da administração pública, há o propósito firme do atual governo em retomar a promoção da mobilidade elétrica em Portugal.

Desejo reafirmado pelo primeiro-ministro na cerimónia da entrega destas primeiras viaturas.

António Costa lembrou que é um adepto da mobilidade elétrica e que se faz deslocar de Nissan Leaf nos percursos urbanos, tendo começado por o fazer nas anteriores funções de presidente da Câmara de Lisboa.

De resto, fez questão de sair, de forma imprevista desta apresentação ao volante de um Renault Zoe, obrigando a sua comitiva e segurança a segui-lo.