A Aliança Renault-Nissan-Mitsubishi conta investir aproximadamente 23 mil milhões de euros no desenvolvimento e produção de veículos elétricos, ao longo dos próximos cinco anos.
O plano visa intensificar a cooperação entre os três fabricantes e prevê o lançamento de mais de 35 novos veículos elétricos assentes em cinco plataformas comuns.
Pretende-se que estas cinco plataformas comuns cubram 90% dos veículos elétricos que as marcas contam revelar até ao final da década.
Recorde-se que os três construtores já desenvolveram e lançaram modelos sobre plataformas comuns.
No caso dos BEV de passageiros para a Europa, o exemplo mais recente é a partilhada pelo Nissan Ariya e Renault Megane EV .
Até 2030, mais de 15 modelos serão baseados sobre a plataforma CMF-EV utilizada por estes dois carros, estimando-se que 1,5 milhão de veículos sejam produzidos anualmente sobre esta plataforma.
Outra plataforma, a mais acessível, é a utilizada pelo Dacia Spring (CMF-AEV).
A plataforma LCV-EVO surge destinada a veículos comerciais da Renault e da Nissan.
https://fleetmagazine.pt/2021/03/01/vcl-nissan-europa/
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Novos Nissan Micra e R5 100% elétricos
A plataforma CMF-BEV, destinada a veículos elétricos compactos, será lançada em 2024 e oferece autonomia de até 400 km.
Em comparação como o atual Renault ZOE, os modelos previstos beneficiarão de uma redução de custos em 33% e de consumo de energia em mais de 10%.
Será a base para 250 mil carros/ano das marcas Renault, Alpine e Nissan.
Nissan Micra EV e o novo Renault R5 vão estrear esta plataforma e está previsto que ambos venham a ser produzidos na Renault ElectriCity: o centro industrial elétrico no norte da França.
Capacidades e serviços de carregamento elétrico
A Renault liderará o desenvolvimento de uma arquitetura elétrica e eletrónica centralizada comum e lançará o primeiro veículo completamente desenvolvido por software até 2025.
De forma a reduzir os custos de desenvolvimento e produção, a exemplo do que acontece na Stellantis, estas plataformas recorrem a outros elementos comuns, nomeadamente baterias e motores.
Seguindo uma estratégia comum de baterias, a Aliança selecionou um fornecedor de baterias comum para Renault e Nissan nos principais mercados.
Os objetivos são permitir reduzir os custos da bateria em 50% em 2026 e 65% até 2028 e assegurar uma capacidade global de produção de baterias de 220 GWh até 2030.
A tecnologia de baterias de estado sólido (ASSB) permitirá o dobro da densidade de energia em relação às baterias de iões de lítio líquidas atuais e redução em um terço do tempo de carregamento.
A opção de controlar 100% do hardware e software do veículo vai permitir a recolha de dados preditivos muito valiosos e monitorar o estado de saúde da bateria, para melhoria contínua da tecnologia.
O estabelecimento de parcerias para recarga pública na estrada está previsto:
- A Mobilize Power Solutions fornece aos clientes B2B um serviço completo que inclui projeto, instalação, manutenção e gestão de infraestrutura de carregamento e todos os serviços essenciais para as necessidades de negócios;
- Um acordo recente com a Ionity, por meio do provedor de serviços de mobilidade “Alliance Plug Surfing”, permitirá o acesso a preços competitivos na rede de carregamento ultrarrápido Ionity na Europa.
Além dos elétricos
Este anúncio marca um ponto de viragem na estratégia da Aliança Renault-Nissan-Mitsubishi; até agora, muito pouco da tecnologia híbrida ou totalmente eletrificada pertence a sistemas compartilhados, contribuindo para reduzir a competitividade dos produtos das três marcas.
Até 2026, a partilha de plataformas e componentes deverá permitir também que 45 modelos da Aliança disponham de sistemas de condução autónoma, com mais de 10 milhões de veículos em circulação.
Recentemente, a Renault anunciou que a marca francesa será 100% elétrica na Europa até 2030.
No final do ano passado, a Nissan já havia revelado um ambicioso plano de eletrificação para cinco anos, com o lançamento de 23 veículos eletrificados, incluindo híbridos a gasolina.
Mas a partilha vai estender-se além dos puramente elétricos.
A Aliança Renault-Nissan-Mitsubishi aposta para um aumento de 60% para mais de 80% de modelos partilhados até 2026.
Entre os 90 modelos previstos estão os que assentam sobre a plataforma comum destinadas aos segmentos C e D: Nissan Qashqai e X-Trail, Mitsubishi Outlander, Renault Austral e um futuro SUV de sete lugares.
A partilha vai permitir à Mitsubishi Motors reforçar a sua presença na Europa com duas propostas mais competitivas do que as atuais, a surgir já no início de 2023:
- Um novo ASX, produzido com base no Renault Captur, com soluções mecânicas mais ajustadas ao mercado português;
- Um novo Mitsubishi Space Star com base no atual Renault Clio.