No trabalho publicado na edição de Junho de 2015 da FLEET MAGAZINE, Robalo de Almeida, secretário-geral da ARAC explica quais os métodos habituais de aquisição das viaturas, modelos de financiamento e as alterações legislativas que permitiram o surgimento de novas empresas de rent-a-car.
A tendência crescente dos operadores no mercado, refere este responsável da Associação dos Industriais de Aluguer de Automóveis sem Condutor, é pelo rent-back ou pela compra em firme.
No primeiro caso, a empresa assume uma renda mensal através da gestora do construtor ou uma outra parceira do importador, com prazos variáveis que dependem muito da tipologia da viatura – 4, 6 e 12 meses – ou até 24 meses para as gamas mais elevadas.
A compra em firme, apesar de ocorrer em menor número, está a crescer. A razão é o facto de algumas gestoras estarem a expandir o seu negócio para a venda de usados (como na Turiscar, explicado neste texto) ou quando a tipologia e a previsão de uso e desgaste da viatura assim o justifique, situação que acontece principalmente com alguns comerciais.
Contudo, o modelo tradicional do “buy-back” continua a ser uma solução bastante utilizada. Este modelo permite aos importadores abastecerem, a partir do final do verão, as suas concessões com viaturas usadas registadas nesse mesmo ano.
“As próprias marcas acabam por estimular este modelo de negócio, seja para promoverem um determinado modelo novo ou até para abastecerem o mercado de seminovos”, reforça Robalo de Almeida.
Quanto “rende”, em média, cada modelo?
Com uma forte vocação para o turismo, a atividade do setor está bastante concentrada junto dos três aeroportos do país.
Os segmentos mais representados são B, C e A, por ordem de importância. Na categoria dos compactos (C) assinala-se o reforço de marcas “premium”. São exemplos o Mercedes Classe A e o BMW série 1, já que os respetivos preços de aquisição, mais acessíveis, fazem deles ativos bastante rentáveis para as empresas.
A proliferação de empresas de aluguer de viaturas sem condutor nos últimos anos ficou a dever-se a alterações legislativas, que passaram a permitir o exercício da atividade com apenas 7 viaturas (anteriormente eram necessárias 25).
Mas o secretário-geral da ARAC considera que empresas com tão reduzido número de viaturas só fazem sentido se agregadas a outras atividades, como oficinas ou estabelecimentos hoteleiros, por exemplo.
“A rentabilidade média de faturação de cada viatura não chega aos sete mil euros. Este é um negócio que necessita de ter alguma escala para conseguir gerar lucro”, explica Robalo de Almeida.
Na maioria das frotas assiste-se também à redução do número de modelos comerciais, cingido a oferta a carroçarias furgão, já que o preço elevado e o fraco valor residual desmotivam o interesse pelos derivados do turismo.
O mesmo acontece com os veículos elétricos, com fraca procura devido à ainda reduzida autonomia das baterias.