artur garcia liberty seguros

“Ao optar pela aquisição direta deixei de gerir conflitos, ganhei capacidade de decisão e rapidez de intervenção”

A atividade principal de uma seguradora é a gestão do risco.

E é isso mesmo que faz o responsável pela frota da Liberty há 4 anos, quando encetou o desafio de renovar o parque automóvel através de aquisição direta, em vez de prosseguir a ligação às três gestoras com quem trabalhava.

Artur Garcia admite, na edição de Junho de 2015 da FLEET MAGAZINE, que o trabalho de gestão da frota automóvel da Liberty Seguros é uma das paixões da sua vida.

Entusiasmo que o ajudou a encetar a tarefa de renovar o parque da seguradora adquirindo as viaturas, preterindo a solução do renting, até então, a modalidade praticada pela seguradora.

“Quando nos decidimos pela aquisição direta, o objetivo foi reduzir custos de gestão”, explica. “Quanto poupei com isto? Estimo que 20 a 25%, só com o facto de sermos nós a gerirmos os serviços e o capital de risco, que é a venda das viaturas no final do período de utilização”.

As vantagens não foram apenas económicas

“Valor residual? Um proveito extraordinário!”

“Ao optar pela aquisição direta deixei de gerir conflitos e passei a gerir, efetivamente, a frota. Ganhei capacidade de decisão e rapidez de intervenção”, garante Artur Garcia.

O maior desafio quando enveredou por esta solução era o que fazer aos veículos após os 4 anos ou 160 mil quilómetros que são, no limite, o período de utilização estimado para cada um.

“O canal de usados era uma coisa que me deixava alguma apreensão”, confessa Artur Garcia. “As locadoras sempre me passaram a ideia de que gerir o capital de risco era uma desvantagem para qualquer gestor de frota”.

“Até esse desafio estou a gostar de ter e os resultados têm superado as minhas expectativas”.

Uma das vantagens, segundo o gestor da Liberty, deve-se ao facto dos 209 carros (dos quais 189 em circulação) constituírem uma frota bem cuidada, diversificada e exclusivamente composta por modelos de passageiros.

“Somos atrativos para este tipo de canal. E quem melhor para ser nosso cliente nesta parte final do negócio do que os nossos potenciais futuros fornecedores? Porque se estamos a vender é porque, a seguir, vamos comprar…”

“Para poupar tempo decidi que a melhor opção era juntar os vários parceiros que habitualmente trabalham connosco e deixar que ‘lutassem’ entre si pelo nosso ativo. Isso não apenas me liberta do trabalho como, geralmente, acabo por conseguir ultrapassar o valor que inicialmente estabeleci para cada uma das viaturas usadas. Até porque, quem estiver connosco na valorização dos nossos ativos, estará também na restante parte comercial!”

O que, nas palavras de Artur Garcia, confirmou o que já antevia.

“Uma das razões que me levou a optar pela aquisição direta foi não estar satisfeito com a análise do valor residual estimado pelas locadoras. Quando comecei, há cerca de 5/6 anos, não tinha experiência suficiente e estava convencido de que, se negociasse diretamente com as concessões ou com os importadores, isso traria vantagens para a renda.”

Mas fazer isso não lhe permitia dominar uma variável com forte implicação numa análise TCO: o valor residual estimado para o veículo no final do contrato.

“Por não dominar esta variável, todo o meu trabalho inicial perdia importância. O preço inicial pode ser bastante favorável mas, se o residual for baixo, o financiamento automaticamente aumenta. Mais tarde, constatei que o valor apresentado pelas gestoras no final dos contratos era superior ao estimado no início. Por exemplo, na altura era de 45%, no final era de 55 ou 60%. Sendo assim, eu tinha andado a pagar uma renda superior ao valor financiado!”.

“Por não dominar esta variável, todo o meu trabalho inicial perdia importância. O preço inicial pode ser bastante favorável mas, se o residual for baixo, o financiamento automaticamente aumenta. Mais tarde, constatei que o valor apresentado pelas gestoras no final dos contratos era superior ao estimado no início. Por exemplo, na altura era de 45%, no final era de 55 ou 60%. Sendo assim, eu tinha andado a pagar uma renda superior ao valor financiado!”.

“Ganhei capacidade de intervenção”

artur garcia liberty seguros“A gestão de frota é dinâmica. Por isso, aquilo que hoje é o melhor caminho, amanhã pode já não ser devido a variáveis do mercado. Por exemplo, uma política fiscal de tal modo agressiva que nos obrigasse a fazer uma inflexão.”

Apesar de estar satisfeito com a resolução que tomou e de a recomendar – “Cada gestor deve interrogar-se: sou capaz de fazer o que uma gestora faz? Sou! Então devo avançar!” –, Artur Garcia reconhece que a especificidade da atividade da Liberty confere vantagens que facilitam e favorecem o seu trabalho.

“Para nós, neste momento, os usados acabam por representar um proveito extraordinário e um fator preponderante para determinar que é mais rentável a aquisição direta em vez do renting. Além disso, trabalhamos seguros e temos parceiros na área da manutenção. E capacidade interna de financiamento, seguramente mais atraente do que os juros praticados por qualquer outra solução externa”, adianta o responsável pela frota da Liberty.

“O mais importante não é só o preço de aquisição. Estou mais preocupado com o serviço após-venda e com o valor residual”

“Tudo isto contribui para fazer crescer o nosso poder negocial. Mas também é essencial saber escolher bons parceiros, com organização e capacidade de resposta. Consigo gerir sozinho a frota porque eles ajudam o meu trabalho, geram automatismos que dispensam a necessidade de mais recursos humanos internos.”

Por isso, reconhece que o preço de aquisição nem sempre é o mais importante.

“Estou mais preocupado com o serviço após-venda e com o valor residual. Não há parceiro que não conheça as instalações e, se necessário, faço de cliente-mistério antes de tomar uma decisão”

O facto de serem proprietários do bem torna também mais rápida a capacidade de intervenção.

“Ao optar pela aquisição direta, deixei de gerir conflitos e passei a gerir efetivamente a frota, com uma capacidade de decisão imediata: o momento, a forma e o local de cada manutenção ou troca de pneus, por exemplo, sem necessidade de deliberar com uma gestora.”

O que se poupa não é apenas quantificável, diretamente, em termos de custos operacionais, assegura Artur Garcia. Mas também no tempo de imobilização da viatura.

“É que o meu trabalho não é só gerir 209 viaturas. Tenho que gerir os seus utilizadores, que exigem o melhor serviço e não querem perder tempo. O trabalho de um gestor de frota é dar um serviço de excelência ao seu ‘cliente’ interno. E as locadoras não estão preparadas para o fazer”.