O Audi acaba de lançar o e-tron, o seu primeiro modelo elétrico, e aposta num segmento superior, onde já conta com o Q5, Q7 ou Q8.
O e-tron vem carregado de tecnologia e com um preço a condizer (84 mil euros), mas há logo duas boas notícias que saltam à vista.
Uma delas é o facto de ser possível carregar 80% da capacidade da bateria apenas em meia-hora. Outra é o facto de ser Classe 1 nas portagens, com ou sem Via Verde, uma excelente informação contando que estamos a falar de um SUV com 4,9 metros de comprimento.
Também há más notícias. Estas são que toda a produção para 2019 já está vendida, embora o importador esteja a tentar pedir mais unidades para o país. Certo é que, em 2019, já está previsto um reforço no número de viaturas pedidas.
Um motor por eixo
A Audi foi praticamente o último construtor a entrar na guerra dos elétricos. Esperou e avançou só quando conseguia ter a viatura que queria. E começou num segmento que a nível mundial garante as vendas quase em fase de pré-produção.
Uma das diferenças que o e-tron traz já é o facto de ser unicamente tração integral e esta ser apoiada em dois motores elétricos. Ou seja, a Audi assume desde o início que seria tecnologicamente mais compensador colocar o e-tron com tração integral e desenvolver a tecnologia a partir daí. Por outro lado, as quase 2,5 toneladas fazem com que a as opções tecnológicas para elétricos tenham que ser bem pensadas.
417 km de autonomia
Em termos de autonomia, o prometido pela marca são os 417 km (ciclo WLTP) que, na prática, são quase alcançados. A Fleet Magazine esteve na apresentação na Barragem do Castelo do Bode e comprovou estes números. Em termos de potência, o e-tron consegue 300 kW/408 cv e um binário de 664 Nm.
Contudo, estes valores não estão sempre disponíveis. O e-tron vai variando a entrega conforme o que lhe é pedido. No modo “D”, a potência conjunta é de 360 cv e dura apenas 60 segundos. Os 408 chegam quando o modo de condução passa para “S”, com uma distribuição de 184 cv para o eixo dianteiro e 224 cv para o traseiro. Em todo o caso, a disponibilidade de potência é total, tendo em conta que se trata de uma viatura com mais de duas toneladas.
As baterias, colocadas no chassis ao longo do carro, entre os dois eixos fazem com que o comportamento do e-tron esteja mais próximo de um limusine do que de um SUV, o que se trata de uma boa notícia em termos de dinâmica. Mesmo assim, não perde a sua personalidade familiar, com uma capacidade da bagageira que pode acolher 660 litros de volumes, 1725 com os bancos traseiros rebatidos.
Como noutros modelos da marca, é possível escolher entre diversos modos de condução, sejam eles mais virados para condução a apostar na poupança de energia elétrica ou aproveitando a potência para uma condução mais agressiva. Mesmo em fora de estrada, o e-tron consegue fazer a adaptação, com a suspensão a variar 76 mm entre a altura máxima e mínima.
Carregamento em 30 minutos
Para o carregamento, o e-tron traz um equipamento com potências até aos 11 kW (8,5 horas de carga) ou 22 kW, com o módulo Connect (reduzindo o tempo de carregamento para 4,5 horas).
A Audi vai lançar um cartão para aceder a estes postos, através de registo no portal myAudi e de um contrato individual. No futuro, este cartão já nem vai ser preciso, dado que o próprio carro autoriza o carregamento e desbloqueia a estação de carga.
O sistema de carregamento de série, de 11 kW, dá uma autonomia de 33 quilómetros em cada hora de carga. Para instalações monofásicas, como as das casas particulares, a marca tem dois tipos de carregadores portáteis. Um deles, na ficha normal, carrega apenas com uma intensidade de 10 amperes (2,3 kW), o que dá cerca de 40 horas para realizar um carregamento completo. O outro carregador industrial, monofásico, permite carregar com uma potência de 7,2 kW.
Além destes dois tipos de carregamento, o cliente pode adquirir um cabo Tipo 2 (Mennekes), para utilizar os pontos de carga com este tipo de ligação, seja na via pública, hotéis ou estacionamentos de centros comerciais.
Para o carregador de 22 kW, é ainda necessário equipar o e-tron com um segundo carregador interno capaz de gerir esta potência.
A marca faz ainda parte da rede de carregamento IONITY (com a Volkswagen, BMW Daimler e Ford), que permite carregamentos a 150 kwh. Esta rede vai ter 400 postos no final de 2020 em toda a Europa, sendo que alguns deles serão em Portugal. Com estes, o e-tron carrega 80% da sua carga em meia hora.