Em dia de apresentação da visão estratégica da Audi para os próximos anos, Nuno Mendonça, diretor-geral da marca em Portugal, assumiu um compromisso voluntário na presença da imprensa e concessionários: antes de 2030 a Audi só comercializará veículos 100% elétricos em Portugal.
Crescimento e eletrificação premium: esta é a estratégia da Audi Portugal que, em 2019, foi adquirida pela Porsche Holding Salzburg. Agora, a Audi prepara-se para assumir um compromisso tácito com a sustentabilidade e, mais importante do que tudo, com os seus clientes.
“Somos as pessoas que melhor conhecem os carros e criamos os carros que melhor conhecem as pessoas”, dizia Nuno Mendonça por altura da abertura da sessão de trabalhos do Audi Vision Portugal.
Tendo isso em mente, e depois de ter crescido cerca de 25% em dois anos, a marca prepara-se para evoluir e dar uso ao nome Audi, que se baseia na tradução latina do apelido do seu fundador August Horch. Se Horch significa “ouvir” em alemão, então é tempo da Audi ouvir os seus principais clientes: os condutores. E ao ouvi-los, a marca diz ter escolhido o caminho da sustentabilidade e estar a preparar-se para crescer de forma saudável. “O volume pelo volume não é o objetivo. Queremos fazer volume de forma premium. Queremos escolher canais que privilegiam a fidelização dos clientes porque acreditamos que esse é o caminho que uma marca premium deve tomar”, disse Nuno Mendonça, que acrescentou: “queremos dar prioridade à eletrificação”.
E se a prioridade é a eletrificação, é necessário evoluir. Evoluir no produto, no posicionamento e na experiência do cliente. “Chamamos-lhe evolução e não revolução, porque não queremos quebrar o passado”, rematou o diretor da marca.
E os números propostos pela marca para responder a este compromisso são bastante elucidativos:
- Em 2025, a Audi terá 20 veículos elétricos a bateria (BEV) na sua gama;
- Em 2033 todos os Audi produzidos serão BEV;
- Em Portugal, o compromisso está feito: fazer a mudança para BEV antes de 2030. “Acreditamos que este é o caminho e queremos fazer esse compromisso com os nossos clientes, com o planeta e com o futuro”, disse Nuno Mendonça.
Números da Audi em Portugal
Jens Puttfarcken, vice-presidente de Vendas da Europa da Audi AG presente na apresentação da Audi Vision Portugal, falava assim da posição da marca no nosso mercado: “se na Europa, em 2022, a Audi aumentou as suas vendas em 1,2% (perto de 625 mil entregas), em Portugal o aumento foi de 8% (3.750 entregas). E se este foi o resultado global, quando olhamos especificamente para os BEV, vemos que na Europa as matrículas de elétricos Audi aumentaram 45%, ao passo que em Portugal esse aumento foi ainda maior (49%, com 850 unidades), o que levou a marca a atingir uma quota de 5% no mercado dos BEV”.
O responsável concluíu: “Portugal é mais forte que a Europa, e isso é um ambiente perfeito”.
Para 2023, a Audi diz querer ser um competidor focado na eletrificação e no estatuto, mantendo a presença no top 3 de marcas premium em Portugal, alargando o portfolio e-tron e reforçando os seus showrooms, com novos conceitos de exposição preparados para suportar a transformação e-tron que está em curso (60% das encomendas Audi são já de unidades BEV e PHEV).
A família e-tron está a crescer
A marca de Ingolstadt apresentou no evento Audi Vision Portugal dois novos carros 100% elétricos: o Q8 e-tron (que vem substituir o e-tron) e o A6 Avant e-tron concept.
Saiba mais sobre as duas principais novidades elétricas da Audi.
Q8 e-tron
O Q8 e-tron é o novo SUV elétrico topo de gama da Audi e conta com uma aerodinâmica melhorada e um desempenho de carregamento superior.
Para ambas as versões de carroçaria, a Audi disponibiliza três variantes distintas do seu sistema propulsor elétrico com tração às quatro rodas. Com dois motores, os modelos de base do Audi Q8 50 e-tron e do Audi Q8 50 Sportback e-tron geram 250 kW (340 cv) em modo boost e 664 Nm de binário. As autonomias propostas são de 491 km (SUV) e 505 km (Sportback).
Já os Q8 55 e-tron e Q8 55 Sportback e-tron debitam até 300 kW (408 cv) de potência em modo boost e 664 Nm de binário, sendo as suas autonomias máximas de 582 km (SUV) e de 600 km (Sportback).
Quanto aos topos de gama SQ8 e-tron e SQ8 Sportback e-tron, contam com três motores capazes de debitar uma potência máxima de 370 kW (503 cv) e um binário máximo de 973 Nm. A sua autonomia é de 494 km e 513 km, respetivamente.
Relativamente a tempos de carregamento, e graças a um ajuste no sistema de gestão de bateria, a capacidade utilizável da bateria também aumentou.
Diz a marca que numa estação de carregamento de elevada potência, o Audi Q8 50 e-tron atinge um desempenho máximo de carregamento de 150 kW. Com o Q8 55 e-tron e o SQ8 e-tron, o desempenho máximo de carregamento aumenta para até 170 kW.
A bateria de maior capacidade (114 kWh brutos) pode ser carregada de 10 a 80% durante um período aproximado de 31 minutos – em condições ideais, isto corresponde a uma autonomia de até 420 quilómetros (de acordo com o ciclo WLTP).
Já numa estação de carregamento AC ou wallbox, o Audi Q8 e-tron carrega até 11 kW. A Audi oferece, como opção, a possibilidade de carregamento AC até 22 kW.
A6 Avant e-tron concept
Sobre o A6 Avant e-tron concept, trata-se da primeira carrinha elétrica Audi que tem por base a nova plataforma tecnológica PPE (Premium Platform Electric) e os números que traz consigo na sua ficha técnica poderão agradar a muitos gestores de frota.
“Não estamos só a eletrificar a história dos 45 anos de sucesso do Avant. Acima de tudo, o que queremos é usar habilidade técnica para adicionar um ponto diferenciador. Em particular, isto inclui a tecnologia poderosa de 800 volts, 270 kW de capacidade de carregamento e uma autonomia WLTP de até 700 km”, disse Oliver Hoffmann, membro do Conselho de Desenvolvimento Técnico da Audi. Isto significa que numa estação de carregamento rápido o condutor do A6 Avant e-tron concept conseguirá carregar 300 km de autonomia no seu carro em apenas dez minutos.
Quanto a potência, esta carrinha elétrica conta com dois motores elétricos capazes de fornecer 350 kW (475 cv) de potência total e 800 Nm de binário disponibilizado às 0 rpm.
A PPE
A PPE é a primeira plataforma projetada para acomodar uma gama de automóveis de alto volume – incluindo SUV e CUV com elevada distância ao solo, bem como os carros com baixa altura ao solo que fazem parte da família Audi, como é o caso da gama A6.
Mas a Audi também também tem planos para utilizar esta plataforma no segmento B, que tem sido o segmento de mercado de maior volume da marca. E vai mais longe, dizendo que “mesmo quando se trata dos topos de gama do segmento D, a PPE é uma excelente plataforma tecnológica para construir”.
Com a plataforma PPE, os BEV “passarão a ser atrativos também para os clientes que preferem carroçarias diferentes dos SUV – como um Avant, por exemplo”, diz a Audi.
Resultado? A Audi pode expandir a gama de BEV no seu portfólio – através dos segmentos B e C de grande volume. Além disso, a marca acrescenta que “as economias de escala permitirão que a tecnologia da classe de luxo e várias versões de modelos diferentes sejam incorporadas numa ampla linha de modelos incomparáveis no mercado premium“.