Em 2016 passam 25 anos sobre a constituição da sociedade entre a VW e a Ford. Quatro anos mais tarde começavam a sair os primeiros veículos da Autoeuropa, em Palmela
Em finais dos anos 80 do século passado, início da década de 90, o sucesso dos monovolumes não podia deixar indiferente nenhum grande construtor automóvel.
Por isso, em 1991, o grupo Volkswagen e a Ford constituíram uma joint venture de que resultaria o fabrico, em Portugal, de um novo modelo comercializado pelas duas marcas. O primeiro responsável pelo desenvolvimento do produto, enquanto à Ford coube as instalações e a parte logística.
Apenas a carroçaria do carro é produzida na Autoeuropa em Palmela (moldagem, montagem, soldagem, pintura, por exemplo). A mecânica principal chega pronta a ser instalada, tal como a maioria dos restantes elementos (vidros, interior, equipamento, etc.), que provêm de fornecedores externos, instalados nas imediações da fábrica, em Portugal e no estrangeiro (*).
Após a montagem final e ensaio, grande parte dos veículos são exportados através do porto de Setúbal.
A fábrica foi inaugurada em 26 de Abril de 1995 por Cavaco Silva, então primeiro-ministro de Portugal. Esteva também presente Mira Amaral, Ministro da Indústria e Energia do governo de então, um dos grandes responsáveis por Portugal ter vencido espanhóis e irlandeses na corrida da localização da fábrica.
A AutoEuropa constitui, ainda hoje, o maior investimento estrangeiro alguma vez feito em Portugal: quase dois mil milhões de euros (1.970 milhões**) iniciais, com o objetivo de produzir dois carros: o Volkswagen Sharan e o Ford Galaxy, a que juntou, em 1996, o Seat Alhambra.
De Maio de 1995 até final de Outubro de 2016, já foram produzidos mais de 2,3 milhões de automóveis.
Além da Sharan, Galaxy (até fevereiro de 2008) e Alhambra, a fábrica fabricou o VW Eos (até junho de 2015), construindo actualmente o desportivo VW Scirocco desde junho de 2008, além da nova geração da VW Sharan e da Seat Alhambra.
Em 1999, o Grupo Volkswagen assumiu 100% do capital social da Autoeuropa e, à beira de retomar a produção de um modelo de grande volume – um crossover compacto abaixo do VW Tiguan ou do Seat Ateca, para estas marcas e ainda para a Audi e para a Skoda –, ao longo dos seus 21 anos de história a fábrica conheceu alguns sobressaltos.
Sobretudo quando, em 2009, no início da crise económica mundial, esteve para encerrar devido ao decréscimo da procura e à falta de um novo modelo.
Desde 2004, a produção era inferior a 100 mil unidades. Os números anuais de produção estão AQUI.
Mas o facto de ter sido considerada, por mais do que uma vez, a melhor unidade fabril do grupo alemão, devido aos elevados índices de produtividade e ao reduzido número de erros de construção, bem como a estabilidade laboral e política em Portugal, têm permitido assegurar a sua manutenção no nosso País.
Por isso, apesar da crise que afecta o grupo alemão, decorrente do problema das emissões manipuladas, foi mantido o investimento de 677 milhões de euros em novas infra-estruturas, destinadas aos novos modelos que estão prestes a ser revelados.
Actualmente, a Autoeuropa é responsável por 1% do PIB do Portugal e 4% das exportações nacionais.
Aliás, desde o início que mais 98% da sua produção é destinada aos mercados externos. Em 2015 esse valor foi de 99,2%.
O ponto alto ocorreu em 1997, quando estes números representaram 2,2% e 12%, respectivamente, para uma produção que atingiu as 131.400 unidades, garantindo directamente 4 mil postos de trabalho.
(*) Fornecedores: Portugal, Parque Industrial, 19; Portugal, outros locais, 28; Resto da Europa, 599; Resto da Mundo, 7.
(**) Implementação da fábrica. 1.282 milhões, desenvolvimento do produto, 479 milhões, formação e lançamento, 209 milhões