Em 2017 na Bélgica, a venda de carros a gasolina superou a de carros a gasóleo.
Há 20 anos que tal não acontecia.
A equiparação do preço do combustível e o significativo agravamento da tributação sobre os motores a gasóleo são a principal razão desta inflexão na procura.
As vendas de automóveis a gasolina representaram 48,2% das matrículas, em comparação com 46% das respeitantes a viaturas diesel.
Em 2008, 78,9% dos registos de carros novos na Bélgica ainda de carros diesel mas, em 2016, já era de 52%.
Esta tendência para a inversão da procura está a acontecer na maioria dos outros países europeus, como na Alemanha e em França, e tem vindo a acelerar após o dieselgate, em 2015.
Outra das razões é o surgimento de cada vez mais zonas que só permitem a circulação de veículos de baixas emissões, o que tem vindo a favorecer a procura de híbridos e elétricos.
Além disso, em alguns mercados, este tipo de modelos beneficia de incentivos à compra e outros benefícios fiscais.
Mesmo se 95% das vendas totais de automóveis são ainda de veículos a gasolina ou gasóleo, a popularidade dos híbridos aumentou, bem como dos elétricos.
Contudo, nas frotas das empresas belgas os veículos a gasóleo são ainda dominantes.
A quilometragem anual geralmente elevada e o financiamento renting ainda favorece este género de modelos.
Apesar da pressão que tem vindo a registar-se sobre o valor residual destes carros, a exportação para mercados do sul da Europa, como Portugal, ou para a parte leste do continente, onde a pressão ambiental não é tão exigente, tem permitido o escoamento de viaturas em final de contrato.
Internamente, porque atualmente a quota do diesel nos particulares desceu para apenas 20%, há uma maior pressão sobre o preço dos carros usados com motor a gasóleo.
Ao invés, a procura de usados recentes a gasolina cresceu exponencialmente.
Para 2018, o governo belga já anunciou um aumento significativo de impostos sobre o consumo de gasóleo.
Esse aumento será feito através de um sistema de indexação automática do imposto ao preço do gasóleo: sempre que custo deste desça, antes dos impostos, a carga fiscal sobe automaticamente para nivelar o preço deste combustível em relação à gasolina.
As estimativas é que, em 2018, os cofres belgas possam arrecadar, em impostos especiais ao consumo, 593 euros por cada mil litros de gasóleo e 598 euros por cada mil litros de gasolina vendida.