Com uma frota quase toda destinada aos serviços comerciais e de assistência técnica, a Beltrão Coelho adquiriu, no final do ano passado, 17 Renault ZOE e três Toyota Yaris híbridos.
Na frota, mantiveram-se dois Peugeot 208 e um Opel Corsa, todos a gasóleo, a operar fora da área urbana de Lisboa.
Os 17 Renault ZOE adquiridos em leasing, pela facilidade de dedução imediata do IVA e pela perspectiva de poder estender o seu período de vida útil sem a contingência habitual de um AOV, tiveram como propósitos atenuar a factura da Tributação Autónoma e do estacionamento, explicou Ana Cantinho, actual directora-geral da empresa e anterior directora financeira da Beltrão Coelho, em Dezembro de 2018.
De facto, com sede na zona da Olaias, em Lisboa, e completamente rodeada por estacionamento pago controlado pela EMEL, Ana Cantinho viu nos eléctricos uma forma de atenuar uma factura que estava a começar a revelar-se pesada para a empresa.
“Desde que [a EMEL] chegou à nossa zona, duplicámos ou triplicámos os custos de estacionamento”, revela, adiantando que, graças ao uso do Dístico Verde, a vantagem da utilização do ZOE se estende às equipas a operar no centro da capital, mas também noutras cidades onde vigora o estacionamento gratuito para viaturas elétricas.
Dos carregamentos à formação
Quando a FLEET MAGAZINE fez esta reportagem em Dezembro de 2018, a empresa não tinha ainda instalados os carregadores necessários para alimentar as baterias das viaturas.
A maior dificuldade, como então revelava Ana Cantinho, prendia-se com a falta de apoios para a instalação de carregadores, colocada de lado que estava a hipótese de financiar um carregador público, que ficaria entre sete a oito mil euros.
“Convém esclarecer que, apesar dos custos serem suportados por nós, o usufruto do carregador não seria exclusivamente nosso”, adianta João Marques que, entre outras tarefas na empresa, tem também a cargo a gestão da frota.
A solução passou então pela instalação de quatro wallbox no interior das instalações e de um posto na parede exterior da sede, obrigando às necessárias obras de adaptação da rede eléctrica, de modo a suportar o débito suplementar de energia.
Três meses depois da primeira reportagem, as wallbox fornecidas pela Circutor, em parceria com a Gestredes, já alimentam as viaturas, embora tendo exigido, como previsto, o necessário aumento de potência eléctrica junto do fornecedor de energia.
Para sensibilizar os colaboradores e potenciar o aproveitamento das viaturas eléctricas, a Top Driving Solutions desenvolveu acções de formação que obtiveram uma boa receptividade dos utilizadores, como revela João Marques, gestor de frota.
“Nessa acção foi abordado um conteúdo teórico e depois colocado em prática. Foram dadas algumas dicas para a boa utilização do Renault ZOE mas, fundamentalmente, como fazer uma gestão energética eficiente, visto as viaturas elétricas terem uma autonomia limitada”.
“Quanto aos proveitos, sem dúvida que existe uma redução de custos”, diz João Marques.
“Tanto ao nível de estacionamento como da própria logística, já que não existe a preocupação da aplicação da EMEL, o que torna tudo muito mais prático e monetariamente acessível”.