O BMW i5 tem presença e mostra estatuto. Mais de cinco metros de automóvel por quase dois de largura, com uma apreciável distância entre eixos. A qualidade e a tecnologia a que a marca já nos habituou. Um ‘Série 5’ que, não fosse a grelha fechada e a ausência de ponteiras de escape, e nem suspeitaríamos tratar-se de um 100% elétrico com mais de 300 cv

É impossível passar despercebido. E não é só pelo seu lado imponente, reforçado por uma frente desenhada em redor de uma grelha com o formato identitário da marca. Grelha que, por não ter o volume de outras criações recentes da BMW, reproduz o charme e o dinamismo que espelha muito do espírito da marca de Munique.

O lado atlético e elegante, vincado pelos traços laterais da carroçaria e na frente longa e esguia, ajudam a mascarar a volumetria exterior. Já o interior entrega o que é esperado encontrar num carro que, na versão ensaiada, recheada de equipamento e pormenores de estilo, custa mais de 90 mil euros: qualidade, um luxo sóbrio, conforto e uma experiência de condução que pode variar em função dos diferentes modos ao dispor do condutor. Ou não tanto assim porque, invariavelmente, qualquer um deles conseguirá agradar.

O espaço traseiro parece não fazer inteira justiça às dimensões exteriores do carro. Um detalhe importante, sabendo-se que alguns dos seus proprietários poderão passar a maior parte das viagens nesta área do automóvel. Mas a leve elevação dos bancos traseiros permite aos ocupantes sentarem-se de forma mais natural e confortável, já que não se afundam no assento. Não parece – a frente esguia e a linha traseira que desce do tejadilho disfarçam bem –, mas este BMW i5 tem boa altura interior, a suficiente para o próprio condutor poder decidir elevar o banco e conduzi-lo quase como se de um SUV se tratasse.

Na parte dianteira da cabine, dominada por toques de design, pela luz que parece flutuar e dividir horizontalmente o tablier, prevalece a tecnologia. Ao olhar do condutor exibe-se um quadro curvo constituído por dois ecrãs, lado a lado, de 12,3 e 14,9 polegadas; o primeiro, atrás do volante, programável na informação que oferece e na forma como ela surge e se modifica a partir de comandos no volante, o maior, ao centro, que recebe o sistema multimédia, de navegação, informações relacionadas com a condução eléctrica e o controlo da climatização, de variado equipamento de conforto, bem como a ativação ou desativação de sistemas e ajudas à condução. Algumas destas funções, como a seleção do ambiente de condução, podem também ser acionadas a partir de comandos (incluindo um joystick rotativo) instalados entre os bancos dianteiros.

Impressões

O BMW i5 eDrive40 conta com um só motor de 313 cv (no modo Sport, se a função ‘boost’ estiver ativa, pode atingir os 340 cv), alimentado por uma bateria de 81,2 kWh.

É preciso alguma moderação na condução para conseguir ficar entre os valores de consumo combinado anunciados para todas as suas versões: 15,9 a 18,8 kWh/100 km.

Mas a autonomia real, sem exagerar do pedal da direita e aproveitando sempre que possível para regenerar, pode, sem esforço, atingir e até superar os 450 km. Homologados estão 499 a 582 km, dependendo da versão. A boa notícia é que é a bateria permite recuperar energia num posto rápido de até 205 kW. Ainda escasseiam com esta capacidade, mas tal permite ir dos 10% aos 80% de carga em apenas meia hora. Em corrente alternada, a velocidade máxima de carregamento é de 11 kW. Neste caso serão precisas mais de oito horas para atestar a bateria.

Detalhes

A versão testada e que aparece nas fotografias contém alguns extras que se refletem sobre o preço. Embora não exista uma versão “Corporate”, um i5 eDrive40 com pack desportivo M, jantes de 19 polegadas, vidros escuros e pintura metalizada (ou outro equipamento do mesmo valor) pode ser negociada, para empresas, dentro do limite dos 62.500 euros (+ IVA).

Custo de aquisição, valores de renting e características do BMW i5 eDrive40 berlina