Três notas de música em cada porta e um grande ecrã central que gira. E muito mais para descobrir num carro que tem muito para surpreender

Pouco antes do verão, chegou a Portugal pela mão do grupo Salvador Caetano uma nova marca automóvel. Apesar de ser praticamente desconhecida dos portugueses, a BYD, prosaica sigla de “Build Your Dreams”, é um colosso industrial no que toca à mobilidade elétrica.

Além de produzir automóveis há duas décadas, fornece baterias e unidades de controlo eletrónico para diversos construtores de veículos e, com mais de cinco milhões de viaturas elétricas produzidas, incluindo modelos plug-in, é também o primeiro fabricante de automóveis a atingir este marco histórico a nível mundial.

Grande parte do sucesso deve-o precisamente ao BYD Atto 3. É o modelo mais competitivo para o mercado europeu por diversas razões: uma estética que dá nas vistas sem escandalizar os mais sensíveis, uma combinação de preço, qualidade, espaço e autonomia elétrica particularmente atraente e pormenores interiores que o diferenciam de forma clara da concorrência. Que, é verdade, tanto podem fascinar os mais ousados como repelir os gostos mais tradicionais.

Exemplo disso, a conjugação de cores do habitáculo, o formato das bolsas na parte interior das quatro portas (com três cordas esticadas que produzem som), o vistoso e volumoso ecrã rotativo de 12,8” na versão de entrada e de 15,6” nesta versão Design, que tanto pode maravilhar como distrair durante a condução, e ainda detalhes como os manípulos de abertura das portas ou aquele que comanda a transmissão.

A bateria de 60 kWh, leve e compacta, permite baixar o peso total do conjunto. Se isto é uma vantagem para qualquer automóvel no que toca a consumos, no caso dos elétricos permite estender a autonomia entre carregamentos. No Atto 3, a anunciada vai dos 420 km em ciclo combinado aos 565 km em cidade mas, mais razoável, até porque a capacidade de regeneração não impressiona, será esperar algo entre os 350 e os 400 km. Se, claro, for praticada uma condução eficiente que permita um consumo em redor dos 16 kWh/100 km.

A boa notícia é que aceita carregamento rápido até 150 kW. Na teoria, isto permite-lhe recuperar metade da capacidade da bateria em cerca meia hora, ou sensivelmente 45 minutos quando ligado a um posto rápido com 50/60 kW. Lembrando que estes tempos podem variar em função da temperatura e que, a partir de 80% da capacidade da bateria, a velocidade de carregamento vai reduzindo gradualmente por razões de segurança e proteção dos sistemas do carro. Em corrente alternada (carregamento doméstico através de tomada monofásica ou por corrente trifásica) permite até 11 kW de capacidade.

byd atto 3

Impressões

Há que louvar a ousadia e a fuga à rotina.

A verdade é que, para a volumetria exterior, o Atto 3 proporciona uma habitabilidade e um conforto em viagem bastante bons.

Além da condução revelar-se prática e descomplicada, assim que nos habituamos ao temperamento macio da suspensão, descobre-se que, afinal, o desempenho é tão seguro e previsível como se espera de um bom automóvel familiar. Porque é exactamente de um carro familiar que estamos a falar.

E a aceleração pouco impulsiva, a capacidade de travagem bastante progressiva, o desempenho em trajetos sinuosos, o espaço traseiro, nomeadamente entre bancos, ou a capacidade e flexibilidade da bagageira (440 litros a 1.338 litros com os bancos rebatidos e piso plano), reforçam esta idéia.

Custo de aquisição, valores de renting e características do BYD Atto 3 Design

Custo de aquisição36.747 euros + IVA
Renda 36 meses751 euros + IVA
Renda 48 meses809 euros + IVA
Motor elétrico150 kW (204 cv)
Binário máximo310 Nm
Consumo combinado15,6 kWh/100 km
Bateria60 kWh
AutonomiaAté 420 km
Carga máxima AC11 kW
Carga máxima CC150 kW
*Valores LeasePlan. Quilometragem anual contratada: 25.000 km – Serviços incluídos: aluguer/IUC/seguro (franquia 4%)/manutenção/gestão de frota/pneus ilimitados/veículo de substituição