Depois do primeiro documento de análise às políticas de frota das empresas apresentado em 2015, o Car Policy Benchmark 2019 realizado pela LeasePlan analisou os dados mais recentes compilados a partir das respostas dadas pelas empresas a um inquérito online elaborado pela gestora de frota.

Um estudo “muito útil para as empresas”, nas palavras de António Oliveira Martins, diretor geral da LeasePlan.

Pedro Pessoa, diretor comercial da LeasePlan, reforçou dizendo que as conclusões que se podem tirar deste estudo “são estatisticamente relevantes”, acrescentando que as conclusões obtidas no segmento das PME nas frotas têm uma importância acrescida por ser “um sector onde está a aumentar a importância de ter uma política de frota, quando comparado com o sector das grandes empresas, que já o fazem há mais tempo”.

Conclusões revelam que ainda há muito por fazer

Dos 331 gestores de frota entrevistados, oriundos de 10 sectores de atividade e com uma frota total analisada de 33.123 veículos (com uma média de 1.151 milhões de km/ano), o Car Policy Benchmark 2019 apresenta indicadores que mostram a evolução sentida em parâmetros relevantes para maior controlo de custos.

Por exemplo, em 4 anos, a idade das frotas diminuiu. Em grande medida fruto da conjuntura económica anterior, em 2015, por altura do último Benchmark da LeasePlan, 69% da frota em amostra tinha um período de utilização média igual ou inferior a 4 anos. Tal número, agora, situa-se nos 93%.

Os serviços contratados aumentaram na modalidade de renting. De acordo com Pedro Pessoa, “o Renting tem cada vez mais expressão no mercado de frotas.” O índice médio de serviço das frotas em renting é de 60% – um aumento de 9% em 4 anos.

Os valores de renda e de aquisição de veículos estão mais baixos, e tal redução é verificada em todas as funções das empresas, desde os quadros de Direção de 1ª linha até aos veículos de Equipas Comerciais. O Car Policy Benchmark 2019 conclui que “as empresas acomodaram os aumentos dos escalões de tributação autónoma (um facto recente em 2015) e reviram os segmentos a atribuir a cada função”, vindo a concentrar a seleção de veículos em menos marcas.

Quanto à política de frota, 64% das empresas concentra os seus esforços nas necessidades de negócio e na redução de custos, contrariamente aos apenas 36% que pretendem promover a consciência ambiental através de critérios ambientais na sua política de frota.

Olhando para o veículo de serviço, este continua a ser um elemento fulcral nos índices de satisfação dos colaboradores. É por isso que 73% das empresas valoriza manter o veículo como benefício.

Por outro lado, há ainda uma margem de progressão no domínio de novas soluções de mobilidade e na gestão da sinistralidade.

No campo da mobilidade, é ainda reduzido o número de empresas que ponderam alternativas como car pooling ou pacotes de mobilidade: 27%, apenas.

No ano passado a LeasePlan apresentou um estudo que indicava as vantagens de uma transição para frotas elétricas.

No entanto, no final deste estudo conclui-se que apenas 45% das empresas admite uma transição para veículos elétricos. Motivos para ainda não haver uma maioria a optar pela eletrificação vão desde a oferta limitada de modelos e níveis de autonomia, o que compromete a utilização de muitas das frotas que precisam de fazer muitos quilómetros diariamente.

Podendo a sinistralidade ter um custo económico e social significativo, também só 29% das empresas admite responsabilizar o condutor na condução, enquanto 71% dos inquiridos se mostram apenas interessados em promover ações para aumento da segurança rodoviária.

Custos, Pessoas e Ambiente

Para a LeasePlan, a política de gestão de frotas ideal é a que “estabelece um equilíbrio entre três vetores principais: custos, pessoas e ambiente”.

Mas será que as políticas de gestão de frota das empresas portuguesas já refletem estes três parâmetros?

  • Custos
    Sabe-se à partida que todas as decisões tomadas no âmbito da gestão de frota estão condicionadas por orçamentos anuais de uma empresa e pela definição do custo total de utilização (TCO).

Olhando para a globalidade das empresas analisadas, 83% consideram o TCO como indicador base da utilização da sua política de frota, sendo este factor mais importante nas empresas com mais de 200 veículos (97%) e menos nas empresas com menos de 20 unidades (77%).

Os limites do custo de utilidade dos veículos nas políticas de frota são definidos por este parâmetro.

  • Pessoas
    “A política de frota nem sempre visa a eficiência em termos de custos; há outras preocupações, como o bem-estar dos colaboradores, a atração e a retenção de talento”, realça António Oliveira Martins.

“As empresas podem desenhar políticas de frota que as ajudem a atrair e reter talento”, reforça Pedro Luz, do Gabinete de Consultoria da LeasePlan, durante a apresentação do documento.

  • Ambiente
    As alterações climáticas e as restrições ambientais a que os fabricantes automóveis são sujeitos levam as empresas a adotarem políticas de frota que tenham em conta níveis de emissões de CO2, tipos de combustível, regras de abastecimento/carregamento.

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