Um relatório publicado pela Associação Europeia de Fabricantes de Automóveis (ACEA) aborda as tendências, oportunidades e desafios enfrentados pela indústria de carsharing na Europa e no mundo.
O mercado mundial de carsharing engloba atualmente vários milhões de clientes e possui uma frota constituída por algumas dezenas de milhares de veículos. Apesar de fortemente concentrada em países industrializados, há um número crescente de empresas a operarem também em economias em desenvolvimento.
O relatório demonstra que não existe um modelo único de negócios/serviços nesta atividade e que estes variam em função das necessidades e disposição territorial e técnica da região em que a empresa opera. Segundo o documento, os clientes típicos tendem a ser jovens urbanos para os quais uma mobilidade flexível é bastante importante. Demonstra, ainda, que os diferentes players atuam de forma diversas, variando na forma de atuação, criando versões especializadas dos seus próprios carros e produzindo serviços específicos em função da frota.
Há, no entanto, desafios claramente identificados que a indústria de carsharing enfrenta. Estes variam entre os limites dos serviços que podem oferecer e que nem sempre conseguem satisfazer as necessidades dos utilizadores, os problemas causados por uma legislação que varia de região para região e ainda com o facto de algumas empresas de carsharing estarem a sentir dificuldade em lidar com as garantias dos veículos e com os respetivos seguros, uma vez que a utilização do serviço é muito variável em função do tipo de cliente.
Erik Jonnaert, secretário-geral da ACEA, escreve no relatório que o “carsharing revela potencial para se tornar parte integrante de uma solução de mobilidade urbana e pode ser opção para cidadãos que ainda não têm um carro e que vivem nas cidades”. No entanto, frisa este responsável “há uma série de problemas práticos, comerciais e regulamentares que ainda precisam de ser superados”.
Na edição de Setembro da FLEET MAGAZINE é igualmente indicada uma outra vantagem do carsharing para o setor empresarial, o facto de este serviço poder ajudar uma empresa a ter maior controlo sobre as emissões.
Nessa reportagem, Luís Rosendo, da CityDrive, evidencia o facto nos vários clientes empresariais que já utilizam os serviços desta empresa de carsharing, a mais recente a operar na região de Lisboa: “ao aderir a uma mobilidade amiga do ambiente, a empresa aumenta as suas credenciais em termos de responsabilidade social”.
É que, não sendo da responsabilidade do utilizador o automóvel, o valor das emissões é contabilizado nas contas de quem presta o serviço. Além, obviamente, da vantagem económica que representa um aluguer curto no tempo ou na distância, com estacionamento incluído, sem qualquer outro custo ou obrigação.