Limitação da velocidade máxima, avaliações contínuas, tutores da condução. Tudo para reduzir os sinistros e aumentar a eficiência e a operacionalidade da frota
Para limitar a sinistralidade, a Chronopost estabeleceu uma série de procedimentos internos, dos quais a medida mais curiosa foi introduzir, no caderno de encargos das aquisições, a limitação da velocidade máxima a 130 km/h para todas as viaturas novas contratadas.
Mas não só, explica David Pinhol, diretor do Pólo Serviços e Inovação, que lidera o processo de seleção e é responsável pelas aquisições.
Na entrevista publicada na edição de Junho de 2016 da FLEET MAGAZINE, este responsável revela mais ações da empresa nesta área.
Assim, visando a poupança dos custos com os incidentes, mas também a proteção da imagem da empresa, desde 2009 que têm vindo a ser desenvolvidos e implementadas análises pormenorizadas e regulares dos sinistros, que permitiram desenvolver processos individualizados neste âmbito, como cursos de condução e avaliações regulares de desempenho (ver caixa Sinistralidade Limitada).
Daqui acabou também por resultar a definição de um perfil de condutor que, entre outros parâmetros, revela menos propensão para acidentes.
Sinistralidade limitada e eco-condução
“Uma análise mais detalhada permitiu-nos transmitir aos RH qual o perfil do condutor menos propenso a acidentes”
Como é que a Chronopost gere a questão da sinistralidade?
Talvez o facto mais comentado seja a obrigatoriedade de todas as viaturas da nossa frota operacional virem de origem com a velocidade limitada a 130 km/h.
Mas desde 2004 que temos vindo a desenvolver mais ações no domínio da sinistralidade rodoviária: temos uma equipa específica ligada ao tema, os tutores de segurança rodoviária, formadas por uma empresa espanhola em condução defensiva e análise de acidentes.
Existe permanentemente alguém disponível em todas as estações da Chronopost para fazer a monitorização da sinistralidade.
Regularmente fazemos o ponto da situação de cada estação, analisando o tipo de sinistros e o que podemos fazer para os evitar. E todas as pessoas que começam a trabalhar para nós têm formação em condução defensiva e regularmente há lugar a reciclagens.
Em concreto, o que é avaliado?
Acabamos por analisar a tipologia de sinistros – o tipo de viatura, se o embate deveu-se à falta de distância de segurança ou outras razões, em que manobras, a idade média dos motoristas.. – para comparar os dados em função do período do dia e se este corresponde a uma fase de maior atividade ou volume de trabalho, de forma a avaliar também os efeitos do stress.
Com resultados práticos?
Conseguimos uma redução da sinistralidade bastante acentuada. O aprofundamento deste assunto, ao longo destes anos, ajudou-nos a identificar muito bem os pontos de risco e a definir padrões.
Foi com base neste trabalho de análise, que inclui outras valências que não apenas a sinistralidade, que nos permitiu transmitir aos Recursos Humanos qual o perfil do condutor menos propenso a acidentes, segundo a sua faixa etária, situação profissional dentro da empresa, responsabilidade familiar, experiência de condução de furgões, etc…
E de que modo avaliam a condução no terreno. As viaturas dispõem de equipamento com esse fim?
A geolocalização é feita através do PDA do utilizador da viatura.
Para aferir o tipo de condução, ligamos um equipamento à ficha OBD do carro e obtemos os dados da condução. Nomeadamente consumos e tipo de atitude ao volante. Informações que servem também para comparar e demonstrar que, com uma condução defensiva e mais ecológica, conseguimos manter a mesma produtividade.