A decisão de renovar a frota com introdução de carros elétricos ou híbridos com bateria recarregável nem sempre é fácil de tomar e os riscos de rejeição por parte de alguns utilizadores pode fazer hesitar. Eis algumas sugestões para dar este passo rumo à mobilidade elétrica com mais confiança.

O atual cenário fiscal e a redução das necessidades de mobilidade impostas pela COVID-19 estão a ser aproveitados por alguns sectores de atividade para dar os primeiros passos na transição da frota para viaturas eletrificadas.

Mas a ideia de conduzir um carro elétrico gera ainda alguma relutância e estranheza, principalmente junto de quem nunca teve a oportunidade de experimentar.

E ainda porque outros receios subsistem, os mais importantes dos quais relacionados com a autonomia e com o carregamento da bateria.

https://fleetmagazine.pt/2021/12/30/empresas-carros-eletricos-frota/

Para ajudar a ultrapassar estes temores e habituar novos utilizadores à condução de um carro elétrico, algumas empresas optaram por começar a introduzir este tipo de veículos no grupo de carros partilhado por vários trabalhadores.

É uma ideia válida, uma vez que não existe uma atribuição direta ou um compromisso de longo prazo, além de que estes carros são geralmente utilizados para deslocações mais curtas.

Contudo, é aconselhável que se faça uma escolha cuidada destas novas viaturas elétricas, nomeadamente em relação à autonomia, para que não possam justificar situações de ansiedade; garantir que a bateria se encontra sempre carregada, fácil de conseguir, já que a maioria dos modelos ou dos postos de carregamento transmitem essa informação, o que permite o controlo à distância a partir de um desktop ou do smartphone; e ainda que exista, de alguma forma, um acompanhamento das primeiras utilizações.

Ou que não sendo possível fazê-lo, que cada viatura disponha de um “manual” com explicações rápidas e diretas, tão gráficas quanto possíveis, sobre as diferentes possibilidades de condução. (em modo eco, regeneração de energia, etc.) e das formas possíveis de carregamento do veículo.

Além de que cada viatura deve dispor de um cartão de acesso à rede pública de postos de carregamento elétrico, ou deve ser disponibilizado um cartão no momento de atribuição do carro ao seu utilizador.

Outra iniciativa que geralmente tem grande sucesso e muita adesão interna são ações periódicas organizadas em conjunto com marcas/concessionários automóveis e/ou gestoras de frota. Estas ações servem essencialmente para dar aos trabalhadores da empresa a possibilidade de experimentarem viaturas de diferentes tipos, numa utilização absolutamente descomprometida, fora do âmbito laboral.

No entanto, como para qualquer decisão nova capaz de afetar a operacionalidade ou a tesouraria de uma empresa, o planeamento é a chave do sucesso.

E ainda que os benefícios fiscais pela aquisição e utilização de viaturas híbridas plug-in e, sobretudo, carros 100% elétricos, contribuam bastante para reduzir os custos de operação da frota, os decisores não podem esquecer a necessidade de incluir nas contas os investimentos necessários para a instalação de pontos de carregamento elétrico (na empresa e/ou em casa do utilizador) e na formação dos condutores destas viaturas, sobretudo na sensibilização daqueles a quem são atribuídas viaturas híbridas plug-in.

E como é natural, tudo isto impõe uma avaliação prévia quanto às condições e necessidades de utilização dos condutores ou dos departamentos a que se destinam estes veículos.

https://fleetmagazine.pt/2021/08/13/incentivos-e-vantagens-da-mobilidade-eletrica/

Arriscar sem compromisso

Se qualquer das sugestões anteriores é complicada de implementar ou não tem viabilidade na sua empresa – ou se simplesmente é um empresário individual ou até mesmo um condutor particular -, mesmo assim é possível experimentar a utilização de uma viatura exclusivamente elétrica ou com motor híbrido plug-in, sem a obrigação de assumir um compromisso de longo prazo.

Pode fazê-lo através de uma das várias soluções flexíveis com alugueres de curta duração destes veículos que são disponibilizados pela maioria das gestoras de frota, e que incluem vários serviços, incluindo de consultadoria, que acompanham e apoiam na tomada de decisões relacionadas com a mobilidade elétrica.

Alugar a viatura através de um operador de rent-a-car pode ser também uma opção a considerar. Algumas das empresas que atuam nesta área de atividade estão não só em condições de apoiar os utilziadores destas viaturas (podendo fazê-lo diretamente, sem intervenção do gestor de frota da empresa que contrata o serviço), como algumas disponibilizam também soluções flexíveis que permitem contratar uma viatura por um período curto, com possibilidades de extensão do contrato ou da sua suspensão sem penalização.

E, como sucede em algumas gestoras de frota, também algumas empresas com atividade direta no rent-a-car disponibilizam produtos que envolvem a contratação de um veículo elétrico, com a hipótese de poder recorrer a um veículo com motor de combustão interna quando se coloca a necessidade de efetuar deslocações mais longas.