A Aliança Renault-Nissan, o quarto maior construtor automóvel mundial, revelou intenção de lançar mais de 10 veículos com capacidades de condução autónoma ao longo dos próximos 4 anos, destinados aos mercados europeu, norte-americano e chinês.
“O propósito é dar mais capacidades a quem conduz o carro”, afirmou Carlos Ghosn Presidente-Diretor Geral da Aliança, “não substituir o condutor”,acrescentou.
Estas declarações seguem a linha de intenção outros construtores automóveis e empresas fornecedoras de tecnologia. A Tesla já tinha anunciado sistemas próprios de condução autónoma, tal como a General Motors, a Volvo e o grupo Ford, que está a trabalhar juntamente com a Google no mesmo sentido.
Os potenciais benefícios desta evolução tecnológica é a redução de acidentes de viação e situações de congestionamento de trânsito:
“Já estamos a desenvolver automóveis, destinados ao grande público de três continentes, equipados com sistemas de condução autónoma e com uma maior conectividade”, revelou Ghosn. “Temos também um duplo objetivo: zero emissões e zero fatalidades. A condução autónoma deverá permitir reduzir o fator de erro humano que está na origem de cerca de 90% dos acidentes mortais. Mas a segurança e a eficiência dos automóveis da Aliança já tem aumentado bastante. O número de acidentes graves ou mortais a bordo de um Nissan no Japão baixou 61% nos últimos 20 anos e, na Renault, estes indicadores diminuíram 80% em França nos últimos 15 anos”.
O líder da Aliança não adiantou quanto as novas funcionalidades de auto-condução vão custar, nem quais os primeiros veículos a integrá-la.
“Será talvez mais fácil introduzi-la em primeiro lugar num Infiniti (marca de luxo da Nissan), porque os clientes estarão dispostos a pagá-la. Mas a intenção é expandi-la rapidamente aos modelos mais populares na Europa, Estados Unido e China”, adiantou.
“Estas novas tecnologias não vão retirar prazer à condução”, disse Ghosn. “Aliás, o sistema de travagem automática de emergência ou o modo de velocidade de cruzeiro autoadaptativa já são sistemas autónomos. E enquanto condutores com tráfego intenso vão certamente apreciar o modo de auto-condução, quem estiver a dirigir ao longo de uma estrada bonita junto à praia vai poder continuar a fazê-lo”.
“Em 2020”, garantiu Ghosn, “o uso destas tecnologias estará suficientemente expandido para permitir que os veículos possam circular de forma autónoma. Mas para tal também é necessário que as autoridades aceitem que o condutor pode circular dentro de um carro a ler um livro, por exemplo”.
Ou seja, não basta ter tecnologia disponível. Será necessário também que as entidades oficiais autorizem a circulação totalmente autónoma, até porque um estudo da consultora americana McKinsey & Co. prevê que, até 2030, um em cada 10 carros possam conduzir-se sozinhos.