Cerca de três centenas de responsáveis do parque de viaturas de empresa, bem como representantes de entidades fornecedoras de serviços, incluindo das principais gestoras de frota representadas em Portugal, estiveram presentes na 5.ª Conferência Gestão de Frota que aconteceu, dia 25 de Novembro, em Cascais.
Este evento é um dos mais importantes do setor realizado em Portugal e é organizado pela única publicação exclusivamente dirigida a este importante segmento do mercado automóvel que, no seu conjunto, é responsável por mais de metade das vendas de carros novos em Portugal.
Todos os anos são debatidos os temas mais importantes que interessam a gestores de empresas, desde o financiamento à fiscalidade, passando por novas soluções de mobilidade e segurança, além de serem dados a conhecer casos práticos implementados em algumas empresas, com vista ao reforço da eficiência da frota automóvel da organização.
Foi precisamente o assunto que dominou grande parte dos trabalhos da manhã.
Fernando Sousa da ESPAP abriu o primeiro painel explicando os processos de compra de viaturas por parte do Estado, falando sobre o desafio de centralizar numa única entidade a responsabilidade de negociar viaturas e serviços de entidades tão distintas quanto são os diversos serviços públicos portugueses.
Um desafio que implica administrar cerca de 26 mil viaturas de 450 entidades, tendo como principais objetivos, desde que a ESPAP (Entidade de Serviços Partilhados da Administração Pública) foi criada em junho de 2012, dar mais transparência e rigor aos processos de negociação, além de, naturalmente, reduzir os custos de aquisição e operação.
Leasing ou renting?
Esta é uma dúvida que assalta muitos responsáveis no momento da decisão e a Fleet Magazine trouxe ao segundo e terceiro painel da manhã duas visões opostas concentradas numa única tipologia de viatura: veículos comerciais.
Paulo Viegas, do grupo VENDAP, veio explicar a razão porque apostou na aquisição de determinadas viaturas em leasing, as quais sabia que, devido ao uso intensivo que lhes seria dado, acarretariam valores de recondicionamento elevado.
Este gestor detalhou as diferenças dos custos apurados para uma mesma viatura em leasing e em renting, justificando dessa forma a aposta na primeira modalidade. Para saber a que tipo de viaturas se refere, veja a reportagem efetuada à frota do grupo Vendap.
Seguiu-se Rui Crispim, gestor de frota da Linde, que veio mostrar como está a decorrer a experiência de renting com viaturas comerciais já transformadas.
Detalhando os riscos e/ou as oportunidades desta aposta, o gestor ibérico das viaturas da multinacional alemã, explicou como espera reduzir os custos de operação e de terminação dos comerciais transformados, de forma mais pormenorizada do que na entrevista que concedeu à Fleet Magazine.
Da decisão aos custos de operação
Seguiu-se Luís Prazeres, gestor de frota da Brisa que, depois de fazer um enquadramento da frota da empresa, explicou como está a reduzir os custos das cerca de 650 viaturas que têm à sua responsabilidade.
E uma das ações mais importantes passa precisamente por consciencializar os utilizadores das mesmas, não apenas com o propósito de diminuir os consumos médios da frota, como para obter resultados positivos sobre a sinistralidade, por exemplo, e que justificaram a criação da Academia Brisa de Condução, em 2011.
Ainda durante a manhã, Luís Preto, responsável da frota da Siemens, introduziu o tema TCO no debate que pretendeu demonstrar a importância desta análise para o acompanhamento dos custos de uma viatura, bem como o peso que o valor residual de um modelo tem para o apuramento da renda.
Custos são mais do que rendas e que influência podem ter as manutenções dentro ou fora da rede oficial, bem como o trabalho que uma marca deve fazer para elevar os valores de usados dos seus próprios modelos, foi o que Roberto Gaspar da TECALLIANCE e Gonçalo Neves, responsável da venda a Frotas e Usados da Peugeot, explicaram após a apresentação de Luís Preto.