Confirmam-se as previsões de crise no setor automóvel, nos próximos anos, em Portugal, contrastando com a tendência de crescimento do resto da Europa, prevendo-se, neste cenário, um aumento da taxa de penetração do aluguer operacional (renting) embora o Leasing Financeiro ainda seja o método de financiamento mais popular em Portugal.

Estas são as principais conclusões do Barómetro Corporate Vehicle Observatory 2012 (CVO), um estudo elaborado pela Arval, empresa de Grupo BNP Paribas especializada em Aluguer Operacional (renting) e Gestão de Frotas, em parceria com a CSA, empresa especializada em estudos de mercado.
 
De acordo com o estudo, que pretende antecipar e divulgar as principais tendências na gestão de frotas automóveis empresariais, o aluguer operacional aumenta a sua taxa de penetração, mantendo-se como a opção de financiamento preferencial das grandes empresas (44%) em Portugal e na Europa, e parece ser a solução mais procurada onde a complexidade na gestão da frota é mais exigente. No entanto, o leasing financeiro continua a ser o método de financiamento mais utilizado pelas empresas portuguesas (45%).
 
Por outro lado, o difícil contexto económico leva a uma leitura mais pessimista em relação à dimensão das frotas, confirmando-se as previsões de redução da dimensão das frotas, nomeadamente no que diz respeito às médias e grandes empresas onde 17% dos decisores nacionais apontam para uma redução das frotas, enquanto 7% dos congéneres europeus esperam um crescimento das mesmas.
 
Contudo, esta assimetria em relação à dimensão das frotas não se verifica no que diz respeito à pressão dos custos sobre as mesmas. Todas as empresas nacionais inquiridas, assim como as suas congéneres europeias, indicam um aumento da pressão dos custos nas frotas, sendo que, em Portugal, esta previsão é mais moderada. Cerca de 60% dos decisores refere que a pressão dos custos irá aumentar ou manter-se nos próximos tempos.

Os resultados observados em Portugal mantém-se a par da tendência europeia, também no que diz respeito à desvalorização dos veículos usados, com 6 em cada 10 decisores a reconhecer a redução do valor dos veículos usados, tal como os 68% dos decisores europeus de micro/pequenas empresas e 59% de média/grandes empresas indicam também uma perspetiva de redução dos valores.  

De acordo com o barómetro 2012, 11% das médias e grandes empresas portuguesas e 18% das europeias já utiliza a telemática para gestão da frota. Contudo, menos de 10% das empresas nacionais, não aderentes a esta tecnologia, pensam vir a implementá-la nas suas frotas. Em Portugal, mais de 50% das empresas utilizadoras de telemática fazem-no com o objetivo de reduzir os custos com combustível enquanto que quase 50% dos decisores europeus tem como principal motivação a geolocalização das viaturas.

De salientar ainda que, o controlo da localização do automóvel (geolocalização) e o comportamento ao volante, parecem ser aceites pelos condutores quando conduzem veículos de empresam, isto a julgar pelos 40% de decisores que consideram não haver barreiras à adopção de telemática. Esta tendência verifica-se tanto em Portugal como na Europa.

Não se pode deixar de chamar a atenção para a redução do interesse nos veículos elétricos tanto em Portugal como na Europa. A política de frota das empresas a operar em Portugal e na Europa, parece não ter “espaço” para os veículos eléctricos, ao observar que apenas 10% das micro/pequenas identifica áreas onde poderá utilizar os eléctricos (vs 40% em 2011), enquanto que no caso das médias/grandes empresas nacionais, a relevância dos carros elétricos desce dos 51% para os 19%. Este facto poderá dever-se ao facto dos gestores de fota tomarem consciência das limitações técnicas destes veículos ou até mesmo, considerarem que num contexto de crise, a aposta nesta tecnologia não é prioritária.
   
Por último, evidence-se o crescimento da importância da figura do “gestor de mobilidade” (penetração em 20% das médias e grandes empresas portuguesas e 37% nas europeias) bem como de um plano de gestão da mobilidade (20% nas médias e grandes empresas nacionais e 17% nas europeias).

O estudo foi realizado em 16 Países, no primeiro trimestre de 2012, envolveu empresas de todas as indústrias que utilizam veículos corporativos e foram realizadas 4 823 entrevistas telefónicas.

(Link: Estudo CVO 2012 em .pdf)