A gás é ainda mais barato
É o carro mais barato do mercado, mas também honesto porque o condutor paga aquilo que realmente recebe. Por ser um dos poucos a manter uma oferta GPL, pode residir aí o interesse de algumas empresas para quem o gasóleo já não faz sentido e a eletrificação ainda não é a solução.
Com exceção do sector dos táxis, a Dacia não tem muita presença nas empresas e o GPL também não é uma solução muito procurada pelos profissionais. Um e outro com particular incidência nas versões de passageiros, com algumas razões a justificarem o motivo: desconfiança pela marca, desconfiança pela solução mecânica e receio de que os custos de utilização possam não ser tão competitivos quanto parecem.
Isso acontece porque, em primeiro lugar, apesar de o GPL ter um custo por litro mais baixo e do IVA ser parcialmente dedutível, na génese desta mecânica reside um motor a gasolina; ou seja, trata-se de uma solução que apenas se torna competitiva quando se faz o aproveitamento do combustível mais barato e quando é feita uma correta manutenção do motor.
Outro fator são os residuais da marca e de este tipo de mecânica, capazes de penalizarem as rendas em renting ou qualquer TCO que equacione a desvalorização da viatura. Mas para ajudar nas contas, um microsite dedicado à oferta GPL da Dacia dá uma visão rápida e imediata das várias centenas de euros de poupança anual de combustível face a uma versão diesel, mais significativa ainda caso se trate de um motor a gasolina.
A financeira da marca propõe também uma solução ALD exclusiva para empresas: 259 euros x 48 meses com manutenção, seguro e viatura de substituição incluídos, com um residual de 3.468 euros.
A segurança é outro “fantasma” que torna menos apelativo um carro GPL, algo que não faz sentido numa instalação de fábrica que, além de uma homologação e testes mais exigentes, permite manter a garantia de 3 anos/100 mil quilómetros do fabricante.
Com a lei a permitir maior liberdade de estacionamento e a dispensar o inestético dístico na traseira do veículo, vamos então olhar para o que este Sandero tem para nos propor.
Antes de mais, é notável como um carro assente numa base que conta com mais de uma década continua a manter um equilíbrio tão atual entre desempenho e conforto. O espaço é outra boa qualidade do Sandero, conjugando-se tudo num interior cada vez menos espartano e cada vez mais ergonómico e capaz de conter mais equipamento.
Por cerca de 12 mil euros, preço base da versão GPL que tem a serviço o motor a gasolina de três cilindros TCe90, o Dacia Sandero TCe90 Bi-Fuel inclui, além de itens essenciais de conforto e segurança, o ar condicionado e rádio com Bluetooth.
Quanto à condução, convenientemente prática e descomplicada, não difere muito da versão a gasolina e a comutação GPL é bastante simples, sendo automática e praticamente impercetível a transição entre combustíveis, nas fases de arranque, depois de esvaziado o depósito de GPL ou por opção do condutor, existindo um detetor luminoso da sua capacidade no próprio botão que permite ligar ou interromper o seu uso. Não há mais qualquer informação no painel de bordo ou sequer computador de bordo que indique os consumos de um e outro combustível.
Impressões
Enquanto solução económica e racional, o Sandero nunca foi fadado para grandes rasgos dinâmicos, nem sequer em algum momento o promete. O desempenho com o motor a funcionar a GPL é inferior do que quando a funcionar a gasolina, mas isso só se torna mais evidente em situações de maior esforço, com a lotação completa ou a enfrentar subidas acentuadas. Uma condução menos brusca e mais eficiente não evidencia diferenças significativas entre o comportamento desta versão a funcionar só a gasolina, ou só a GPL.
Como vantagens, podem apontar-se para esta solução um reabastecimento mais rápido do que tempo necessário para o carregamento da bateria de um híbrido “plug-in” (o processo é igualmente bastante simples e seguro), uma rede de abastecimento GPL relativamente vasta e, embora continue a ser um derivado do petróleo, uma combustão mais eficiente e mais limpa, com cerca de 10% menos emissões CO2 do que a gasolina e um volume inferior de libertação de partículas nocivas.
A instalação do tanque auxiliar com cerca de 18Kg/30 litros de capacidade não prejudica os 320 litros de bagageira, já que ocupa o espaço do pneu suplente. A autonomia total do Dacia Sandero TCe90 Bi-Fuel com os dois combustíveis aproxima-se dos 1.000 kms.
Ficha de Produto: Preço, rendas, consumo e motor
- Preço:
13.101 Euros*
- Rendas:
405,59 €/mês (36 meses)*
374,72 €/mês (48 meses)*
- Consumo médio (Gasolina, WLTP):
6,9 a 7,5 l / 100km
- Consumo médio (GPL, WLTP):
7 a 9,4 kg/100km
- Emissões
118 gCO2/km
- Motor térmico:
3 cilindros / 898 cc
90 / 5.000 cv/rpm
140 / 2.250 Nm/rpm
(*)Valores LEASEPLAN. Quilometragem anual contratada: 30.000 – Serviços incluídos: aluguer/iuc/ seguro (franquia 4%)/manutenção/ gestão de frota/ pneus ilimitados/ veículo de substituição – quilometragem técnica máxima: 200.000 kms