Quem gere uma frota está obrigado a acompanhar todas as evoluções que se sucedem e que fizeram evoluir o automóvel de um simples meio de transporte para um escritório móvel, para a extensão logística de um armazém, para um centro de comunicações que recolhe dados e informações e que os envia, em tempo real, para centros de processamento e análise.
Por isso, a pressão dos custos ombreia com a necessidade de encontrar novas soluções que supram novos desafios que todos os dias os clientes colocam às empresas.
Por outro lado, torna-se cada vez mais difícil lidar com o crescente número de dados provenientes de sistemas de telemetria instalada nos veículos ou incluídos no automóvel pelo construtor.
E todos os dias surgem novos softwares de apoio à gestão de frota ou atualizações permanentes de sistemas já existentes.
As próprias gestoras são ativas nesta matéria.
Um dos exemplos é a VWFS que criou o “Startup Battlefield”, uma iniciativa destinada a identificar e potenciar startups que permitam optimizar e flexibilizar a utilização das frotas empresariais.
Onde se inclui a transição da viatura individual atribuída ao colaborador para outra solução de mobilidade ou projectos que agilizem a logística e a distribuição de bens em meio urbano.
Mas vamos ver o que já existe, o que está a ser desenvolvido e aquilo para onde se dirige a Gestão Profissional da Mobilidade.
A “inteligência” artificial aplicada ao software de gestão de frota está a ter cada vez mais capacidade para decidir automaticamente os melhores modelos de atuação. Caminhamos para a completa automatização dos processos?
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I – Processamento na nuvem
As plataformas com soluções baseadas na “nuvem” permitem fazer o tratamento e a partilha de dados mais rapidamente, aceder a novas ferramentas de processamento desses mesmos dados com maior facilidade e contenção de custos, fazer o tratamento de encriptação sem necessidade de investimentos adicionais na aquisição de equipamento (como computadores, servidores e redes), na expansão de infraestruturas ou na contratação de novos colaboradores.
Mais vantagens: ao ter todos os dados centralizados e acessíveis a toda a empresa e suas sucursais, independentemente da sua localização geográfica, isso permite uma melhor monitorização e controlo de atuação, além de evitar a duplicação de procedimentos por parte de vários utilizadores.
A segurança é também outro proveito.
Ela tende a ser maior num sistema baseado na nuvem, graças aos recursos avançados de encriptação de dados e chaves de API, tornando-os menos suscetíveis de se perderem ou de serem vandalizados.
II – Customização de soluções
As empresas não são iguais; cada uma tem a sua especificidade e necessidade.
Os clientes, os fornecedores, o tipo de viaturas e seus utilizadores estão a exigir aplicações e sistemas de gestão flexíveis e adaptáveis ao modelo de atuação de cada gestor, às suas preferências pessoais, às suas necessidades.
Essa necessidade vai além da mera facilidade de personalização através da alteração dos layouts ou de gráficos.
Caso queira manter ativos no painel determinados relatórios de desempenho, por exemplo, ou configurar alertas individualizados, o gestor deve poder fazê-lo facilmente.
Assim como o momento em que determinados relatórios devem ser gerados e a forma como eles devem chegar até si.
Além disso, como as necessidades empresariais evoluem, a customização dos sistemas de gestão de frota deve contemplar sempre a possibilidade de integrar soluções externas de outras fontes, novas ferramentas, procedimentos externos e permitir que possam conviver e articular-se entre si.
III – Software “inteligente”
As empresas querem, acima de tudo, soluções. E cada vez mais querem que diversas soluções lhes sejam apresentadas para que possam escolher e decidir modelos e vias de atuação.
Ao integrar múltipla e variada informação num sistema, o gestor espera que um bom software de gestão de frota lhe sugira ou dê pistas sobre a forma de atuar em relação a diferentes parâmetros.
Tudo isto de uma forma bastante intuitiva e rápida, sem necessidade de grandes pesquisas ou processos complicados de compilação de informação para além da já existente.
O gestor conta também que esse mesmo software encontre soluções para determinados problemas e que padronize o mais possível os relatórios para que possam ser apresentados externamente ao departamento ou à empresa, junto de fornecedores ou clientes.
No fundo, os gestores já não querem mais uma simples recolha e gestão de dados. Eles querem informações válidas, devidamente tratadas, que possam ajudá-los a tomar decisões.
IV – Poder de antecipação
O desafio mais fácil e que muitos dos atuais sistemas já cumprem: sistemas de alertas para manutenções, excesso de quilometragem, desvios de comportamento, terminações de contratos.
Mas a quantidade e a qualidade da informação recolhida está a ser tratada de forma cada vez mais “inteligente”, de modo a fazer uma melhor gestão do risco.
Desde prevenir e antecipar problemas mecânicos futuros (manutenção preditiva), a alterações de comportamento dos utilizadores das viaturas, por exemplo.
Com base num conjunto vasto de informações recolhidas e de outras que possam ser introduzidas ou que estejam em articulação, o software deve ter cada vez mais capacidade para escolher novas rotas, novas soluções de mobilidade e fazer um melhor planeamento de meios e recursos.
Em tempo real e, sempre que possível, de forma automática.