Nos últimos dois anos, o projeto V2G Açores permitiu à frota de dez elétricos Nissan injetar na rede elétrica da ilha de S. Miguel energia suficiente para alimentar diariamente 32 residências.
Assim, sete Nissan LEAF e três e-NV200, todos com baterias de 40 kWh, abasteceram um total de 198 MWh em 90 semanas, tendo devolvido à rede 109 MWh (55%).
Para os 126 mil km percorridos durante este período, consumiram 19,5 MWh, o que se traduz num consumo médio de 154,756 MWh (cerca de 9% abaixo do anunciado segundo a norma WLTP para o LEAF e -23% relativamente ao proposto para o e-NV200). O que é que isto quer dizer? Para percorrerem 126 mil km, os dois modelos precisaram apenas de 9,8% da capacidade total das suas baterias.
O projeto piloto de V2G nos Açores
Há dois anos, a Nissan, a Galp e a EDA decidiram testar a integração de veículos elétricos (VE) em redes de energia. Recorrendo à tecnologia Vehicle-to-Grid (V2G), decidiram estudar o impacto que a integração que estes VE teriam na eficiência daquela rede, nos próprios VE e nas emissões de gases de estufa.
De acordo com a Nissan, para que o V2G seja economicamente válido para o utilizador, é necessário desenvolver um enquadramento legal/regulatório que permita a passagem da fase piloto para uma fase de mercado.
Antonio Melica, diretor geral da Nissan Portugal, diz que a marca se orgulha de ter feito parte deste projeto piloto, acrescentando que “é necessário contribuir para a criação de um ecossistema elétrico que permite aproveitar ao máximo os benefícios dessa nova mobilidade”.
Além da Nissan, Galp e EDA, juntaram-se ao projeto diversos prestadores de serviços e parceiros estratégicos, como é o caso da Nuvve, o INESC-TEC, a DGEG, a ERSE e o Governo dos Açores, através da Direção Regional de Energia.
https://fleetmagazine.pt/2022/01/26/alianca-renault-nissan-mitsubishi-eletricos/
A tecnologia V2G
A lógica desta tecnologia assenta em fluxos de energia bidirecionais e pressupõe que os VE, quando estacionados, forneçam energia à rede elétrica.
Permite que o VE seja um elo ativo na gestão da rede elétrica, regularizando a oferta e procura ao armazenar energia durante a noite (quando a produção de renováveis não tem aplicação direta) e fornecendo-a à rede durante o dia.
Simultaneamente, visa constituir-se como uma fonte de receita para os seus proprietários ao carregar a bateria quando o preço da energia elétrica é mais barato e fornecendo energia da bateria para a rede ou para o autoconsumo nos períodos em que o preço da energia é mais elevado.