Preço de compra 52% superior é compensado com poupança de 65% em combustível e 54% em manutenção

A EMEL é uma empresa pioneira na utilização de veículos elétricos de duas ou quatro rodas em atividades de fiscalização.

Óscar Rodrigues, diretor do Departamento de Mobilidade e Transportes desta empresa municipal, esclarece que se trata de uma opção racional para o trabalho que desenvolvem:

“Há equipas de coleta e de manutenção que atuam na zona central da cidade. Trata-se de uma área com grande concentração de parquímetros que, por isso, obriga a curtas deslocações, de 150 ou 200 metros, entre um e outro equipamento. Muitas vezes, como é no caso das coletas, são operações de curta duração. Naturalmente, isto representa um tremendo desgaste para qualquer veículo térmico, além do gasto em combustível e da consequente emissão de gases poluentes. Para este tipo de atividade, que não ultrapassa os 80 km diários, os veículos elétricos são, sem dúvida, a melhor opção”.

Uma contribuição importante para essa decisão e para a redução dos custos totais de utilização das viaturas elétricas provém de fundos europeus:

“O facto de estarmos envolvidos em alguns projetos internacionais permitiu-nos o cofinanciamento das aquisições. Um deles é o projeto FREVUE, que pretende testar soluções logísticas com a utilização de veículos elétricos, com o objetivo de tornar mais eficiente a logística urbana e reduzir o impacto ambiental nestas áreas. O grau de evolução de Lisboa neste assunto fez com que tivesse sido uma das oito cidades europeias escolhidas para a monitorização e a partilha de experiências entre todas é essencial para a evolução do projeto. Logo, testar estas viaturas em condições reais de utilização é fundamental e o tipo de atividade da EMEL facilita bastante esse processo”.

Tendo como uma das exigências para obter esse cofinanciamento a aquisição a 100% das viaturas, a parte financiada diz respeito apenas a 50% da componente inovação. Ou seja, metade do diferencial de preço entre uma versão totalmente elétrica e a correspondente versão do modelo com motor a gasóleo.

Partindo do exemplo da Renault Kangoo ZE, com preço de compra de 21.628 euros, metade da diferença do preço para a versão a gasóleo (14.203 euros), o montante do incentivo concedido por este projeto europeu é de cerca de 3.700 euros.

TCO compara Renault Kangoo 1.5dCi e Renault Kangoo ZE

Diesel Veiculo Elétrico Diesel
(€/km)
Veiculo Elétrico
(€/km)
Preço de Compra 14.203 € 21.628 € 0,13 € 0,19 €
Custo de Operação 15.415 € 5.407 € 0,14 € 0,05 €
Baterias 0 € 7.000 € 0 € 0,06 €
Seguros 5.256 € 5.752 € 0,05 € 0,05 €
Manutenção 6.720 € 3.072 € 0,06 € 0,03 €
Fiscalidade  4.159 € 0€  0,04 €  0€
TCO 45.753 € 42.859 € 0,42 € 0,38 €

A monitorização da utilização dos veículos elétricos da EMEL teve como principal conclusão custos operacionais mais baixos, possíveis de atingir graças à poupança energética quando comparada com a solução a gasóleo, à redução das despesas de manutenção e ao atual quadro fiscal que favorece a escolha de elétricos.

Ao contrário da Kangoo diesel, a versão elétrica acrescenta os custos das baterias do Kangoo ZE e um prémio de seguro mais elevado, dado que esta última tem um preço de aquisição mais alto e o seguro abrange terceiros e danos próprios.

Contabilizados todos os dados, o estudo elaborado pela EMEL conclui que, num período de 8 anos e 111.408 km, os custos de utilização do Kangoo ZE são de 38 cêntimos por quilómetro, face aos 42 cêntimos do modelo com motor a gasóleo.

“A introdução dos Kangoo ZE não implicou qualquer alteração no padrão de trabalho da nossa atividade”, garante Óscar Rodrigues. “Mas a satisfação dos condutores, o impacto para a imagem da EMEL e os benefícios para o ambiente da cidade de Lisboa representam uma considerável mais-valia deste tipo de veículos. Além da redução dos custos totais de utilização, prevendo nós manter ao serviço estas viaturas durante muitos anos, enquanto continuarem rentáveis do ponto de vista operacional.”

Neste capítulo, o diretor do departamento de transportes da Emel cita um exemplo: “o nosso Nissan Leaf está prestes a atingir os cinco anos e não manifesta alterações significativas de desempenho, incluindo a autonomia.”