O Q4 e-tron continua, à data, a ser o modelo mais acessível da gama elétrica Audi. Na sua versão Sportback, entra em cena com objetivos muito claros: trazer para o segmento dos SUV coupé uma proposta zero emissões com o carisma e a imagem que só um Audi consegue ter
Com um plano bem definido, a Audi diz que é já antes de 2030 que vai passar a comercializar apenas veículos 100% elétricos (novos) em Portugal. São palavras de Nuno Mendonça, diretor geral da Audi que, em março de 2023, assumia no Convento do Beato o compromisso voluntário, perante imprensa e concessionários, de se antecipar aos objetivos globais da marca alemã importada para Portugal pela SIVA|PHS e de fazer a transição para uma gama elétrica em menos de oito anos. A verdade é que já lá vai um ano e meio e a Audi continua a lançar novidades 100% elétricas.
“Somos as pessoas que melhor conhecem os carros e criamos os carros que melhor conhecem as pessoas, por isso acreditamos que este é o caminho e queremos fazer esse compromisso com os nossos clientes, com o planeta e com o futuro”, dizia Nuno Mendonça no Audi Vision Portugal.
Ora, se o compromisso com a eletrificação total estava assumido, nada como propor aos clientes um SUV com perfil dinâmico e estilizado, com claras e bem assumidas linhas de um verdadeiro coupé e comportamento desportivo, porém sem nunca descurar a eficiência.
Atualmente em campanha Audi com um preço especial para empresas e ENI com contabilidade organizada (incluindo despesas administrativas e de transporte), o Q4 Sportback e-tron 45 Premium está à venda por 50.990 euros (acresce IVA)
Assente na plataforma elétrica MEB do grupo alemão do qual faz parte, o Q4 Sportback e-tron tem as mesmas dimensões (comprimento e largura) do irmão quase-gémeo também SUV Q4 e-tron (4,59 m e 1,87 m, respetivamente). É, no entanto, mais baixo cerca de 20 milímetros, muito por culpa da linha do tejadilho, que começa a “descer” imediatamente após o pilar B, tornando-se cada vez mais acentuada até ao pilar C. Talvez uma trajetória demasiado acentuada, com prejuízo para o conforto dos ocupantes dos bancos traseiros.
No entanto, bem no final dessa trajetória descendente da linha do tejadilho está um aileron traseiro que confere a este Sportback um status bastante desportivo, a lembrar um passado não tão distante assim, onde o pequeno, porém distinto, spoiler traseiro do Audi Quattro fazia as delícias dos apaixonados por automóveis, em particular pela mística da marca de Ingolstadt. Se a isso juntarmos as cavas das rodas traseiras, pronunciadas e bem definidas, estamos perante um SUV coupé robusto e com um design deveras atraente. E se ao coeficiente aerodinâmico de 0,26, que contribui para um aumento de 12 km na autonomia relativamente ao irmão Q4 e-tron, aliarmos o facto de a capacidade de bagageira deste Sportback ser maior em 15 litros relativamente também ao Q4 e-tron, então se calhar estão reunidas desde já duas variáveis bastante convincentes na hora da escolha entre um ou outro modelo.
Dos 286 cv de potência da versão 45 quattro ensaiada, bem como da autonomia proposta de 528 km em ciclo combinado, pouco há a dizer a não ser que este carro elétrico cumpre com afinco quando maiores exigências lhe são impostas, principalmente no pedal do acelerador. E embora a marca anuncie um consumo combinado de 16,9 kWh/100 km, foi possível à FLEET MAGAZINE terminar um ensaio de cerca de 350 km em circuito urbano com uma média de 14,2 kWh/100 km – valores muito interessantes para um veículo com estas dimensões e peso (perto de 2.240 kg).
É de facto um carro muito eficiente, com provas dadas e com uma capacidade de regeneração bastante eficaz, regulável através das patilhas localizadas atrás do volante.
Este modelo, equipado com uma bateria de 77 kWh úteis (82 kWh brutos), precisa de menos de meia hora (29 minutos) para conseguir alcançar até 80% da capacidade de carga num posto de carregamento de 135 kW. A marca diz ter conseguido estas melhorias ao otimizar os sistemas de gestão térmica e controlo térmico da bateria.
Se a concorrência do Q4 Sportback e-tron é forte, em muito se deve a outras propostas vindas do mesmo grupo (o ŠKODA Enyaq ou o Volkswagen ID.5) com preços de aquisição seguramente mais baixos. Mas a qualidade e a eficiência – também presentes nos modelos atrás referidos, atenção! – também se pagam, e é essa a premissa do Q4 Sportback e-tron. Por isso, o interior deste elétrico utiliza instrumentos virtuais com diferentes menus e o habitáculo conta com materiais de elevada qualidade (o volante é um desses exemplos). Está tudo no seu devido lugar, embora os porta-copos pudessem, num veículo deste estatuto, ser tapados por uma qualquer porta deslizante, para ficarem ocultos e conferir um pouco mais de sobriedade ao interior.
Nota bastante positiva para o ecrã central tátil de dez polegadas, nitidamente orientado para o condutor, no qual é possível aceder à maioria das funções de multimédia e definições do próprio carro.
A climatização pode ser controlada com acesso a botões físicos, localizados debaixo do ecrã central. Um aspeto que a FLEET MAGAZINE continua a considerar bastante positivo e digno de reparo, uma vez que facilita a interação com o veículo e reduz o tempo de visualização de ecrãs enquanto se conduz.
Para os utilizadores de SUV elétricos Audi, também a aplicação myAudi foi alvo de novas funcionalidades de carregamento. Agora, as rotas pré-planeadas podem ser enviadas para o carro através da app. O planeador de rotas e-tron planeia automaticamente as paragens para carregamento com base no trânsito, tendo em conta o perfil de consumo individual do condutor. Na app também pode ser definida uma meta de carregamento: o condutor é notificado através de uma notificação push no seu telemóvel quando o nível de bateria pretendido é atingido.