Renascido

Da eficiência à falta de espaço, os anos já pesavam sobre o anterior série3. Mas o que os fãs da marca menos desculpavam era a desatualização dinâmica perante os mais recentes padrões da classe. Pois bem, com o BMW 320d, as boas sensações estão de volta!

A gama série 3 é importante para as ambições da marca nas frotas. O seu potencial mede-se pela transversalidade com que serve quadros médios ou superiores consoante as empresas, mas também pela força que a anterior geração foi conservando apesar de uma concorrência cada vez mais apertada e equipada com modelos mais atuais.

A renovação impunha-se e não apenas por estas razões, mas também por causa das novas exigências ambientais europeias e pela necessidade de inclusão de equipamento. É que, apesar de ser um dos tipos de carro que mais consumidores têm vindo a perder para os SUV, principalmente quando são encarados na vertente de veículos familiares (não tanto esta carroçaria mas mais a carrinha), esta categoria continua a merecer a preferência dos que ainda apreciam carros com talento dinâmico suficiente para proporcionar prazer a quem gosta de lhes dominar o temperamento.

Como concorrentes mais diretos, a Série 3 tem não apenas modelos de marcas consideradas premium – Classe C, S60 e A4, por exemplo – mas também cada vez mais construtores generalistas a desejarem subir de patamar, como são os casos do novo 508, Mondeo e até o Giulia que a silhueta deste BMW parece evocar quando vista de determinados ângulos.

Neste contexto, a nova geração do Série 3 tinha necessariamente de evoluir no sentido que verdadeiramente só nos é revelado durante a condução. Sendo verdade que as boas impressões começam cedo, precisamente quando se percebe que a marca alemã teve a ousadia de evoluir as linhas dando-lhes um pouco de “sal” latino, as maiores e melhores sensações começam quando nos sentamos ao volante.

Entre encontrar a melhor posição de condução em termos de visibilidade e conforto e ligar o motor vai um ápice, com a realização de poder perceber como é fácil manter sob controlo as funções essenciais que qualquer condutor acaba por operar durante a condução: rádio, climatização e um ou outro dispositivo de auxílio à condução, por exemplo.

Além deste bom trabalho ergonómico, a BMW procurou não cair na tentação de banalizar os revestimentos para reduzir peso… e preço. Há uma impressão generalizada de qualidade tanto dos materiais como dos revestimentos, acompanhado de um toque de design moderno que não se afasta demasiado do que os clientes habituais da marca desejam continuar a encontrar. Porém a necessária modernidade existe, quanto mais não seja materializada na digitalização dos painéis de instrumentos, personalizáveis nas cores, no tipo e na forma como as informações são transmitidas ao condutor; atrás do volante ou no “head-up display”, um pouco mais acima, que tem a particularidade de nos lembrar, de modo bem evidente, sempre que transgredimos os limites estabelecidos de velocidade…

BMW 320d

O facto se ser mais comprido e mais largo do que a geração anterior beneficia-lhe a habitabilidade. Mas se à frente “está tudo bem” e existe espaço suficiente para as pernas e os ocupantes podem contar com um encosto de ombros confortável, a plataforma mais baixa permite que os passageiros traseiros contem com mais alguns dedos de espaço para as pernas. Mas nada de surpreendente ou capaz de constituir referência para a classe.

Inalterada permaneceu a volumetria da mala: sem pneu suplente (possível de instalar, mas reduzindo a capacidade da bagageira, já prejudicada pela existência de uma transmissão traseira), os 480 litros alinham na média daquilo que o segmento oferece, porém por cima quando comparado com a concorrência mais direta.

Impressões

O novo série 3 tem uma plataforma mais leve e parecendo mais solto, o carro está efetivamente mais reativo. Sentir isso quando a versão ensaiada conta “apenas” com o novo motor diesel de 2,0 litros com 190 cv, sem auxílio de qualquer “pack M” para lhe inchar a veia desportiva, só augura algo de muito bom em termos de sucesso.

Verdade seja dita (confessada), as melhores sensações da condução do 3 encontram-se com o modo ‘Sport’ activado. Essa é uma das três preferências de andamento possíveis de selecionar, graças ao facto da unidade contar com transmissão automática desportiva de 8 velocidades. As reacções mais ágeis mas também mais intuitivas, a resposta pronta à aceleração e a direção mais precisa contribuem para aumentar a confiança – mas também a segurança de quem o conduz – e quase fazem esquecer que este, como qualquer BMW que se preze do seu passado, mantém a tração traseira. O que também diz muito sobre as capacidades e eficácia das muitas ajudas à condução e dos pneus opcionais de 18’’que equipavam a versão testada. O que não abona é a favor das médias de consumo…

Ficha de Produto: Preço, rendas, consumo e motor

  • Preço:

51.937 Euros*

  • Rendas:

896,36 €/mês (36 meses)*

822,53 €/mês (48 meses)*

  • Consumo médio e emissões:

4,2 l / 100Km

131 gCO2/km

  • Dados do Motor:

4 cilindros / 1.995 cc

190 / 4.000 cv/rpm

400 / 1.750 – 2.500 Nm/rpm

(*)Valores LEASEPLAN. Quilometragem anual contratada: 30.000 – Serviços incluídos: aluguer/iuc/ seguro (franquia 4%)/manutenção/ gestão de frota/ pneus ilimitados/ veículo de substituição – quilometragem técnica máxima: 200.000 kms