Em primeira classe
Numa categoria em que os SUV conquistam adeptos e as mecânicas plug-in expandem-se nas empresas, carrinhas “tradicionais” com motor a gasóleo lutam para não perder espaço.
Carrinhas como a BMW Série 3 Touring mostram como carros grande e familiares continuam a ter valor e importância, apesar de lhes faltar a faceta polivalente que um SUV oferece. E, sim, mesmo com motores a gasóleo podem continuar a ser a solução mais prática, às vezes até a mais económica, quando quem conduz não tem condições ou não está consciente da necessidade de carregar, sempre que possível, a bateria de um automóvel plug-in.
Embora de forma suave, a eletrificação também está presente neste motor, já que a necessidade de reduzir emissões obrigou a BMW a introduzir um sistema elétrico de 48 V. O sistema, que inclui um pequeno motor elétrico alimentado por uma bateria adicional, permite que o motor a gasóleo de quatro cilindros possa ser desligado em desaceleração, a velocidades inferiores a 15 km/h, assegurando em aceleração uma força adicional equivalente a 11 cv.
Sendo um modelo com características familiares, a habitabilidade e o conforto assumem grande importância. Ora se a posição de condução baixa e típica da BMW não é recomendável para quem sofre da coluna – diga-se que os pneus de baixo perfil da versão M-Sport, testada e que está nas imagens, também não contribuem para a capacidade de amortecimento quando o piso se deteriora -, o comportamento estável em estrada, o desempenho e a capacidade de suporte dos bancos desportivos em curva amenizam rapidamente qualquer má disposição e conferem entusiasmo, segurança e alegria à condução. Com um equilíbrio que aparenta ser capaz de perdoar alguns erros (mas não excessos) daqueles que esquecem o facto desta BMW 320d Touring continuar a dispor de tração traseira. Precisamente por causa desta circunstância, a área da mala, tão importante numa carrinha, não é referencial e fica-se por uns pouco expressivos 500 litros.
E se o banco traseiro tripartido disponibiliza mais espaço em altura e para as pernas dos ocupantes laterais do que na anterior geração, a capacidade do lugar central é quase nula, devido ao túnel da transmissão traseira.
https://fleetmagazine.pt/2020/12/04/app-my-bmw-mini-app/
Impressões
Quando se fala em BMW, aquilo que realmente importa são as emoções que a condução verte para quem segura o volante. Nesse capítulo em particular, há neste BMW 320d a promessa de se adaptar ao perfil de quem o dirige, podendo fazê-lo através da seleção de estilos de condução personalizados, ajustes vários e até na forma como as informações são visualizadas ou os comandos disponibilizados nos ecrãs digitais. Além desta pré-programação, existe também capacidade para “apreender” a pré-disposição do condutor e de interagir com este através de comandos de voz, naquilo que a BMW designa por assistente pessoal inteligente.
O efeito do apoio elétrico é impercetível e imperfetível durante a condução. Já em termos de consumo parece resultar, a avaliar pela média estampada no computador de bordo no final do ensaio: 5 litros.