Não é por ser elétrico que um BMW deixa de ser BMW. O caráter permanece e o comportamento só melhora em viagem: o silêncio do motor aumenta o conforto e a agilidade cresce, graças à entrega mais rápida que é própria de um motor elétrico
O renovado i4 eDrive mantém o ADN de um BMW genuíno. Das linhas à posição de condução, da qualidade interior ao comportamento em estrada.
Na versão eDrive35 “incomoda” mais a existência de uma bateria de 67,1 kWh, do que “aborrece” o motor traseiro com 286 cv. Na realidade, nem um nem outro incomodam ou aborrecem. O motor porque contribui com um desempenho que, não deslumbrando em aceleração, é suficiente para uma condução divertida. Já a bateria, apenas porque obriga a parar para a carregar mais vezes do que desejaríamos, porque isso interrompe o prazer de o conduzir.
Para quem pretender mais 100 km de autonomia, a BMW propõe o eDrive40. Com bateria de 81,1 kWh, é ligeiramente mais pesado e menos eficiente. O motor “salta” para os 340 cv e o preço também sobe e fica pouco mais de sete mil euros acima daquele que é praticado para o i4 eDrive35.
O BMW i4 tem a silhueta de um Coupé, ou de um Gran Coupé como a marca o apresenta. Baixo, como convém ao estilo e, principalmente, à aerodinâmica, é comprido (4,8 metros) e largo (1,85 metros). Dimensões que lhe garantem estabilidade em qualquer situação, enquanto a reduzida altura ao solo, a disposição das baterias e o peso destas se encarregam de diminuir o centro de gravidade deste automóvel.
Este i4 desliza muito bem em curva, para maior segurança e confiança de quem o conduz. É possível ultrapassar curvas repetidas sem recorrer à travagem, utilizando a desaceleração da viatura quando o processo de regeneração de energia faz o seu trabalho. Fazer isso não é menos divertido e ganha-se em eficiência. Porque, se a autonomia máxima anunciada para o eDrive35 é de 500 km, chegar aos 400 km exige algum esforço e muita condução urbana. Como tal, é mais realista esperar uma autonomia combinada em torno dos 350 km. Homologado com um consumo médio de 15,1 kWh/100 km, com muita autoestrada ao longo do teste, mas sem exagerar na velocidade, no final, o computador de bordo marcava 18,2 kWh/100 km. Nada mau.
Esta versão admite cargas rápidas até 180 kW. Melhor ainda, há uma função para estabilizar a temperatura da bateria e prepará-la para receber energia no máximo da sua potencialidade, o que é bastante útil quando se viaja em dias mais quentes ou em vias mais rápidas. Em corrente alternada é possível carregar a 11 kW.
Impressões
A qualidade interior é a aquela que se cobiça encontrar num BMW. Já a tecnologia, principalmente a de segurança ativa e a que está presente ou é comandada a partir dos ecrãs digitais, o central e o que está atrás do volante, flui de forma que se apreende rapidamente. As dimensões que justificam o epiteto de ‘Gran Coupé’ garantem-lhe uma habitabilidade excelente e, mesmo a pouca altura da carroçaria, não impede que quatro adultos possam viajar de modo confortável. Convém apenas, aos que se sentam atrás, não serem muito altos.
Apesar de não ter nascido exclusivamente elétrico, a suspensão e os pneus de baixo perfil do BMW i4 estão muito bem no trabalho de absorver as irregularidades do piso. Outra surpresa agradável é a capacidade da bagageira: a partir de uma abertura ampla e prática, há 470 litros bem esquadrados e ainda espaço, sob o piso da mala, para acomodar os cabos de carregamento da bateria.
Custo de aquisição, valores de renting e características do BMW i4 eDrive35
Custo de aquisição | 43.724 euros + IVA |
Renda 36 meses | 881 euros + IVA |
Renda 48 meses | 933 euros + IVA |
Motor elétrico | 286 cv |
Binário máximo | 400 Nm |
Consumo combinado | 15,1 kWh/100 km |
Bateria | 67,1 kWh |
Autonomia | Até 419 km (combinada) |
Carga máxima AC | 11 kW |
Carga máxima CC | 180 kW |
*Valores Ayvens. Quilometragem anual contratada: 25.000 km – Serviços incluídos: aluguer/IUC/seguro (franquia 4%)/manutenção/gestão de frota/pneus ilimitados/veículo de substituição |