O Dolphin é o pequeno delfim da BYD, construtor automóvel chinês que chegou a Portugal em 2023 e que já conta com seis modelos 100% elétricos no mercado nacional, move-se bem em qualquer ambiente
A marca justifica o nome no facto de o design do Dolphin ter sido inspirado no mamífero que lhe dá nome; quer as linhas exteriores, quer o habitáculo, sublinhado pelo formato de barbatana das pegas de abertura interior das portas. E também no conceito de sustentabilidade, por não ter emissões de escape e pela utilização de materiais reciclados e recicláveis na sua construção.
Até ver, o BYD Dolphin é o representante da marca com preço mais acessível. Pelo menos, no formato mais modesto de bateria e motor, com cerca de 300 km de autonomia que, em matéria de custo de aquisição, concorre diretamente com alguns modelos 100% elétricos do segmento B. Mas com uma bateria maior (de 60 kWh em vez de 44 kWh) e motor de 204 cv, como a versão aqui ensaiada, a autonomia pode superar os 400 km.
É com esta versão que o Dolphin da BYD quer jogar de igual com o VW ID.3 ou o Renault Mégane E-TECH. Até porque a primeira impressão de espaço pode ser enganadora, já que assenta sobre a mesma plataforma e partilha a mesma distância entre eixos do BYD Atto 3. E embora a configuração SUV da carroçaria, a maior altura interior, o melhor acesso aos lugares traseiros e a maior capacidade de mala conferirem um posicionamento mais familiar ao Atto 3, ainda assim, os lugares traseiros do Dolphin oferecem mais espaço para dois ocupantes do que o exterior deixa adivinhar. Em grande medida porque a bateria, bastante fina e distribuída ao longo do piso, resolve a habitabilidade traseira e os 345 litros de capacidade de bagageira deste modelo.
Como no Atto 3, o ecrã central de 12″ pode rodar e ficar em posição horizontal ou vertical. A habituação às funções principais é rápida e também existe comando por voz. Abaixo deste ecrã está um conjunto de botões “físicos”, não muito intuitivos de início, para facilitar o acesso a funções importantes, como o sistema de desembaciamento do pára-brisas. Muito útil, porque a inclinação acentuada do vidro facilita o seu embaciamento em dias mais frios.
É à esquerda desta fila de comandos que um outro, rotativo, controla o sentido da marcha. Com motor de 204 cv e bateria de 60,4 kWh foi possível percorrer, de forma descontraída, pouco mais de 400 km. Num percurso que envolveu diferentes tipos de estrada e que permitiu perceber que a suspensão macia do Dolphin e a direção jogam a favor do conforto. Mas também que o efeito da primeira sobre a inclinação da carroçaria em curva desaconselha uma condução mais dinâmica. Média de consumo no final do ensaio: 16 kWh/100 km. Esta versão admite carga rápida de até 88 kW e com até 11 kW em corrente alternada. A função V2L é de série.
Impressões
Com um caráter individualista e urbano, é na cidade que melhor se evidencia o lado prático e fácil da sua condução; não só por ser elétrico, logo com resposta mais ágil e sem necessidade do uso do pedal de embraiagem, mas também por causa da boa capacidade de manobra e das muitas ajudas à condução que facilitam a tarefa de o dirigir. Que também contribuem para tornar a sua condução mais segura e menos sujeita a distrações, evitando custos indesejados com sinistros. Embora a tendência repetitiva de alguns alertas acabem por gerar algum desassossego.
Custo de aquisição, valores de renting e características do BYD Dolphin Comfort
Custo de aquisição | 30.407 euros + IVA |
Renda 36 meses | 678 euros + IVA |
Renda 48 meses | 725 euros + IVA |
Motor elétrico | 204 cv |
Binário máximo | 310 Nm |
Consumo combinado | 15,9 kWh/100 km |
Bateria | 60,4 kWh |
Autonomia | Até 424 km (combinada) |
Carga máxima AC | 11 kW |
Carga máxima CC | 88 kW |
*Valores Ayvens. Quilometragem anual contratada: 25.000 km – Serviços incluídos: aluguer/IUC/seguro (franquia 4%)/manutenção/gestão de frota/pneus ilimitados/veículo de substituição |