Entre as marcas chinesas que estão a chegar à Europa, a BYD é a que possui mais argumentos para se impor: vasta experiência de construção automóvel, incluindo carros elétricos e híbridos plug-in, mas também na produção de componentes, nomeadamente baterias para fabricantes consagrados como a Toyota. E tem também uma qualidade percetível capaz de surpreender os mais céticos
O BYD Han assume a posição de porta-estandarte da marca em Portugal. Não será certamente o mais vendido – esse papel competirá ao Atto 3 ou ao Dolphin, que está a chegar agora –, mas o desafio de se impor num segmento de luxo muito dominado pelas compras das empresas, se vencido, representará para a BYD um benefício transversal a todos os modelos. Porque significa não só a valorização da marca, como o desfazer de eventuais receios gerados pelo facto de se tratar de uma novidade.
Após muitos quilómetros de condução com o carro – incluindo viagens entre Lisboa e Porto por auto-estrada –, torna-se difícil encontrar razões para não lhe traçar um prognóstico de sucesso: além do conforto, da facilidade de condução e da perceção de qualidade que se espera encontrar num carro presente neste patamar, o BYD Han surpreendeu também com a eficiência: partindo de Lisboa com a bateria completamente carregada, chegou ao centro do Porto com quase 20% de autonomia, apesar de o percurso ter sido feito em autoestrada, respeitando, como é natural, os limites de velocidade.
Enquanto modelo de luxo, os sinais de opulência nos materiais e no equipamento estão presentes, abrangendo revestimentos em couro e detalhes de prestígio. Os passageiros traseiros são alvo de especial atenção, com ajuste elétrico dos bancos para maior conforto, possível de controlar, tal como a climatização ou o sistema multimédia, a partir de um ecrã táctil de 7’’, instalado ao centro, no apoio de braços deste banco.
A experiência e liderança na produção mundial de baterias levou a BYD a instalar no Han uma do tipo de fosfato de ferro e lítio (LFP), tecnologia considerada mais segura ao risco de explosão e sobreaquecimento, além de oferecer maior longevidade e de ser menos poluente ao não incluir níquel e o cobalto na sua composição. Daí propor uma garantia de 8 anos ou 160 mil quilómetros para 70% da sua capacidade após este período.
Com 88 kWh brutos, 85,4 kWh úteis, reivindica capacidade para 521 quilómetros de autonomia em circuito combinado e para carregar até 120 kW num posto rápido. Na prática e em condução normal é possível fazer 400 a 450 quilómetros sem grande esforço.
Impressões
O BYD Han é uma clássica berlina com argumentos mecânicos, de qualidade de construção e habitabilidade para confrontar diretamente modelos do segmento superior.
Com quase cinco metros de comprimento e mais de 1,9 metros de largura, oferece um interior espaçoso e bem construído, à exceção da mala, com 401 litros de capacidade. Com extraordinária importância para a aceitação de uma novidade, tem também uma silhueta exterior equilibrada e muito consensual, onde as evocações “orientais” que a marca diz conter conseguem afinal evidenciar mais a elegância do traço. Apesar das dimensões, revela-se prático de conduzir e, não exagerarando na condução, pode ser também eficiente, com consumos combinados entre os 16 e os 18 kWh/100 km.
Custo de aquisição, valores de renting e características do BYD Han Executive
Custo de aquisição | 60.390 euros + IVA |
Renda 36 meses | 1.183 euros + IVA |
Renda 48 meses | 1.265 euros + IVA |
Motor elétrico | 380 kW (417 cv) / Motor dianteiro de 245 cv e motor traseiro de 272 cv |
Binário máximo | 700 Nm |
Consumo combinado | 18,5 kWh/100 km |
Bateria | 85,4 kWh (úteis) |
Autonomia | Até 521 km |
Carga máxima AC | 11 kW |
Carga máxima CC | 170 kW |
*Valores LeasePlan. Quilometragem anual contratada: 25.000 km – Serviços incluídos: aluguer/IUC/seguro (franquia 4%)/manutenção/gestão de frota/pneus ilimitados/veículo de substituição |