Rivalidade premium

Um SUV de aspeto singular, com um interior fora do normal. Promete potência, desempenho e conforto, além de consumos e emissões reduzidas, graças ao sistema eletrificado composto por três motores, dois dos quais alimentados por bateria recarregável.

A DS quer disputar mercado com marcas premium. Para isso concorre com modelos bem equipados, que se destacam pela qualidade de construção, pelo uso de materiais nobres, pela muita tecnologia instalada, mas também por alguma excentricidade nas formas e na disposição de alguns comandos.

O DS 7 Crossback é um bom exemplo da descrição anterior. E, numa marca que se quer afirmar pela diferença, com alguma pompa e muita personalidade intrínseca, contas feitas com os benefícios associados ao facto de ser um plug-in, esta é a versão que pode recolher algum interesse para o mercado das empresas.

O que temos afinal? Além de reclamar autonomia elétrica para mais de 50 km, este DS 7 acrescenta tração total graças aos dois motores elétricos.

O primeiro fator permite-lhe reduzir os consumos e as emissões da unidade a gasolina, mas também aceder aos centros urbanos em modo 100% elétrico.

O segundo, pelo facto de estarem envolvidos três motores – um 1.6 turbo a gasolina com 200 cv e outros dois elétricos, um à frente com 81,2 kW ou 110 cv e um no eixo traseiro com 83 kW ou 112 cv -, acrescenta-lhe poder de aceleração e mais aderência e melhor comportamento quando o piso ou o trajeto se complicam.

Porém, não serão só estes os valores que fazem do DS 7 Crossback E-Tense um modelo tão exclusivo ou que justificam os mais de 50 mil euros pedidos por esta versão; a razão está também nos pormenores exteriores, na sumptuosidade do interior e na adição de equipamento, além de detalhes exclusivos que ajudam a distingui-lo de outras propostas “gémeas” de modelos do grupo Stellantis.

Difícil de “domar” é o painel digital, porque concentra em si uma série de funções que obrigam a desviar o olhar da estrada. Embora, para aceder a muita da informação que fornece ou comanda grande parte das funcionalidades, seja possível utilizar comandos de voz ou botões no volante. E há também alguns botões na consola, para acesso rápido a algumas funções sob o ecrã central.

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Impressões

Em estrada aberta e plana, o silêncio e a comodidade dos bancos são auxiliares preciosos ao conforto. A suspensão “inteligente” que equipa o DS 7 promete fazer uma leitura prévia do terreno para antecipar as reações. Porém, é natural que, no início, se estranhe alguma inclinação da carroçaria em curva.

Capaz de melhorar a aderência sobre pisos escorregadios, a tração total não faz do DS 7 um todo-o-terreno, com os impactos e o desassossego da carroçaria sobre piso mais incerto a fazerem desaparecer grande parte do bem-estar sentido sobre o alcatrão.

A transmissão automática de oito velocidades lida de forma suave com as transferências de ação dos três motores e contribui para a gestão das potências necessárias para cada momento.

A média de consumo combinada variou entre os 6 e os 6,5 litros ao longo de um ensaio de mais de 700 km com uma única carga.

A bateria de 13,2 kWh, instalada sob os bancos traseiros, não influencia a capacidade da mala. Garantiu energia para os primeiros 47 km de estrada, com 3,3 litros de consumo médio nos 100 km iniciais.

Demora cerca de uma 1h45 a carregar numa wallbox de 7,2 kW ou sete horas, com o adaptador fornecido, ligado a uma tomada doméstica.

ds 7 crossback