Por causa do ambiente
O segmento dos SUV tem crescido muito à custa da perda de mercado de carros como o Mondeo. Porém ainda há quem procure automóveis espaçosos e familiares, com um conforto e uma atitude em estrada que dificilmente carroçarias mais elevadas conseguem oferecer. Será este o caso?
Que os consumidores procuram menos carrinhas e carros novos com motor a gasóleo, os números de venda não desmentem. Que em parte se deve ao aumento da procura de modelos com características SUV e que a diabolização do diesel, materializada pelo receio de futuras restrições à circulação e perda futura de valor de mercado de carros com este tipo de mecânica, parece hoje um dado adquirido.
A maioria dos construtores apressa-se a responder com motores a gasolina de consumos e emissões mais reduzidos. E uma das formas mais rápidas e económicas de consegui-lo, com os motores atuais, é electrificá-los. E se os carros ficam mais caros e nem sempre os benefícios fiscais ajudam a atenuar esse acréscimo de preço, perante as novas imposições europeias em matéria de emissões, sem outra alternativa, ou construtores e consumidores dividem esse custo, ou os primeiros ficam sujeitos a pesadas multas. Por isso, se há 2 ou 3 anos teria pouco sentido equacionar uma carrinha neste patamar com motor a gasolina de 2,0 litros, hoje, a realidade dita outras necessidades.
Esta é a primeira carrinha híbrida da Ford. Anteriormente, a solução só estava disponível na versão de quatro portas do Mondeo, mas a revisão recente do modelo introduziu-a na carrinha, acrescentando algumas atualizações que visaram, mais do que melhorar a suavidade da condução, aumentar a eficiência do sistema híbrido.
As contrariedades mais evidentes da entrada do sistema híbrido, composto por um motor elétrico e por uma bateria de 1,4 kWh, são a redução da capacidade de mala em mais de 100 litros: 403 litros são sofríveis para a envergadura da carrinha Mondeo, mas os dois estão alojados sobre o seu piso e isso elevou-lhe ligeiramente a plataforma de carga. Outra consequência do acréscimo de peso é que, mesmo quando auxiliado pelo motor elétrico, falta algum fulgor ao arranque da Ford Mondeo SW 2.0 HEV.
Na verdade, nada disto pode ser propositado. Afinal, este não é um carro para andar a acelerar, como é comum dizer-se. É um híbrido, existe para poupar o ambiente e até agradece que o tenhamos feito quando o desligamos. O que provoca alguma melancolia é que, quando nos esquecemos disso e o provocamos, o bom desempenho do chassis continua a revelar um carro muito dinâmico e saudável a curvar, sem deixar de lado a faceta de estradista excelente do ponto de vista do conforto.
Impressões
A Ford Mondeo SW 2.0 HEV tem andamento suave e as alternâncias entre as assistências mecânicas são praticamente imperceptíveis, sem sobressaltos por parte da transmissão de variação contínua. Quanto ao resto, passageiros vão ficar satisfeitos com o espaço e o conforto sentido, e o condutor, pode contar com uma série de ajudas entre as quais o estacionamento assistido; quando presente será um auxílio apreciado num automóvel com quase cinco metros. Mas do painel à funcionalidade dos comandos, o Mondeo não esconde o peso da idade e isso pode ser obstáculo a uma condução mais descontraída. Solução concebida para poupar, as médias vacilaram entre os 5,9 e os 6,5 litros ao longo do ensaio.
Ficha de Produto: Preço, rendas, consumo e motor
- Preço:
43.109 Euros*
- Rendas:
808,01 €/mês (36 meses)*
744,02 €/mês (48 meses)*
- Consumo médio e emissões:
5,7 l / 100Km
130 gCO2/km
- Motor térmico (a gasolina):
4 cilindros / 1.999 cc
- Motor elétrico:
88 kW (120 cv) e 240 Nm
- Bateria:
1,4 kWh
216V
- Total:
187 cv / 6.000 rpm
300 Nm / 4.000 rpm
(*)Valores LEASEPLAN. Quilometragem anual contratada: 30.000 – Serviços incluídos: aluguer/iuc/ seguro (franquia 4%)/manutenção/ gestão de frota/ pneus ilimitados/ veículo de substituição – quilometragem técnica máxima: 200.000 kms