O peso de uma herança
O Jeep Cherokee está menos jipe e mais SUV. Afinal, para os que procuram um “jipe cowboy” existe o Wrangler, que até tem nome de jeans que nunca acabam…
O sucesso inicial do Cherokee assentava na até então inédita conjugação de dois factores: a aparência robusta de um “todo-o-terreno” e uma versatilidade familiar que, no conjunto, conservavam o espírito original de aventura e liberdade da marca americana.
A geração atual, lançada em 2014, introduziu uma imagem mais ligeira, menos americanizada e mais próxima de um SUV de sabor europeu, com características que visaram melhorar as qualidades de estradista familiar, com prejuízo para as capacidades fora do alcatrão. Sinal das necessidades e dos gostos de uma nova geração de consumidores, o Jeep Cherokee atual obtém, da base mecânica partilhada com outros modelos do grupo FIAT, evidentes vantagens ao nível da eficiência e do conforto, perdendo porém, algumas das características distintivas que são (ou eram?) tão do agrado dos fãs da marca.
Uma renovação recente veio actualizar e modernizar um carro que, pelas características e motor, não tem tarefa facilitada em Portugal. Sobretudo porque o motor diesel de 2,2 litros empurra o preço para um patamar onde também concorrem marcas premium e não há uma mecânica “plug-in” que permita o acesso a benefícios fiscais.
Se a atualização veio corrigir algumas questões de imagem exterior, não aparenta ter trazido mudanças profundas ao interior. Uma falsa aparência porque alguns materiais a um toque mais agradável, crescendo a capacidade e a versatilidade da mala (apesar de não estar entre as melhores da categoria) e aumentando a definição e o número de funções nos ecrãs digitais colocados ao centro do painel de bordo e atrás do volante. Além de outros pequenos ajustes, conservou-se a excelente habitabilidade dianteira e traseira e os bancos, cujos traseiros podem mover-se longitudinalmente de forma independente, ajudam a atenuar o balanço da suspensão branda e sensível ao mau piso que sustém a versão de tração dianteira.
O novo Jeep Cherokee já se equipa com os assistentes à condução mais recentes e a maioria são de série: travagem de emergência com reconhecimento de peões, cruise control ativo, aviso de mudança de faixa de rodagem, alertas no ângulo morto dos retrovisores, câmaras traseiras e dianteiras de estacionamento e estacionamento automático de velocidade ativo, são apenas alguns exemplos.
Impressões
Em termos dinâmicos, os 195 cv desta versão estão lá para quando são precisos, mas não despontam de forma evidente. Parte da culpa talvez resida na transmissão automática de 8 velocidades, demasiado contida, ruidosa e pouco suave a evoluir. Quem procurar mais dinâmica pode recorrer ao comando sequencial da caixa, que inclui patilhas atrás do volante.
Mas se esta transmissão não parece muito diligente, demonstra ser muito eficaz em matéria de eficiência, já que o consumo, medido pelo computador de bordo, com muita condução em estrada, ficou quase um litro abaixo da média oficial homologada. Naturalmente mais condução urbana tenderá a agravar este valor, face ao peso do conjunto e à ausência de assistência eléctrica para auxiliar o esforço do motor nas fases de arranque.
Ficha de Produto: Preço, rendas, consumo e motor
- Preço:
67.496 Euros*
- Rendas:
1383,68 €/mês (36 meses)*
1226,95 €/mês (48 meses)*
- Consumo médio e emissões:
7,3 l / 100Km
188 gCO2/km
- Dados do Motor:
4 cilindros / 2.184 cc
195 / 3.500 cv/rpm
450 / 2.000 Nm/rpm
(*)Valores LEASEPLAN. Quilometragem anual contratada: 30.000 – Serviços incluídos: aluguer/iuc/ seguro (franquia 4%)/manutenção/ gestão de frota/ pneus ilimitados/ veículo de substituição – quilometragem técnica máxima: 200.000 kms