ensaio-mini-clubmanTerá o segmento compacto premium força para entrar nos lotes de viaturas que as empresas têm à escolha para os seus colaboradores? É difícil de prever.

Mas se o histórico conta, é bem possível que tenha. Alguns exemplos dão pistas.

A seguir ao A4, o Audi A3 sempre foi uma das viaturas mais vendidas pela marca para os clientes empresariais e continua a sê-lo. Na Mercedes-Benz, o Classe A tem feito o seu caminho e já há muitas empresas que o escolhem como opção para os seus colaboradores. Na BMW, o mesmo com o Série 1. É verdade que neste segmento as motorizações mais pequenas têm ajudado e, claro, os excelentes valores residuais e a qualidade de construção.

A Mini segue este caminho e aposta num lugar próprio para si com o One Clubman. E que lugar é esse? Curiosamente, tem tudo a ver com o trabalho que a marca tem feito com o cliente particular. Alguns argumentos que leva para as empresas são os mesmos; e a prova de que funcionam está dada nas vendas até aqui.

Por outro lado, como prova um estudo já publicado pela FLEET MAGAZINE, os custos de utilização favorecem muito este modelo, em parte devido aos valores de manutenção programada que estão incluídos no preço original do carro.

Mas indo ao Clubman, convém deixar a ressalva de que a versão testada pela FLEET MAGAZINE trazia um kit John Cooper Works, que faz com que alguns dos comentários seguintes sejam diferentes do que seriam se estivéssemos com a versão “normal”. O motor era o 1.5 diesel, com 116 cavalos.

Soluções únicas

ensaio-mini-clubmanO que a Mini quer mostrar ao segmento de frotas e empresas é como o One Clubman pode ser uma opção para quem procura estilo, conforto, performance e espaço. Quanto ao estilo, há pequenos detalhes que fazem deste um carro singular. Como em qualquer carrinha, a frente segue as linhas da versão berlina, com as variantes a ficarem para a metade traseira da viatura. Até lá chegar, a forma como foram colocadas as quatro portas dá ideia de uma silhueta mais alongada, enquanto um contorno a toda a volta lembra a largura do carro.

A grande identidade deste modelo vem, contudo, do sistema de abertura das portas traseiras. Em vez de apostar num portão traseiro, o Clubman retoma a ideia da versão original deste modelo e apresenta duas pequenas portas de abrir. É um sistema interessante e decerto muito próprio. Mas, em termos de funcionalidade, exige uma alteração do modo como estamos habituados a abrir os portões traseiros. Aqui, funciona uma porta de cada vez: a direita para abrir e a esquerda para fechar. Para ajudar, um sistema hidráulico que toma conta de todo este processo – se havia receio de as portas estarem a fechar quando não era necessário, logo desvanece. Por estas portas acede-se a um compartimento de carga de 360 litros, bastante mais generoso e sobretudo arrumável quando se utiliza o fundo falso. O limite são os 1.250 litros, com os bancos rebatidos.

Embora não possa parecer, o Clubman é um carro com muito espaço interior. Em relação ao Mini de cinco portas, é mais comprido 27 centímetros, mais largo nove e com uma distância entre-eixos superior em 10 centímetros. Os lugares da frente são sobejamente confortáveis e a posição de condução fácil de adaptar.

Já os bancos traseiros são preparados para alojar três pessoas e o espaço que aí se encontra é surpreendente. A maior prova para carros com esta dimensão é colocar uma cadeira de bebé e o Clubman superou. Lá dentro, detalhes como a instrumentação, as luzes, os materiais e os suportes para armazenamento de pequenos objetos mostram a aposta que esta marca tem feito em design e personalização.

Incrível nas curvas

ensaio-mini-clubmanMas o mais interessante deste carro é a experiência de condução. O pequeno motor de três cilindros 1.5 D, com 116 cavalos de potência, aliado ao equilíbrio do chassis e própria configuração da carroçaria e à suspensão e caixa de velocidades tornam esta carrinha num verdadeiro kart. A Mini apostou forte em deixar presente que o Clubman deveria também ser um carro divertido de conduzir e conseguiu-o.

Não é que seja muito potente, mas todo o conjunto está alinhado para deixar uma boa experiência. A nível de aceleração, o Clubman consegue surpreender, com uma caixa de seis velocidades bem escalonada a dar seguimento ao arranque e travões justos na hora de abrandar. O melhor vem nas curvas, com uma capacidade de entrega brutal e uma direção com uma precisão tal que se consegue colocar o Clubman exatamente onde e quando se pretende. O trabalho feito pela marca na tecnologia que vem com estas suspensões ajuda, mas o facto de a versão testada ter pneus de baixo perfil também não pode ser deixada de parte.

Nota ainda para um temperamento intempestivo nos consumos. Se, numa condução destinada a conseguir médias se consegue colocar o Clubman pouco acima dos quatro litros, basta um pouco de entusiasmo para esse valor subir para os perto dos sete ou mesmo oito litros por 100km.

Se a ideia da Mini era colocar o Clubman como uma opção para viatura ao serviço de empresas, consegue-o. Este é, no entanto, um modelo que apela a valores mais subjetivos sobretudo na configuração e design, mas não esquece a racionalidade dos bons custos de utilização com que se apresenta.

 

ensaio-mini-clubmanPreço:

28.330 Euros*

Rendas:

400,3 €/MÊS (36M)*

397,8 €/MÊS (48M)*

Consumos e emissões:

3,9-3,8 L/100KM

104-99 GCO2/KM*

ensaio-mini-clubmanCaracterísticas motor:

3 CIL. 1496 CC

116 CV 4000 RPM

270 NM 1750-2250 RPM

(*) Fonte Leaseplan

FOTOS: Razão Automóvel

Agradecemos à Caetano Baviera Lisboa – Parque das Nações a cedência de uma viatura para ensaio e para a realização de uma reportagem fotográfica