O Nissan Leaf já conta com oito anos de carreira no mercado e muitos dos primeiros modelos continuam a circular, com várias centenas de milhares de quilómetros no currículo.

Esbate-se assim um dos vários receios iniciais, nomeadamente a longevidade e capacidade das baterias que, prova-se, são capazes de reter cerca de 70% da sua capacidade após este período.

Em menos de uma década, o Leaf contribuiu para que deixasse de se questionar o futuro do carro elétrico.

Em Portugal e só no primeiro semestre deste ano venderam-se 1.868 carros elétricos, mais do dobro dos 729 do mesmo período de 2017 e cerca de seis vezes mais do que as 338 unidades de 2016.

É um facto que os incentivos fiscais são um factor influenciador, sobretudo para as empresas, mas também é verdade que há cada vez mais particulares a optarem pela solução.

E a questão da autonomia nem sequer é a principal preocupação: veja-se o caso deste Leaf que, segundo as novas condições de aferição (WLTP) assegura mais de 300 km com uma única carga na nova bateria de 40 kWh, meta facilmente atingível em condução urbana.

Em auto-estrada e a menos que se pratique  um andamento inferior a 100 km/h, já é mais viável apontar para cerca de 250 km.

Galeria de imagens

Para conseguir isto, o Leaf ganhou novo motor, nova bateria, equipamento mais eficiente e acrescentou capacidade de recuperação da energia da desaceleração e da travagem.

Um dos sistemas é assegurado pelo “e-Pedal”, que funciona em conjunto com o pedal do acelerador.

Com ele activo, o condutor praticamente não sente necessidade de utilizar o pedal do travão, já que é produzida uma desaceleração acentuada para aumentar a capacidade de produzir energia regenerativa.

O que faz com que, em cidade e não só, salvo naturalmente numa situação de emergência, possamos conduzir o Leaf recorrendo só ao pedal do acelerador.

https://fleetmagazine.pt/2020/06/22/incentivo-nissan/

Viciante

Projetado desde o início para ser um elétrico, o Leaf impressiona por ser fácil e confortável de conduzir, especialmente na cidade, mas quer pelo alcance que já tem como pelo conforto, também em estrada.

Daí que seja também o carro ideal para convencer os mais céticos quanto às virtudes da condução sem emissões.

Por outro lado, o facto de ter sido pensado de raiz para ser um carro elétrico, ajuda a ter  uma disposição otimizada de todos os elementos, nomeadamente das baterias, que não interferem na habitabilidade.

Logo, pode equiparar-se e servir como um familiar compacto, do espaço no banco traseiro à mala, que, com 394 litros, é uma das maiores do segmento.

Apesar desta aparente “normalidade”, o Leaf continua a ser inconfundível enquanto “o” carro elétrico.

Isso é necessariamente mau?

Na realidade, essa diferenciação pode até ser uma vantagem para a consciência ambiental que a generalidade dos seus proprietários reivindica, se bem que esta nova geração está, de facto, mais atraente e consensual do ponto de vista do design.

https://fleetmagazine.pt/2020/08/07/ensaio-nissan-leaf-62-kwh-n-connecta/

Carregamentos

Para alguns, o obstáculo continua a ser o recarregamento das baterias.

Convém assegurar condições para o fazer, bastando meia hora num carregador rápido para garantir mais de 150 km de autonomia de andamento sem grandes exageros.

Já em corrente doméstica de 16A são precisas mais de 15 horas para carregar a bateria por completo.

Mas se esta pode ser uma contrariedade, as vantagens inerentes aos custos de consumo e as reduzidas despesas de manutenção são claramente uma vantagem.

O Leaf possui ainda sistema bidirecional, ou seja, pode “devolver” energia à rede.

Aquecimento vs rapidez de carga

Por causa da autonomia mas também da pressão sentida face ao crescimento da  concorrência, alguma publicidade em torno da nova geração Nissan Leaf apresenta-o como podendo ser uma escolha primária para a compra de um automóvel.

De facto, autonomias anunciadas de 300 km já lhe conferem uma capacidade de mobilidade bastante superior às necessidades diárias da generalidade dos condutores, com carregamentos rápidos de meia hora a permitirem assegurar mais de 150 km de autonomia.

Mas que se passa então com a tão discutida questão do aquecimento e redução dos fluxos de carga?

Para percebê-lo, já reparou quanto o seu smartphone aquece quando o utiliza durante bastante tempo seguido (por exemplo, como sistema de navegação) ou quando o tem à carga?

Isto resulta dos fluxos de energia da bateria e o mais provável é que ele acabe por ficar mais lento ou até mesmo que bloqueie, para evitar danificar o processador ao sobreaquecer a sua placa interna.

O mesmo acontece no Leaf.

Se fizer uma viagem de várias centenas de quilómetros a velocidade elevada, ocorre o aquecimento (natural) das baterias, que pode ser tão maior quanto mais elevada for a temperatura exterior.

Se de seguida activar uma carga rápida, o fluxo de entrada de energia vai acrescentar  ainda mais calor que, o regresso à estrada para nova viagem, não vai ajudar a dissipar.

Por razões de segurança, para evitar danos, ao atingir determinada temperatura, o próprio sistema vai “estrangular” a entrada de energia na fase de carga rápida, de modo a permitir algum arrefecimento do sistema.

A alternativa seria instalar dispendiosos, pesados e volumosos sistemas de arrefecimento que, além destas contrariedades, são também, por si, consumidores de energia.

O que, naturalmente, iria contribuir para reduzir a autonomia do Nissan Leaf.

Impressões

É um carro que se conduz como um automóvel de transmissão automática, com todas as vantagens inerentes ao conforto que a ausência de ruído da mecânica oferece.

A boa distribuição de peso e um chassis bem balanceado conferem-lhe segurança, garantida pelo acréscimo de sistemas e ajudas que a nova geração proporciona e que já antecipam alguma autonomia na condução.

Ficha de Produto: Preço, rendas, dados de consumo e de motor

  • Custo de aquisição:

36.381 Euros*

  • Rendas:

710,28 €/mês, (36 meses)*

655,85 €/mês, (48 meses)*

  • Dados do motor e bateria:

Motor elétrico AC síncrono (360V)

Potência – 150 cv/110 kW a 9.795 rpm

Bateria – iões de lítio, 40 kWh de capacidade

Autonomia – 378 km (ciclo NEDC)

  • Consumo médio e emissões:

0 gCO2/km*

(*) Valores LEASEPLAN. Quilometragem anual contratada: 30.000 – Serviços incluídos: aluguer/iuc/ seguro (franquia 4%)/manutenção/ gestão de frota/ pneus ilimitados/ veículo de substituição – quilometragem técnica máxima: 200.000 kms

https://fleetmagazine.pt/2017/10/13/nissan-leaf-autonomia-2018/