O tamanho conta?

Quanto maior a bateria, maior a autonomia. Mas também mais tempo será preciso para a carregar. Partindo deste princípio, o que há para dizer sobre o mais potente e mais autónomo dos Leaf?

São até 385 km de autonomia combinada prometida e um motor com mais 67 cv do que a versão mais contida da gama, daí justificar o “E+” na designação. Mas um diferencial de vários milhares de euros no preço faz com que continuem a ser as versões com motor de 150 cv e bateria de 40 kWh as mais procuradas pelas empresas.

Importa então perceber o que é que o consumi­dor recebe a mais ao decidir-se por esta com maior au­tonomia. Primeira constatação: os 62 kWh da bateria do Leaf+ encaixam-se no mesmo espaço da de 40 kWh, pelo que mais 120 a 130 km de liberdade para conduzir não resultam em qualquer alteração sobre a habitabilidade.

Além da bateria, a potên­cia do motor eléctrico sobe de 150 para 217 cv. Como é natural, quem esteja à espera de poder explorar este facto verá reduzida substancialmente a distância para o poder fazer, sem necessidade de o levar à ficha elétrica. Já quem pretenda conduzi-lo de forma eficiente não irá notar grande diferença, com ressalva, naturalmente, da autonomia: a condução mantém-se suave, silenciosa e tranquila, relaxante e simples, tanto a enfrentar o trânsito urbano mais caótico como um percurso mais longo em estrada que, graças aos 62 kWh da bateria, pode estender-se com segurança por mais de uma centena de quilómetros.

https://fleetmagazine.pt/2020/06/22/incentivo-nissan/

A segunda geração do Leaf trouxe não só mais conectividade e o ProPilot, e introduziu também o “e-Pedal”, forma de aumentar a regeneração de energia e de ganhar mais uns quilómetros de energia. E embora esta seja também uma forma de poupar os travões, ao desacelerar fortemente o carro quando o pedal do acelerador deixa de ser pressionado, o contratempo mais apontado num carro elétrico continua a ser o tempo necessário para carregar a bateria. E se cargas rápidas já são possíveis, a necessidade de reabastecer a bateria permanece e, sendo esta maior, mais tempo precisa para recuperar.

Neste caso, são precisas onze horas e meia para a encher por completo quando ligado a uma wallbox de 7,4 kW, por exemplo, igual às que a marca propõe com a aquisição do carro. Mais do que as sete horas e meia do Leaf de 40 kWh.

Se utilizar o carregador do carro ligado a uma vulgar tomada doméstica de baixa potência, pode precisar de quase um dia para atestar 100% da capacidade da bateria, dependendo, naturalmente, do ponto de carga em que ela se encontra quando o liga à ficha.

Boa notícia é que ambos já suportam carrega­mentos rápidos de 50 kW. O que significa que bastam cerca de 30 ou 45 minutos para atestar 80% da bateria num posto público com esta capacidade e aqui reside a grande superioridade do Leaf+: já poder receber energia de postos ultra rápidos, com po­tência superior a 50 kW.

https://fleetmagazine.pt/2020/01/10/empresas-beneficiam-de-incentivo-de-2-250-euros-na-compra-de-nissan-leaf/

Impressões

Uma das razões que explica o seu sucesso nas frotas é o preço: cerca de 24 mil euros sem IVA para o Leaf Acenta Access de 40 kWh (c/ desconto mínimo para cliente empresa) tornam tentadora a proposta e dificultam qualquer tentativa para encontrar vantagens face às versões “topo-de-gama”, com mais potência e bateria.

O desempenho, sendo um pouco mais entusiasmante, por via de uma suspensão um pouco mais firme que ajuda a tornar mais precisa a direção, contraria a essência da condução de um carro elétrico: eficiência e sustentabilidade. Intenção que se dissipa quando se gasta mais energia. O atual Leaf já poder receber carga rápida através da porta CHAdeMO, mas como a bateria não é refrigerada, para proteção contra sobreaquecimento do sistema, a velocidade de carregamento pode tornar­-se mais reduzida consoante aumenta a temperatura.

Factos concretos: o consumo médio obtido com o Leaf+ rondou os 17,6 kWh/100 km e ficou abaixo dos 14 kWh/100 km com um Leaf de 40 kWh. Contas feitas, esquecendo qualquer diferença de equipamento e assumindo um diferencial de oito mil euros para um ganho de 120 km de autonomia, o Leaf+ custa sensivelmente mais 67 euros por cada quilómetro que pode percorrer a mais. E ainda que estes valores dependam de muitas variáveis, vale a pena pensar nisto.

 

Preço, rendas, consumo e motor do Nissan Leaf+

  • Custo de aquisição:

32.593 Euros + IVA*

  • Rendas:

766,59 € + IVA/mês, (36 meses)*

699,49 € + IVA/mês, (48 meses)*

  • Dados do motor e bateria:

Motor elétrico – 160 kW

Potência – 217 cv / 340 Nm

Eficiência – 17,1 kWh/100 km

Bateria – iões de lítio, 62 kWh de capacidade

Autonomia – 385 km (ciclo WLTP)

(*) Valores LEASEPLAN. Quilometragem anual contratada: 30.000 kms – Serviços incluídos: aluguer/iuc/ seguro (franquia 4%)/manutenção/ gestão de frota/ pneus ilimitados/ veículo de substituição – quilometragem técnica máxima: 200.000 kms