ensaio renault meganeRenovar um modelo neste segmento nunca é tarefa fácil. Mas a Renault soube como tornar o Megane mais enérgico, dando-lhe ainda a solidez de construção necessária para se bater com os melhores. Por isso, valeu a pena esperar!

A responsabilidade era grande: já não conhecíamos um Megane inteiramente novo desde 2008 (sim, 8 anos, se bem que com muitas renovações entretanto); é um modelo destinado ao segmento que mais vende na Europa, dominado, há muitos anos, pelo VW Golf; e ainda porque tem como grandes rivais, além do Golf, o novíssimo Opel Astra, o Ford Focus e o Peugeot 308, por exemplo.

Por isso, o construtor francês não se podia limitar a apresentar apenas um “novo” carro. Mas a verdade é que, sem recorrer a grandes truques e com muita “prata” da casa já comprovada, conseguiram evoluir a gama Megane e colocá-la num patamar capaz de vir a causar sérios problemas à concorrência.

Até aqui, salvo as versões mais desportivas, neste campo muito bem desenvolvidas pela Renault Sport (RS), o Megane era um típico carro de família ou empresa, agradável de conduzir mas sem qualquer pormenor entusiasmante que, nesta matéria, o levasse a destacar-se de outras propostas do género.

Agora, tudo mudou. E não foi sequer necessário inventar “quase” nada.

Por que não é uma surpresa?

ensaio renault meganeSenão vejamos: a plataforma é a base modular estreada no Nissan Pulsar e destinada a servir vários segmentos e marcas, enquanto os motores são sobejamente conhecidos e já comprovados, tendo-se limitado a evoluir em matéria de consumos e emissões.

Bem vistas as coisas, nem mesmo o interior surpreende. Ou melhor: surpreende na qualidade e no rigor dos acabamentos, bem como no cuidado colocado no design. Não surpreende a disposição central e vertical do vistoso painel digital, a partir da qual são comandadas ou visualizadas grande parte das funções do carro, por ser uma solução idêntica à utilizada pelo Talisman e estreada na atual Espace.

E também não surpreendem certos pormenores das versões mais desportivas, como as rodas traseiras direcionais (4 Control), um sistema conhecido do anterior Laguna.

Novidade, novidade, é encontrar tudo isto reunido num modelo do segmento C!

Sob uma capa, leia-se carroçaria, por sinal bem conseguida em termos de design, vistosa e com presença, em grande medida graças à sinalética integralmente em luzes led, sem descurar a identidade da marca, aqui bem vincada na sua secção dianteira.

Motores, jantes e emissões

ensaio renault meganeExistem várias versões de motor e equipamento.

Para as empresas, as mais desejadas dependem dos motores 1.5 dCi com 110 cv, havendo uma versão ECO de baixíssimas emissões (86 g/km) largamente abaixo dos 25 mil euros e com jante de 17”, ou uma outra com jante de 16” (90 e 110 cv) e emissões de 95 g/km.

Com este motor, o andamento e o comportamento são mais esforçados e claramente indicados para uma condução mais tranquila e mais poupada.

O ruído do motor é também mais áspero e, no conjunto, há uma clara diferença para as versões dCi130 com motor 1.6 a gasóleo.

Por isso, se o plafond o permitir, a opção passa obrigatoriamente pelos préstimos do silencioso e evoluído 1.6 dCI com 130 cv, sobretudo na versão “GT Line” com jante de 17”.

Naturalmente mais enérgico a evoluir mas igualmente gentil em rotações baixas, este último motor de 16 válvulas (o 1.5 dCi tem 8) oferece a vantagem de dispensar o AdBlue para cumprir as normas ambientais europeias.

O binário máximo de 320 Nm às 1.750 rpm coloca-o também entre os motores com melhor rendimento, o que, juntamente com a excelente caixa de 6 velocidades, ajuda a garantir emissões e consumos muito favoráveis.

Condução e imagem musculada

ensaio renault meganeLigeiramente mais comprido e mais largo, o novo Renault Megane é o maior da sua categoria. O facto de ser também mais baixo, contribui para lhe dar uma postura mais musculada.

Estes fatores contribuem para melhorar a aerodinâmica, com isso reduzindo o atrito e aumentando a insonorização, mas igualmente para a estabilidade a velocidades elevadas e para o desenrolar em curva.

A circunstância de ser mais leve melhora naturalmente a eficiência. Mas com qualquer dos motores anteriores, este facto também contribui para dar ao Megane, até mesmo à mais familiar das versões, um entusiasmo quase desconhecido nesta classe de carro, mantendo, felizmente, o condutor confiante das suas reações.

Interior e habitabilidade

ensaio renault meganeUma das características mais agradáveis é a grande evolução na qualidade do interior.

Os revestimentos têm um toque suave na cobertura da parte superior do painel e pressentem-se plásticos resistentes no restante do habitáculo.

Quanto a espaço, há em demasia atrás e também na mala: 484 litros, mais do que oferecem Focus e Astra e ligeiramente maior do que o Golf, Focus ou Leon, por exemplo.

O pormenor menos conseguido são, estranhamente, os vistosos ecrãs tácteis com 7” (horizontal) ou de 8,7” vertical, 22 cm).

Tal como num tablet ou num smartphone, as páginas iniciais podem ser personalizadas. Este sistema nem sempre se mostrou intuitivo, nem sempre é perfeitamente visível consoante as condições de luz e reflexos do sol e algumas vezes pareceu demasiado sensível ao toque, dificultando algumas operações durante a condução.

(Fotos Razão Automóvel)

RENAULT MEGANE IV dCi110 Intens

Preço:

28.270 Euros*

Rendas:

530,16 €/mês (36m)*

508,39 €/mês (48m)*

Consumos e emissões:

3,7 l/100Km

95 gCO2/km*

Características motor:

4/1.461 cc

110/4000 cv/rpm

260/1.750 Nm/rpm

 

(*) Fonte Leaseplan

RENAULT MEGANE IV dCi130 Intens

Preço:

30.320 Euros*

Rendas:

577,21 €/mês (36m)*

549,78 €/mês (48m)*

Consumos e emissões:

4,0 l/100Km

103 gCO2/km*

Características motor:

4/1.598 cc

130/4000 cv/rpm

320/1.750 Nm/rpm

(*) Fonte Leaseplan