Cronicamente associada ao grupo Volkswagen, mas ao mesmo tempo também encarada como um marca de custo mais baixo, a Skoda tem feito o seu caminho e tentado afirmar-se como um construtor com um carisma próprio.
Modelos emblemáticos como este Octavia ou, noutro segmento, o Fabia, têm ajudado a vincar o nome com a garantia de qualidade associada a um bom preço. O sinal mais evidente de como isso foi conseguido está no Octavia, um modelo que tem conseguido colocar-se ao lado dos seus concorrentes principais com valores próprios. A geração anterior foi particularmente feliz nesse campo, quando se tornou uma verdadeira opção entre o Passat e as ofertas dos outros construtores europeus. Facto é que se tornou o modelo da marca mais vendido na Europa. Por cá, e sobretudo no mercado de frotas, são as carrinhas que têm maior procura neste segmento e no Skoda isso continua a acontecer.
A geração atual, que a FLEET MAGAZINE teve oportunidade de testar na motorização 1.6 TDI, eleva a qualidade do Octavia a novos níveis. Se quiséssemos um claro exemplo de como isso é explícito, esse seria o silêncio que é conseguido no pisar da estrada. Adicionado a isso, conte-se ainda com a sensação de robustez que o modelo transmite.
O novo Skoda é maior que o anterior em 90mm de comprimento e 45 mm de largura. Entre os eixos acrescenta 108 mm, tudo medidas para que o espaço anterior fosse aumentado. Não que isso fosse de extrema necessidade, dado que a anterior geração já era de uma volumetria suficiente para o segmento. Em todo o caso, o esforço foi recompensado dado que o Octavia Break é uma carrinha com interiores bem espaçosos e com dimensões nos lugares traseiros bem conseguidas, o que nem sempre acontece nalguns dos seus concorrentes.
Bastante publicitado foi a dimensão do porta-bagagens. A Skoda insistiu na ideia de ter o porta-bagagens mais volumoso da sua categoria e apresentou um compartimento com 610 litros, mais 5 que em relação ao modelo anterior. Com os bancos traseiros rebatidos – pode ser a partir do interior, com um botão – a volumetria de carga ascende a 1.740 litros (1.655 litros na versão anterior). E, com o banco do passageiro rebatido, o veículo pode transportar objetos com um comprimento até 2,92 metros.
Nos comandos, encontra-se um dispositivo multimédia bem aperfeiçoado, simples de usar e com um design mais preocupado com o conteúdo do que com a forma. Espaços de arrumação não faltam, o que é ótimo num veículo de carácter familiar ou de utilização como segundo escritório.
O motor testado é o 1.6 TDI do grupo, um excelente bloco, conhecido pelos consumos que faz e pela versatilidade de carroçarias em que pode entrar. Mas neste Octavia Break, perde um pouco de elasticidade, obrigando a muito trabalho de caixa e, por consequência, consumos. Apesar da marca indicar 3,8 l/100km, aquilo que fizemos foi 5,6 l/100km. Trata-se de um valor no limite do aceitável, mas apenas porque grande parte do percurso foi feito em circuito urbano.
Outro ponto menos positivo tem a ver com a caixa de velocidades. Enquanto todas as marcas estão a fazer um esforço para ter caixas de seis velocidades neste segmento, a oferta da Skoda está nas cinco velocidades. É um facto que penaliza imenso a carrinha, ainda mais incompreensível quando se pensa que a versão 2.0 TDI já é equipada com seis velocidades.
Em todo o caso, e com o posicionamento de preço que tem, o Skoda Octavia é um dos melhores compromissos que se podem encontrar entre os familiares e a carrinha é, sem dúvida, a opção. Pena é a caixa de cinco velocidades.
Ficha Técnica
Preço: 20.022 euros*
Rendas:
512,8 euros/mês (36 m)*
482,1 euros/mês (48 m)*
Consumo: 3,8 l/100km
Emissões: 99 gCO2/km*
Clindrada: 4/1.598 cc
Potência: 105/3.000-4.000 cv/rpm
Binário: 250/1.500-2.750 Nm/rpm
* Dados Leaseplan