O novo Tesla Model 3 Long Range RWD é de longe o mais eficiente carro lançado pela marca norte-americana até hoje. A FLEET MAGAZINE testou as aptidões deste elétrico e o resultado surpreende… pela positiva
Mas antes, eis o que se passa com a Tesla…
No final de janeiro de 2025, as vendas da Tesla caíram 59,5% na Alemanha. Uma estratégia de negócios pouco ortodoxa do seu dirigente máximo (Elon Musk) levou a uma reação no mínimo negativa por parte dos consumidores. Isso refletiu-se nas matrículas dos modelos do fabricante – que detém uma única fábrica no continente europeu, mais concretamente… na Alemanha.
Segundo dados retirados da Autoridade Federal Alemã para os Transportes Motorizados, foram matriculadas 1.277 unidades Tesla naquele país durante o primeiro mês de 2025, e embora 2024 tenha sido um ano de retrocesso nos registos de elétricos na Alemanha, a queda da Tesla ocorreu numa altura em que o mercado alemão de veículos eléctricos até vinha a crescer mais de 50% em janeiro, comparativamente ao ano anterior, fazendo com que a sua quota de mercado descesse de 14 para 4%.
Em declarações ao Financial Times, Matthias Schmidt, analista da área automóvel, dizia que um dos fatores por detrás do declínio nas vendas da Tesla no maior mercado automóvel europeu devia-se ao facto de os consumidores estarem à espera do Model Y atualizado. Ainda assim, outros analistas justificam o mau desempenho da marca com o envolvimento político [questionável] de um só homem, Elon Musk, que manifestou publicamente o seu apoio ao partido alemão de extrema-direita, antes das próximas eleições federais de 23 de fevereiro de 2025.
E mesmo com o Tesla Model 3 a ficar no pódio da tabela de 50 ligeiros de passageiros com mais matrículas em 2024, a Tesla já não conseguiu registar bons volumes em Portugal durante o primeiro mês de 2025: a marca matriculou apenas 389 carros (uma queda de 29,1% relativamente ao período homólogo de 2024).
E agora sim, o contacto com o Tesla Model 3 com maior autonomia de sempre…
Sim, são dias difíceis para a marca de Elon Musk, e o futuro não se afigura fácil para um emblema que tem conquistado cada vez mais adeptos em Portugal.
Mesmo não fazendo descontos especiais para empresas, a Tesla mantém o seu caminho e papel enquanto player decisivo para a transição energética bem definido. Prova disso é este Model 3 Long Range RWD – um elétrico altamente eficiente, conforme a FLEET MAGAZINE pôde confirmar ao longo de (exatos) 500 km de condução.
Previamente, uma nota: embora o nível de percentagem da bateria continue a ser uma constante na vida de qualquer condutor de veículo elétrico, com este Tesla Model 3 a realidade foi diferente – rodar sem compromisso e com os olhos postos apenas na eficiência. E tal foi definitivamente atingido.
Iniciámos a nossa viagem de 500 km com 97% de bateria e estacionámos o Model 3 Long Range RWD com 20% de bateria. Ao longo do percurso conduzimos em estradas nacionais, em ambiente urbano e até em auto-estrada, sem qualquer tipo de preocupação com a aceleração (sempre dentro dos limites, claro!). Fica assim comprovada a eficiência deste elétrico. E destes 20% restantes de bateria, estimávamos ser possível retirar pelo menos mais 100 km de condução urbana – números muito próximos dos anunciados pela marca (640 km) para a variante com jantes de 19”.
E se o cliente optar pela jante de 18”, a autonomia anunciada ultrapassa mesmo os 700 km.
Nota menos positiva para a direção deste carro, que embora seja precisa q.b., se revela um pouco pesada demais, mesmo definindo no sistema o seu modo mais leve.
A bordo, o interior mantém-se muito semelhante ao encontrado na anterior geração, ainda que com algumas nuances: o volante está diferente e inclui nele talvez o elemento mais polémico e menos bem aceite na comunidade automóvel, os botões de indicadores de mudança de direção (vulgo ‘picas’). Agora, do lado esquerdo do volante, os dois piscas são ativados com um toque do polegar, ao invés da tradicional haste colocada atrás do volante de qualquer outro carro. Mudar de direção fica fácil, sim, mas apenas numa estrada em linha reta na qual seja necessário mudar de faixa. Se por acaso o condutor estiver no interior de uma rotunda, com o volante virado ao contrário, a facilidade com que ‘faz pisca’ para a direita já não é assim tanta. Também o seletor de ordem de marcha, que na Tesla se encontrava localizado numa haste atrás do volante, está agora disponível no ecrã central de 15,4 polegadas – o centro nevrálgico de tudo o que se passa ou comanda no Model 3.
No capítulo do conforto, a Tesla dispõe de uma funcionalidade [muito utilizada durante este ensaio]: o aquecimento dos bancos dianteiros, que até aqui apenas dispunham da função de arrefecimento, também ela muito útil principalmente num mercado como o português.
O volume de carga total máximo é de 682 litros, embora atrás da segunda fila estejam disponíveis “apenas” 594 litros. Ainda assim, importa salientar que o acesso a esta bagageira traseira não é fácil.
Preços do Tesla Model 3 Long Range RWD
Com quatro anos de garantia básica (ou 80 mil km, o que ocorrer primeiro), o Tesla Model 3 Long Range RWD é vendido em Portugal com preços a começar nos 44.990 euros.
No caso das empresas que pretendam subscrever o serviço de Leasing Flexível a 60 meses/10 mil km, o Model 3 fica disponível a partir de 400 euros/mês, com entrada inicial de 11.494 euros.
Há ainda, também para empresas, a possibilidade de aquisição a crédito, onde a prestação mensal aumenta para os 417 euros. A entrada inicial, semelhante à proposta no Leasing Flexível, é de 11.494 euros, sendo o crédito a 96 meses – 3,63% T.A.N. e 4,49% TAEG, para um preço de compra final de 45.975 euros.
Tesla Model 3 Performance: o irmão mais irrequieto
O Model 3 LR RWD tem um parente não muito afastado mais aguerrido e menos comedido nas suas apresentações – o Model 3 Performance. Com preços a começar nos 57.490 euros, esta variante desportiva de tração integral equipa dois motores em cada eixo (contrariamente à variante RWD), que debitam uma potência conjunta de 460 cv. É na capacidade de aceleração, quando ativado o modo de condução “Louco”, que este automóvel se revela até perigoso, uma vez que são precisos apenas 3,1 segundos para atingir os 100 km/h, partindo de uma posição estática.
