O Tesla Model Y vendeu mais de um milhão de unidades em 2023 (1.223.000, para sermos precisos). E ainda mais impressionante é o facto de ter sido mesmo o primeiro veículo 100% elétrico a liderar a tabela de modelos novos com mais matrículas na Europa. Um feito que surpreendeu mesmo a gigante Toyota, que todos os anos coloca o RAV4 e o Corolla no top 5 de vendas globais.
Estes dados, compilados pela JATO Dynamics no início de 2024, revelam bem a importância que este SUV elétrico norte-americano de produção alemã tem no parque automóvel europeu.
O sucesso do crossover zero emissões é por isso notório. A Tesla dizia mesmo, no início deste ano, quando anunciava uma redução no preço da versão RWD (tração traseira), que o Model Y tinha sido o veículo elétrico mais vendido em 19 países do velho continente e que, em sete deles (Dinamarca, Finlândia, Islândia, Países Baixos, Noruega, Suécia e Suíça) tinha mesmo conquistado o título de automóvel mais vendido.
Já no final de outubro de 2024, a JATO Dynamics colocava o Model Y no 2.º lugar dos 100% elétricos mais vendidos na Europa com 8.795 unidades matriculadas (apenas ultrapassado pelo ŠKODA Enyaq).
Ciente deste sucesso, a marca norte-americana colocou agora no mercado uma variante de sete lugares, disponível exclusivamente na variante Long Range com tração integral (AWD), com um preço de venda de 51.990 euros aos quais acrescem 2.500 euros caso o cliente opte pelos dois lugares extra.
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Mais espaço a bordo, as mesmas dimensões
Mantém as mesmas dimensões das anteriores versões e sim, é quase 20 cm mais alto e 6 cm mais comprido que o irmão mais velho Model 3. Porém, compensa em espaço interior. Ou compensaria, porque é mesmo sobre esse espaço interior a mais que aqui vamos falar: a tão esperada versão de sete lugares, que já em 2022 era mencionada na FLEET MAGAZINE, chegou finalmente ao mercado nacional, mas com uma adenda que importa acrescentar desde já: sete lugares, sim, mas desses sete, apenas cinco (os das duas primeiras filas) acomodam adultos.
A terceira fila de bancos é acedida através do rebatimento dos bancos da segunda fila, num processo bastante fácil de executar. No entanto, um adulto de estatura média não consegue aceder a esses dois lugares situados mais atrás. Tarefa quase impossível, então, se se tratar de um adulto de 1,85 m de altura. Assim, é seguro dizer – e a própria Tesla já o tinha anunciado em comunicado, ao referir que esta era uma versão do Model Y “ideal para famílias com crianças” – que a terceira fila de bancos serve apenas indivíduos de menor estatura (ou idade).
Quando rebatida a terceira fila de bancos, a capacidade de carga da bagageira alcança uns expressivos 753 litros.
A bordo, tudo continua muito minimalista, ou não fosse essa já a imagem de marca da Tesla. Apenas um ecrã de 15” para controlar todas as funções do automóvel, sejam elas de climatização, iluminação, navegação ou entretenimento.
Tesla coloca à venda o Model 3 com maior autonomia de sempre
Quatro rodas motrizes muito dinâmicas
É de facto um prazer conduzir um carro elétrico. Mais não seja pela capacidade de resposta. Os 372 cv de potência debitados são dignos de registo, mesmo num automóvel com estas dimensões e peso em vazio. E mesmo os pneus utilizados (medida 255/45/R19) não acusam o peso do veículo, e em muito contribuem para a estabilidade, não só em curva, de um automóvel simples de manobrar, mesmo em velocidades mais elevadas.
A autonomia em ciclo WLTP anunciada pela marca é de 533 km. E, embora estes 533 km nunca sejam reais, é nos consumos que este carro obtém as prestações mais surpreendentes. A Tesla diz que o consumo de energia oficial é de 16,9 kWh/100 km, mas foi possível à FLEET MAGAZINE baixar este valor, em circuito misto, durante mais de 450 km de ensaio, para os 14,5 kWh/100 km – um verdadeiro atestado à eficiência deste SUV de duas toneladas (1.979 kg).
Impressões
O Model Y justifica, em parte, as preferências dos clientes europeus que nele vêem um SUV crossover ideal não só para reduzirem a sua pegada ecológica, mas também, e principalmente, para fazerem uso de um estatuto do qual a Tesla ainda goza – o de marca de mobilidade elétrica “da moda”. Mesmo que, do velho continente e de um pouco mais a Oriente, comecem a aparecer cada vez mais propostas elétricas dentro do mesmo segmento. Tarefa, por isso, cada vez mais dificultada para o Model Y, que precisa urgentemente de uma renovação estética, como a que foi operada recentemente no Model 3.