O responsável pela área de frotas da SIVA revela algumas novidades das marcas para este ano e faz um enquadramento de preço importante para diferentes tipos de motor. Apesar de reconhecer que o “automóvel sempre foi e será o meio de mobilidade mais procurado”, admite que os “construtores e todos os operadores do sector terão de ser capazes de criar soluções de valor para responder às necessidades das novas gerações”

Miguel Moreira Branco é responsável pela área de vendas a frotas na SIVA, empresa que representa marcas muito presentes nas empresas, como a Audi, a CUPRA, SEAT, Škoda e Volkswagen e Volkswagen Comerciais. Um “portfólio de oferta” que se complementa e com as “quais temos conseguido preencher praticamente todas as necessidades dos clientes”, assegura o responsável por este canal de negócio, em entrevista que concedeu à FLEET MAGAZINE.

Além de evidenciar as vantagens das empresas trabalharem de forma integrada com um grupo que preenche todas as necessidades dos clientes empresa, desde o automóvel ao financiamento, passando por soluções de carregamento para as viaturas elétricas, Miguel Branco revela também as propostas e novidades mais importantes de cada marca para este canal de mercado que, reconhece, tem um peso significativo nas vendas e no volume de negócio da SIVA.

Quais são as bases da estratégia da SIVA direcionada para o mercado das empresas? Que argumentos dispõem para ir ao encontro das necessidades dos clientes frotistas?

A SIVA|PHS representa as marcas do Grupo VW em Portugal, o que lhe permite desenvolver uma estratégia dedicada ao canal de vendas a frotas. A nossa estratégia assenta sobretudo, no vasto portfólio de oferta que temos disponível, conseguido preencher praticamente todas as necessidades dos clientes.

Os nossos argumentos estão direcionados para a qualidade dos nossos produtos, assim como nas soluções de serviços que temos disponíveis em função dos requisitos dos clientes. Queremos continuar a crescer neste canal de vendas, de uma forma sustentada e salvaguardando sempre o valor residual das viaturas.

Cinco marcas, ou seis se considerarmos a Volkswagen Comerciais, estão bem presentes neste canal: além da Volkswagen, a Škoda, a Audi, a SEAT e a Cupra. Estando todas “em casa”, complementam-se, concorrem entre si nas propostas para empresas ou são uma “dor de cabeça boa” que lhe permite encontrar sempre soluções para concorrer a cada negócio?

Conforme referido anteriormente, com seis marcas conseguimos um portfólio completo para todos os segmentos, logo as marcas e modelos complementam-se. Permite-nos dar resposta a diferentes necessidades dos nossos clientes, graças à vasta oferta de produtos e também soluções financeiras ajustadas às exigências das empresas.

Essa é sem dúvida uma das maiores mais-valias do grupo Volkswagen e os clientes reconhecem esta vantagem assim que começam a trabalhar connosco.

Para ter uma noção da importância que as vendas corporate assumem no negócio da SIVA, em média, quanto é que este canal representa nas vendas anuais da empresa?

Infelizmente no nosso mercado ainda não conseguimos distinguir as vendas por canal. Estimamos que o mercado de frotas possa representar mais de 50%, mas dados oficiais não existem! A SIVA|PHS representa maioritariamente marcas de volume, logo tentamos estar alinhados com o mercado.

Algumas novidades previstas este ano têm um grande peso nas frotas: correndo o risco de esquecer alguma, estou a lembrar-me do Octavia, da Passat carrinha, do Tiguan… O que explica o apelo das frotas por estes modelos e que argumentos renovam para manter o interesse do cliente empresa? Pode avançar com propostas financeiras construídas para este canal?

Este ano é, de facto, um ano favorável para o canal das frotas, com toda a “ofensiva” de novos modelos que as nossas marcas têm planeado apresentar.

Desde o novo VW ID.7 que apresentamos em Janeiro, até ao novo Audi que prevemos lançar no final do ano e que ainda não posso revelar. Temos uma panóplia de modelos novos bastante competitivos para vendas corporate.

Continuamos sempre em busca de um posicionamento de preço adaptado à nossa realidade/fiscalidade, de forma a conseguirmos oferecer a maioria destes novos modelos nos respetivos patamares de Tributação Autónoma, dos quais gostaria de destacar os seguintes modelos:

  • No 1.º patamar de Tributação Autónoma estamos presentes com o Škoda Octavia Break PHEV e com o SEAT Leon Sportstourer, ambos com motorizações TDI e PHEV;
  • No 2.º patamar de Tributação Autónoma propomos o Volkswagen Passat Variant PHEV, o Volkswagen Tiguan PHEV e os Škoda Superb Break e Kodiak, os dois com motores TDI ou PHEV.

Estes novos modelos vêm reforçar a nossa oferta para este segmento de mercado, que está cada vez mais competitivo. Conforme já referi, em Portugal o canal Frotas + Rent-a-Car tem um peso significativo nas vendas, pelo que estamos atentos para poder apresentar sempre a solução mais competitiva.

Volkswagen Veículos Comerciais: uma marca transversal a empresas e particulares

Embora as versões PHEV despertem o interesse das empresas, a verdade é que o conjunto de marcas que a SIVA representa tem apresentado cada vez mais automóveis 100% elétricos que recolhem boa aceitação no mercado das empresas. Que novidades importantes podemos contar este ano, nomeadamente ao nível da Audi?

O Grupo Volkswagen, à semelhança de muitos construtores, continuará a investir na eletrificação dos seus modelos. Faz parte da estratégia global do grupo, por isso temos um line-up de novos modelos BEV muito completo para todas as marcas, dos quais destaco, na Audi, o Q8 e-tron que apresentámos no final do ano passado e que conseguimos propor dentro do patamar fiscal dos BEV, o novíssimo Q6 e-tron, o qual contamos ter as primeiras unidades já no próximo mês de julho e, no final do ano, mais uma novidade fortíssima da Audi…

No caso da Volkswagen começamos em Janeiro com a apresentação do ID.7, sendo que a ID.7 Tourer chegará muito em breve. Também aqui conseguimos um posicionamento de preço bastante competitivo, ficando este modelo praticamente sem concorrência ao seu nível.

A Volkswagen ID.7 Tourer chegará muito em breve com um posicionamento de preço bastante competitivo. “Praticamente sem concorrência ao seu nível”

Referir ainda que a nova ID.BUZZ vai apresentar uma versão de 6 e 7 lugares, que garantidamente nos dará outra dinâmica para este modelo icónico da marca.

Para terminar, em termos de ofensiva BEV, na CUPRA estamos a planear apresentar o novo Tavascan no último trimestre deste ano, modelo que de certeza terá uma forte apetência no nosso mercado.

Complementarmente à oferta de viaturas, porque cada vez mais empresas, muitas delas de pequena dimensão, vão ter de avançar para a eletrificação para poderem cumprir com exigências ambientais, que apoio a SIVA pode fornecer-lhes na fase de transição energética?

De facto, atualmente, penso que já não existirão dúvidas sobre a necessidade de todos avançarmos por um caminho onde a sustentabilidade será uma prioridade; é uma responsabilidade pessoal e corporativa.

As empresas estão naturalmente a fazer o seu caminho em velocidades diferentes, sentimos que as grandes empresas estão mais despertas para esta realidade e, sendo a frota uma das componentes de maior impacto, a procura de viaturas elétricas aumenta.

Contudo, as necessidades e as dúvidas de tomar más decisões estão implícitas nesta fase de transição. Na SIVA|PHS, mais do que vender viaturas, olhamos sempre para o negócio como um serviço dedicado e adaptado a cada tipo de cliente. Por isso, temos soluções em carteira que nos permitem oferecer algo mais que o fornecimento de veículos.

No caso específico dos elétricos, esta abordagem ganha ainda mais relevância. Destaco alguns exemplos de práticas que temos aplicado nos últimos tempos:

  • Conseguimos com a colaboração da Moon, empresa do universo SIVA|PHS dedicada as soluções de carregamentos, oferecer aos nossos clientes uma proposta completa de viatura e carregadores;
  • Promovemos ações de esclarecimento sobre boas práticas de utilização de viaturas elétricas dedicadas aos utilizadores, que normalmente decorrem na entrega das viaturas;

No caso de pequenas empresas, a transição vai demorar mais tempo e acontece através da nossa rede de concessionários, sendo que também eles estão totalmente preparados para darem o devido apoio. Por exemplo, para os concessionários, a Moon tem um programa próprio de acompanhamento de clientes.

Numa entrevista que concedeu este ano à Executive Digest, refere que as cidades estão ‘saturadas’ e que as empresas deverão de encontrar novas formas de mobilidade. Naturalmente há frotas que terão de se manter por razões de operacionalidade da própria empresa mas, ao alterarmos o paradigma atual da viatura enquanto ‘fringe benefits’, para a atribuição de um rendimento em espécie, não existe o risco desse colaborador optar por um Polo, quando antes conduzia um Passat? Ou gerir um eventual pacote de benefícios para a Mobilidade, utilizando-o no transporte público? Isso não acarreta risco para o negócio automóvel, tal e qual ele está atualmente desenhado?

Agora vamos entrar no campo da futurologia. Se levarmos em conta as tendências atuais dos consumidores, acredito que o modelo de negócio atual deverá sofrer alterações. Contudo, a necessidade de mobilidade não vai diminuir e o automóvel sempre foi e continuará a ser o meio de mobilidade mais procurado, quer pela simplicidade de utilização, quer pelas infraestruturas existentes.

Isto quer dizer que continuaremos a ter clientes, mas teremos de evoluir, talvez até de reinventar, o modelo de negócio. Os construtores e todos os operadores do sector terão de ser capazes de criar soluções de valor para responder às necessidades das novas gerações, quer do ponto de vista do cliente privado e, sobretudo, dos clientes empresa.

Já entrámos numa nova era e podemos dizer que somos uns privilegiados, por viveremos nestes tempos onde os desafios estão na capacidade de inovar e na capacidade de nos adaptarmos às exigências do mercado.